O conceito de viagem no tempo tem sido um terreno fértil e, por vezes, complexo para contadores de histórias no cinema. Embora a navegação por suas intrincadas linhas temporais possa ser desafiadora, as possibilidades de experimentação narrativa são imensas, garantindo sua popularidade contínua em gêneros como ficção científica e horror. Obras amadas da história do cinema, como *O Exterminador do Futuro* e *De Volta Para o Futuro*, giram em torno da viagem no tempo e de realidades alternativas.
Até mesmo clássicos natalinos como *A Felicidade Não Se Compra* e *Um Conto de Natal*, de Charles Dickens, incorporam elementos de temporalidade, algo nem sempre esperado para a época festiva. Mais recentemente, a viagem no tempo e o conceito de Multiverso tornaram-se pilares narrativos nas produções da DC Comics e da Marvel, tanto nas telonas quanto nas plataformas de streaming. Contudo, essa incursão temporal também expôs os desafios inerentes à sua representação ficcional.
Ao mergulhar profundamente nos mecanismos de como a viagem no tempo funciona, os filmes podem acabar se complicando excessivamente. *Looper*, por exemplo, lidou com isso optando por uma abordagem mais simples e justificando sua decisão de não aprofundar demais. Outros filmes, por sua vez, esforçam-se para se manter mais realistas, aderindo a padrões e teorias científicas existentes sobre como a viagem temporal poderia operar.
Em todos os casos, a máxima “sujeito a variações” se aplica, ressaltando a maleabilidade inerente ao tema. Ao longo dos anos, diversos filmes criaram mundos onde a viagem no tempo é uma realidade, deixando a porta aberta para continuações que, por algum motivo, nunca se concretizaram. Embora muitos possam clamar por um novo capítulo da franquia *De Volta Para o Futuro*, outras sagas estão em uma posição mais urgente na fila de sequências.
Muitos desses filmes estão pedindo por uma nova análise, especialmente sob a ótica moderna, prometendo novas camadas de exploração de seus universos e conceitos originais. Com isso em mente, apresentamos uma seleção de filmes de viagem no tempo que, mais do que nunca, imploram por uma sequência para reabrir o fluxo temporal e expandir suas narrativas cativantes. Prepare-se para revisitar universos que ainda têm muito a contar, oferecendo visões tentadoras do que poderia vir a seguir.
12 Macacos
Inspirado no divertido curta *La Jetée*, a história de *12 Macacos*, de Terry Gilliam, transporta o conceito de viagem no tempo do curta francês para um mundo pós-apocalíptico devastado por um vírus criado pelo homem. Bruce Willis estrela como James Cole, um prisioneiro e sobrevivente vivendo no subsolo após a propagação do vírus em 1996. Em 2035, Cole se aventura pelo mundo e é posteriormente selecionado para viajar no tempo e auxiliar cientistas no desenvolvimento de uma cura para sua época.
Embora o filme tenha sido reimaginado como uma série de TV no SyFy, a obra de Gilliam termina com Cole morrendo no passado, testemunhando sua própria morte. Uma sequência poderia seguir outro personagem enviado a um ponto diferente no tempo para os próximos objetivos dos cientistas, ou uma história paralela focando na infância de Cole, criando um loop. Descobrir o que acontece no futuro seria o objetivo principal de qualquer continuação, garantindo seu lugar nesta lista.
No Limite do Amanhã
Este filme parece terminar com um final brilhante e feliz, onde Tom Cruise vence o dia ao deter a ameaça alienígena e encerrar os loops temporais. Ele se encontra com Emily Blunt após acordar em um helicóptero no dia anterior à Invasão da França. Após um momento que replica seu encontro inicial, o filme termina com Cruise sorrindo.
Uma sequência de *No Limite do Amanhã* está em desenvolvimento desde 2015, embora a agenda de Cruise tenha dificultado os planos. Blunt e Cruise estão dispostos a retornar, o que o astro de *Top Gun* tornou mais concreto ao assinar um acordo exclusivo com a Warner Bros. em janeiro de 2024, colocando uma continuação de *No Limite do Amanhã* de volta em jogo após anos de incerteza.
Primer
O filme *Primer*, de Shane Carruth, de 2004, pode ser o filme com a linguagem técnica mais densa desta lista. O filme cult de baixo orçamento segue dois engenheiros que acidentalmente descobrem uma explicação científica para a viagem no tempo. Após construir uma pequena caixa para experimentar reduções eletromagnéticas do peso de um objeto, eles criam um loop causal de A para B.
Alguns desses conceitos apareceriam em *Tenet* com mais ação, mas nenhum filme afirma que são provas reais de seu funcionamento. Embora *Primer* pareça um filme autoconclusivo que se encerra de forma organizada, as ações de Aaron (Carruth) e a construção de uma caixa de viagem no tempo do tamanho de um armazém plantam sementes que poderiam crescer se tivessem tempo. Onde isso pararia.
A viagem no tempo se tornaria uma possibilidade conhecida. Ainda seria legal ou um crime. Essa seria uma forma de conectar a criação da caixa de viagem no tempo às eventuais implicações sociais de pessoas capazes de viajar no tempo.
Palm Springs
Adam Samberg e Cristin Milloti formam uma dupla adorável nesta divertida comédia de loop temporal que, por si só, poderia gerar uma ou duas sequências a partir de seu conceito. Embora a comédia da Hulu seja um excelente filme independente, ela não deixa pontas soltas até a cena pós-créditos, onde Roy, personagem de J. K.
Simmons, descobre que Nyles, de Samberg, escapou do loop temporal. Isso leva o espectador a assumir que Roy ainda está preso no loop. Roy poderia ser um personagem de ponte para uma sequência, explicando a situação a um novo elenco que se vê preso no loop temporal, assim como na dinâmica de *Feitiço do Tempo*.