Embora seus encantos tenham sido largamente ignorados pela crítica especializada da época, o filme de ação Timecop, estrelado por Jean-Claude Van Damme, conquistou uma base leal de fãs que apreciam sua atmosfera campy e seu charme inegável. Essa popularidade é evidente não apenas pelo seu sucesso nas bilheterias – arrecadando mais de 100 milhões de dólares globalmente – mas também pela sua longevidade, que gerou uma série de TV e uma sequência lançada diretamente em vídeo. Mas o que muitos esquecem, ou talvez nunca souberam, é que esta aventura de ficção científica é, na verdade, uma adaptação de uma história em quadrinhos.
Sim, o longa-metragem tem suas raízes na minissérie “Time Cop: A Man Out of Time” da Dark Horse Comics. A HQ que deu origem a Timecop foi lançada dois anos antes do filme, como parte da antologia “Dark Horse Comics”. A trama original se desenrolou em três edições, antes de receber o tratamento de longa-metragem pela Universal Pictures.
Essa adaptação marca um dos primeiros sucessos da Dark Horse a ser transposto para as telonas, solidificando o estúdio como uma fonte de histórias intrigantes. No entanto, por ter sido parte de uma coleção e com uma duração tão breve, a fonte original de Timecop acabou sendo esquecida por muitos ao longo do tempo. Curiosamente, a versão em quadrinhos de Timecop apresenta diferenças significativas em relação à adaptação cinematográfica.
Em ambos os formatos, Max Walker é o protagonista, um oficial da lei encarregado de viajar no tempo para corrigir eventos passados. Contudo, é aí que as semelhanças param. O filme toma os elementos centrais dos quadrinhos como ponto de partida e, a partir daí, esculpe seu próprio caminho.
Enquanto a HQ de Timecop segue Walker para os anos 1930 para impedir um ladrão de joias com um robô de proteção de roubar um diamante, o filme mostra Walker (interpretado por Van Damme) desvendando um esquema de criminosos que, com a ajuda de um senador corrupto, Aaron McComb (Ron Silver), usam a viagem no tempo para lucrar com o crash da bolsa de 1929. Após um ataque fatal em sua casa, Walker se une à oficial Sarah Fielding (Gloria Reuben) para investigar os negócios obscuros de McComb em um passado mais recente. O filme Timecop capta a essência dos quadrinhos, mas conta uma história única ambientada no mesmo universo.
A adaptação é um mergulho no excesso dos anos 90, com um charme campy de sobra. A ação é exagerada, as performances são tudo menos discretas, e as modas, penteados e diálogos exalam a sua era. Não há nada de errado nisso.
Pelo contrário, o filme é uma distração divertida, onde o diretor Peter Hyams entrega sequências de ação intensas e cenas de luta bem coreografadas, repletas de chutes altos e aberturas de perna, marcas registradas de Van Damme. Não é uma obra-prima do cinema, mas Timecop é inegavelmente um dos melhores filmes de Jean-Claude Van Damme. Embora essa possa não ser a barra mais alta, considerando a recepção fria que muitos de seus outros filmes tiveram, para os fãs de ação desenfreada, você poderia ter uma experiência muito pior.
O que torna Timecop ainda mais cativante é seu conceito interessante, embora não seja excessivamente original, repleto de imaginação e um toque de fantasia. O roteirista Mark Verheiden, que também trabalhou nos quadrinhos, entrega um cenário extravagante que permite aos espectadores embarcar na aventura e se perder na narrativa. Se você estiver disposto a desligar o cérebro e suspender a descrença por 98 minutos, a diversão é praticamente garantida.
Mais de 30 anos após seu lançamento, Timecop continua sendo um “campy good time” que acerta mais do que erra. É incrivelmente divertido ver Van Damme chutando e socando seu caminho através do tempo, salvando o futuro do passado. Se você gostou desta aventura cheia de ação, que está disponível em plataformas de streaming como o Tubi, talvez seja uma boa ideia procurar os quadrinhos que inspiraram o filme.
Qual a sua opinião sobre Timecop. Você é fã do filme ou se distrai com a natureza exagerada de sua premissa. Não há respostas erradas.
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