Truque de Mestre: Elenco Ampliado em ‘Truque de Mestre 3’ Gera Desafios

Descubra como a expansão do elenco em ‘Truque de Mestre 3’ se torna um desafio para a franquia, apesar do potencial dos novos ilusionistas.

Após dois filmes de sucesso, a franquia Truque de Mestre retorna aos cinemas com Now You See Me: Now You Don’t. A Lionsgate busca revitalizar a série, que não via um novo capítulo há nove anos. A estratégia da produtora para garantir o futuro da saga é clara: expandir o elenco com três novos ilusionistas – Charlie (Justice Smith), Bosco (Dominic Sessa) e June (Ariana Greenblatt) – para se juntarem aos Cavaleiros. Essa adição visa não apenas renovar a dinâmica estabelecida, mas também dar espaço para que estrelas em ascensão consolidem a franquia, evitando um destino semelhante a John Wick, que enfrenta dificuldades para continuar sem seu protagonista.

A ideia de introduzir novos personagens parece promissora, permitindo que eles se desenvolvam e, quem sabe, assumam o protagonismo em futuras sequências. No entanto, na prática, essa decisão se torna o maior obstáculo para Now You See Me: Now You Don’t.

O Tamanho do Elenco em ‘Truque de Mestre 3’ é um Problema

Jesse Eisenberg no telefone enquanto os outros Cavaleiros estão atrás dele em Truque de Mestre Agora Você Não Vê

A escalação de Smith, Greenblatt e Sessa foi um acerto, pois eles se encaixam bem na energia do filme. As interações entre eles são bem desenvolvidas no início, e o filme consegue criar pares interessantes com os Cavaleiros originais, especialmente entre Bosco (Sessa) e Danny Atlas (Jesse Eisenberg). Sem a atuação calculada de Smith, a reviravolta final de Now You Don’t não seria tão satisfatória.

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Quando o foco está apenas nos três novos personagens e em Eisenberg, o filme flui bem. Contudo, os problemas começam a surgir conforme o elenco se expande. Grandes elencos são uma tradição em filmes de assalto, mas são difíceis de gerenciar do ponto de vista narrativo. É complicado fazer com que cada personagem tenha um arco substancial ou momentos que os tornem presenças significativas. Sem o devido equilíbrio, alguns podem parecer subutilizados.

Elencos numerosos também representam um desafio para a direção. As cenas precisam ser cuidadosamente planejadas e enquadradas para manter o grupo dinâmico e visualmente interessante, evitando a formação de um aglomerado desajeitado. A sutileza de Onze Homens e Um Segredo, de Steven Soderbergh, é um exemplo de como gerenciar isso com maestria.

Embora Truque de Mestre 3 acerte ao dividir os personagens em grupos menores, o que torna as cenas mais gerenciáveis, essa abordagem também evidencia as dificuldades em cenas com o grupo completo. O ritmo do diálogo se torna estranho, e alguns atores acabam tendo que ficar em segundo plano sem muito a fazer. A produção, que custou US$ 90 milhões, parece mais barata, o que é ainda mais chocante considerando o envolvimento de estrelas. A adição contínua de mais personagens apenas agrava a situação.

Os novos astros recebem a maior parte da atenção, o que é justificável, já que os Cavaleiros originais já são personagens estabelecidos. No entanto, com exceção de Eisenberg, o filme não oferece muito espaço para o desenvolvimento dos atores originais. A separação do grupo proporciona um bom ponto de partida, mas o filme precisa acelerar o reencontro para manter a história em movimento, e seus conflitos são resolvidos quase tão rapidamente quanto foram apresentados.

As oportunidades estavam lá. Por exemplo, se Now You Don’t mantivesse o conflito interno dos Cavaleiros até o momento em que Veronika os aprisionasse em uma caixa de vidro para serem enterrados lentamente na areia. Essa cena já funciona bem, mas forçar a equipe a resolver problemas juntos teria mais ressonância se eles já não tivessem praticamente enterrado o machado. Nada como enfrentar a morte iminente para fazer as pessoas se abrirem sobre seus verdadeiros sentimentos.

Em última análise, o truque final tinha que girar em torno do novo trio; qualquer outra coisa seria narrativamente insatisfatória. Mas se Now You See Me: Now You Don’t tiver um desempenho bom o suficiente para justificar um quarto filme (que, considerando a participação especial de Mark Ruffalo no final deste, pode ter um elenco principal ainda maior), a franquia precisa lidar melhor com esse elemento. Truques de mágica elaborados são divertidos, mas não são o que criam uma base de fãs duradoura capaz de sustentar uma franquia completa.

Fonte: ScreenRant

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