The Umbrella Academy: Onde a Netflix Errou Feio nas Últimas Temporadas? The Umbrella Academy: Onde a Netflix Errou Feio nas Últimas Temporadas?

The Umbrella Academy: Onde a Netflix Errou Feio nas Últimas Temporadas?

Quando The Umbrella Academy chegou, o gênero de super-heróis recebeu um chacoalhão sem igual. Em sua primeira temporada, lançada em 2019, a série prometia virar de cabeça para baixo tudo o que esperávamos de uma história de supers: uma família totalmente excêntrica, cheia de falhas, poderes bizarros e uma trama que misturava humor ácido com emoção genuína da melhor forma possível. Mas nem tudo que é ouro permanece para sempre.

À medida que a série avançava, toda aquela magia que cativou o público e construiu uma base de fãs leal começou a se desfazer. A fórmula funcionou perfeitamente nas duas primeiras temporadas, mas a terceira chegou, tentou explodir o universo e acabou mostrando as primeiras rachaduras reais — e a partir daí, foi ladeira abaixo. A terceira temporada de The Umbrella Academy introduziu a Sparrow Academy, uma nova “família” de superpoderosos que supostamente agitaria a trama logo no primeiro episódio.

A ideia, de fato, parecia sólida, mas a execução. Nem tanto. Os novos personagens pareciam vazios, sem profundidade.

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Além disso, toda a temporada transmitiu uma sensação de pressa, tentando equilibrar diversas linhas narrativas sem desenvolver nenhuma delas adequadamente. Um exemplo claro é Ben (Justin H. Min), que subitamente muda seu visual por completo, passando de um desleixado para uma versão impecável.

A mudança foi uma escolha deliberada da produção e, embora possa parecer um detalhe menor, para os fãs mais dedicados, coisas assim fazem diferença — e, quando não são relevantes para o enredo, parecem apenas desleixo.

Falando em mudanças, houve também a transição de Vanya para Viktor, espelhando a transição da vida real de Elliot Page. Foi um movimento significativo e apoiado, mas a forma como a série o abordou não se encaixou tão naturalmente quanto deveria. Pareceu mais que os roteiristas estavam apenas tentando encaixá-lo rapidamente, em vez de deixá-lo evoluir de maneira mais orgânica.

Adicionalmente, embora a trilha sonora ainda tivesse seus momentos brilhantes (como a cena icônica de “Footloose”), não causava o mesmo impacto de antes. Os efeitos visuais (CGI) também sofreram uma queda; alguns pareciam datados ou malfeitos. A temporada 3 não foi exatamente um desastre, mas definitivamente marcou o momento em que as coisas começaram a balançar.

Os números comprovam isso: a crítica foi majoritariamente gentil, dando 91% no Rotten Tomatoes, mas a pontuação da audiência caiu para cerca de 54%. Um sinal claro de que os fãs de The Umbrella Academy começavam a se sentir desapontados.

Então, o que deu errado. É difícil apontar uma única coisa, mas, considerando o período, a pandemia teve um grande impacto.

Orçamentos mais apertados e planos alterados resultaram em um roteiro (que antes era afiado) se tornando uma bagunça de ideias sem foco claro. A temporada tentou fazer demais de uma vez, deixando personagens-chave como Allison (Emmy Raver-Lampman) e Luther (Tom Hopper) de lado, e introduzindo os Sparrows, que acabaram adicionando mais confusão, quase como se estivessem lá apenas para preencher o tempo de tela. O ritmo estava por todo lado: alguns episódios se arrastavam, outros corriam através de momentos cruciais.

E por causa disso, o cerne emocional simplesmente se esvaiu, deixando a série dispersa. A temporada 4 poderia ter corrigido esses problemas — ela teve a chance. Mas, em vez disso, só piorou as coisas.

Foi quase inacreditável o quão baixo a série tinha caído. A temporada final foi um fracasso retumbante, com apenas 56% de aprovação dos críticos e brutais 19% da audiência. O humor ficou ridículo, com piadas exageradas e momentos bizarros, como uma obsessão aleatória por “Baby Shark” que ninguém pediu.

E aquele romance entre Cinco (Aidan Gallagher) e Lila (Ritu Arya). Incomodo e problemático. Além disso, houve falhas de produção, com erros de continuidade notáveis e edição apressada.

E o reviravolta final. Eles simplesmente apagaram tudo. Destruíram o universo.

Pareceu que apertaram um botão de reset sem motivo real, desfazendo todo o desenvolvimento anterior de The Umbrella Academy. No fim das contas, a temporada 3 não foi apenas um tropeço, mas um alerta. Foi um sinal vermelho piscando que a série estava se desviando do que a tornava especial.

Mas ninguém parou para consertar. Os personagens começaram a agir de forma inconsistente, toda a história perdeu sua emoção, o ritmo se tornou tão desequilibrado que os espectadores não conseguiam absorver e entender o que estava acontecendo ou o que aconteceria, e houve uma drástica falta de resolução (como se tudo que foi adicionado na temporada 3 tivesse sido em vão). Dada a primeira temporada e sua premissa, The Umbrella Academy tinha o potencial de se recuperar, e todos sabiam disso.

O problema foi que ela não conseguiu se sustentar, quase como se não houvesse luz no fim do túnel — não é à toa que algumas pessoas a comparam à situação negativa de ‘Game of Thrones’. A série simplesmente provou que mesmo as melhores ideias não sobrevivem quando a execução falha. É inútil.

E o pior é que vimos acontecer, episódio após episódio, com aquele desconforto crescente de alguém que sabe que já foi fã de algo que agora mal reconhece. The Umbrella Academy é sobre quando a história termina antes que ela realmente acabe.

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