A terceira temporada de Tulsa King, especialmente o quinto episódio, intitulado “On the Rocks”, confirma que a série de Taylor Sheridan se distanciou de suas raízes como um drama criminal sério. A produção parece ter adotado a fórmula de “sequência clássica” de grandes franquias de ação: um escopo mais amplo e superficial, menos substância na história e nos personagens, vilões exagerados e clichês, e cenas de impacto em vez de desenvolvimentos de enredo convincentes.





A escrita no episódio se mostra praticamente inexistente, com Sylvester Stallone, que interpreta Dwight Manfredi, parecendo improvisar mais do que o habitual. Isso resulta em conteúdo disperso e barulhento. A cinematografia com câmera na mão acompanha a narrativa rasa e preguiçosa, e a tensão forçada nos momentos climáticos surge de forma repentina e desaparece sem gerar impacto.
Arco de Personagens e Desenvolvimentos Fracos na 3ª Temporada de Tulsa King
As falas de Dwight, cheias de pseudo-filosofias sobre vida e resiliência, não agregam valor. Algumas reviravoltas e dinâmicas de personagens são tão abruptas e superficiais que beiram o drama de telenovela. A série tem se aproximado de dramas neo-westerns, perdendo a força que a caracterizou nas temporadas anteriores.
Um dos pontos fracos é o foco excessivo em novos personagens como Cole Dunmire, interpretado por Beau Knapp. A série dedica muito espaço ao seu arco, incluindo sua busca por aprovação paterna e um relacionamento forçado. O personagem simplesmente não é interessante o suficiente para justificar tanto destaque.
Enquanto alguns espectadores podem discordar da postura arrogante de Tyson, o problema central reside na falta de visão clara para a temporada, que a torna monótona e sem direção. A falta de coesão no roteiro faz com que algumas cenas pareçam erros de gravação que deveriam ter sido cortados. O desenvolvimento do enredo, como a interferência do FBI relacionada a um personagem secundário, parece deslocado, dando a sensação de assistir a programas diferentes.
A morte do inspetor de saúde por Bigfoot foi um ato insano e um sinal de que a série não se preocupa mais com a integridade de suas escolhas dramáticas. Essa decisão, somada a outras, contribui para uma sensação de vazio, dependendo de choques e eventos implausíveis.
A mudança de tom pode ter se iniciado com a morte de Chickie por Bill no final da 2ª temporada, mas as justificativas e conveniências da 3ª temporada tornam a trama forçada e inconsistente com os personagens.
Ausência de Sheridan e Winter Impacta Fortemente Tulsa King
A principal razão para a queda de qualidade de Tulsa King nesta temporada é a ausência da influência criativa de Taylor Sheridan e Terence Winter. Sheridan, criador da série, está focado em outros projetos, enquanto Winter, roteirista de sucesso de The Sopranos e das primeiras temporadas de Tulsa King, não está envolvido na 3ª temporada.
Essa lacuna criativa deixou um vácuo na produção, tornando a série quase insuportável para os fãs que esperavam manter o nível de excelência das temporadas anteriores.
A série, que começou com um tom promissor, retorna a um território familiar e diluído. As expectativas geradas pela morte de figuras importantes e pelo potencial dos novos antagonistas foram frustradas.
Fonte: ScreenRant