Thunderbolts* pode não ter sido a reunião de equipe mais tradicional do Universo Cinematográfico Marvel (MCU), mas certamente foi uma das mais audaciosas. Com elementos de equipe anti-herói, suspense de espionagem e estudo psicológico de personagens, o filme da Marvel Studios buscou subverter a fórmula usual, e em muitos aspectos, conseguiu. Contudo, apesar do público ter elogiado a química do time e as surpreendentes viradas emocionais, Thunderbolts* também deixou alguns fãs coçando a cabeça com certas lacunas no enredo.
Para começar, a aparição de Bucky Barnes, o Soldado Invernal transformado em relutante super-herói, como um congressista dos EUA, pareceu um delírio. Esse ponto da trama, introduzido brevemente em `Captain America: Brave New World` e depois de forma mais significativa na parte inicial de Thunderbolts*, foi tratado como uma séria mudança de vida para Bucky. O mais estranho é que ele nem mesmo o usa como uma identidade secreta; ele é apenas… um congressista.
Seria crível que o homem que uma vez socou o Homem de Ferro no rosto estaria agora votando em projetos de infraestrutura. Aparentemente, nem Bucky estava convencido, pois não demorou muito para ele voltar ao modo Soldado Invernal em sua motocicleta, destruindo capangas de Valentina Allegra de Fontaine, sem nunca mais retornar ao seu ‘emprego diário’. Os fãs se perguntam se isso foi uma piada mal sucedida ou uma mudança de personagem séria que foi simplesmente abandonada sem explicação.
Precisamos de confirmação: Bucky voltará ao Congresso. Outro ponto intrigante foi a breve, porém impactante, introdução do Sentinela. Quando os fãs da Marvel ouviram que Bob Reynolds, também conhecido como Sentry, se juntaria ao MCU, as expectativas eram altíssimas.
Nos quadrinhos, Sentry é um dos seres mais poderosos da Terra, que também contém a entidade monstruosa O Vazio. O filme Thunderbolts* constrói sua introdução, começando com o nervoso Bob, interpretado por Bill Pullman, sendo resgatado pela equipe, apenas para ser baleado e levado ao quartel-general de Valentina. De lá, ele é ‘preparado’ para ser o mais novo super-humano, o que libera O Vazio e exige que a equipe Thunderbolts* o detenha.
Na cena pós-créditos, os Thunderbolts* — e Bob — são os ‘Novos Vingadores’, exceto que Bob escolheu não ser mais o Sentinela. Isso levanta mais questões: Por que trazer Sentry para o MCU se ele seria desabilitado após uma única aparição. Se Bob recusa o manto no universo que deveria apresentá-lo, teremos a mesma entrada descontrolada de O Vazio e a mesma distração problemática para seus colegas de equipe em filmes futuros.
Isso nos leva a mais uma questão confusa: o salto temporal de 14 meses na cena pós-créditos. Vemos Alexei tentando ser notado por potenciais fãs dos Novos Vingadores em um supermercado, e o resto da gangue (incluindo Bucky) vivendo na Torre de Vigia — o edifício de Valentina que já foi de Tony Stark. O que aconteceu nesse período.
Mais de um ano de potencial repercussão global, a promessa de Kingpin de banir o vigilantismo e oportunidades de trabalhar com o Capitão América e sua equipe. No entanto, o filme ignora tudo isso, não oferecendo clareza sobre quais missões a nova equipe assumiu, como estão se saindo ou se já têm inimigos. Para um universo construído na interconectividade, é um raro momento de silêncio narrativo.
Conforme prometido, abordamos o problema da marca Capitão América e Vingadores. O MCU deixou claro que os ‘antigos’ Vingadores se foram. O Homem de Ferro está morto, Steve Rogers se aposentou como Capitão América, e o Hulk está criando filhos ou consertando braços.
Mas Thunderbolts* revela que os direitos autorais da marca ‘Os Vingadores’ são de propriedade do Capitão América de Sam Wilson, e ele não está feliz com o nome da equipe ‘Novos Vingadores’ de Valentina. Isso significa que existem duas equipes dos Vingadores. O problema.
Ninguém nos diz quem são os ‘verdadeiros’ Vingadores ou o que estão fazendo. E onde está Sam Wilson neste filme. Por que ele está tão preocupado com os direitos autorais do nome.
Isso parece fora do personagem para o novo Capitão América, reduzindo-o a algo mesquinho quando ele certamente tem coisas maiores para resolver. O artigo original levanta ainda mais questionamentos, como a ausência de heróis como Homem-Aranha e Demolidor em face de ameaças como a de O Vazio, mas a discussão é interrompida. Essa lacuna reflete a frustração geral dos fãs com as pontas soltas deixadas por Thunderbolts*.
Embora o filme tenha sido um sopro de ar fresco por sua abordagem diferente, ele certamente abriu mais mistérios do que fechou, deixando a audiência ansiosa por respostas em futuras produções do MCU. Resta saber se essas perguntas serão abordadas ou se permanecerão como enigmas no vasto e em constante expansão universo Marvel.