Keiji Inafune, designer e produtor do Mega Man original, abordou a estagnação criativa no desenvolvimento de jogos. Em sua participação no Console Game Developer (CGDC), na Coreia do Sul, Inafune expressou preocupação com a indústria, que tem se apoiado excessivamente em sequências, propriedades intelectuais já estabelecidas e gêneros populares para garantir receita.
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O Problema das Sequências
Inafune não condena a continuidade de franquias existentes ou a criação de jogos inspirados em gêneros populares. No entanto, ele alerta que essas práticas não devem ser as únicas a dominar o mercado. Ele relembra o início de sua carreira, quando os gêneros ainda não eram definidos e a Capcom precisava conceber jogos do zero, algo que era a norma.
O designer acredita que sua versatilidade como desenvolvedor de jogos veio de sua experiência em diversos gêneros e séries. Ele enfatiza que essa trajetória foi possível por não se prender a sucessos passados. Em contraste, Inafune percebe uma postura mais “defensiva” nos desenvolvedores atuais, o que ele considera prejudicial para a indústria a longo prazo.
“O décimo primeiro jogo de uma série, o décimo terceiro de uma franquia. Embora tais escolhas possam ser necessárias para fãs e negócios, quando consideramos a essência do desenvolvimento de jogos e a paixão pela criação, isso não deve se tornar a totalidade da cena gamer”, argumenta Inafune.
A observação de Inafune é pertinente. Para cada novo sucesso independente, como Clair Obscur: Expedition 33, existem inúmeras sequências medianas, mas comercialmente bem-sucedidas. A razão é clara: mesmo que uma sequência seja genérica, os fãs da série tendem a comprar, e o reconhecimento da marca atrai novos consumidores.
Contudo, cada franquia popular começou como uma nova ideia. Se o desenvolvimento de jogos triple-A continuar focado apenas em sequências, haverá uma escassez de novas propriedades intelectuais para cativar os jogadores à medida que eles se cansam das séries existentes.
Fonte: TheGamer
