A quarta temporada de The Witcher, série da Netflix, gerou controvérsia, mas há um ponto crucial a ser esclarecido. Desde a segunda temporada, a produção tem enfrentado críticas. Enquanto a primeira temporada foi um sucesso, as seguintes provocaram novas ondas de indignação.
A principal crítica na quarta temporada focou na interpretação de Geralt de Rivia por Liam Hemsworth. Embora sua atuação não tenha sido o problema, o ator enfrentou um desafio após a saída de Henry Cavill. Contudo, a polêmica não para por aí. Outra reclamação comum sobre The Witcher temporada 4 é o início de um novo romance de Ciri com Mistle.
Alguns espectadores consideraram o relacionamento homoafetivo de Ciri com Mistle como parte de uma “agenda woke” da série. Naturalmente, qualquer romance queer em uma produção pode gerar reações negativas. No entanto, neste caso, os mais críticos acusaram a Netflix de fazer alterações significativas na história original. Embora a série The Witcher tenha, de fato, promovido algumas mudanças questionáveis em relação ao cânone dos livros, esta não é uma delas.
O romance de Ciri com Mistle em The Witcher é cânone
É natural que fãs dos livros sejam críticos em relação às adaptações televisivas, assim como ocorre com praticamente qualquer outro projeto. Contudo, parece que alguns defensores do cânone de The Witcher esqueceram que o romance de Ciri com Mistle é diretamente extraído dos livros de Andrzej Sapkowski.
As aventuras de Ciri com os Ratos se estendem por alguns livros, mas seu relacionamento com Mistle teve início oficial em Baptism of Fire. Esta obra foi publicada originalmente em 1996, com a edição em inglês lançada anos depois, em 2014. Isso torna difícil argumentar que o romance de Ciri foi incluído na história para agradar ao público moderno ou por qualquer tipo de agenda social.
É claro que ainda há muitos pontos a serem criticados na série The Witcher da Netflix. As temporadas 2 e 3 realmente bagunçaram o cânone. No entanto, comparativamente, a quarta temporada se manteve bastante fiel ao material original. Foi apenas um esforço tardio, e esse fato apenas aumentou os mal-entendidos sobre a sexualidade de Ciri em The Witcher.
Motivos para os mal-entendidos sobre a sexualidade de Ciri
Espectadores que não leram os livros podem ter assumido que Ciri não era canonicamente bissexual, pois personagens literários assim não eram tão comuns nos Estados Unidos nos anos 90. Além disso, Jaskier não era gay nos livros de The Witcher, então alguns espectadores podem presumir que uma mudança desnecessária semelhante foi feita com a personagem de Ciri.
Ainda assim, os mal-entendidos são mais provavelmente o resultado da indignação geral com as mudanças feitas pela Netflix em The Witcher. É uma frustração válida, mas inspirou alguns a agir precipitadamente. Grande parte dessa indignação também vem daqueles que estão mais familiarizados com os jogos de The Witcher do que com os livros. Ciri ainda não demonstrou sua sexualidade nos jogos, embora isso deva mudar.
Será interessante observar a recepção do próximo jogo The Witcher 4, que colocará Ciri em destaque. Os jogadores poderão se relacionar romanticamente com personagens, incluindo mulheres. Se as pessoas assumirem que os jogos seguiram o exemplo da Netflix com Ciri, elas podem novamente gritar “woke” e se voltar para a indignação. É por isso que é importante você saber: o romance de Ciri na quarta temporada de The Witcher não é o problema que você pensa que é.
Fonte: ScreenRant
