Rod Serling’s The Twilight Zone é lendária por suas reviravoltas impactantes. Nem todas eram perfeitas, algumas até um tanto bobas, afinal, foram 156 episódios. Mas, quando funcionavam, elas eram geniais.
A força residia na surpresa genuína e nos personagens bem construídos. Nós nos apegamos a eles (ou os desaprovamos, conforme a intenção) e então sentimos o impacto esperado quando a virada acontece. De revelações de identidade a meros caprichos do destino, The Twilight Zone dominava a arte do “soco no estômago”.
Apresentamos aqui os melhores desfechos que ainda ressoam na memória dos fãs e que definiram o legado da série. “Time Enough at Last” (Temporada 1, Episódio 8): Neste episódio icônico, Burgess Meredith (o Rocky) interpreta Henry Bemis, um bancário tímido e entediado com a vida, cuja única alegria é a leitura. Após uma explosão nuclear, ele é o único sobrevivente e, para sua imensa alegria, pode finalmente ler sem interrupções.
No entanto, seu paraíso desmorona quando seus óculos caem e se quebram, um dos mais cruéis e memoráveis desfechos da televisão. “The Monsters Are Due on Maple Street” (Temporada 1, Episódio 22): Um episódio influente que inspirou remakes, esta é uma análise penetrante de quão pouca manipulação é necessária para virar uma sociedade contra si mesma. Estranhos acontecimentos perturbam Maple Street – luzes piscando, carros ligando sozinhos – levando os vizinhos a se acusarem mutuamente de serem alienígenas.
O twist final revela que, de fato, havia alienígenas observando e manipulando o caos, tornando o episódio um comentário mordaz sobre a paranoia humana. “The After Hours” (Temporada 1, Episódio 34): Este episódio tem temas comoventes sobre aceitação e aproveitar a vida. Seguimos Marsha, que entra em uma loja de departamentos para comprar um dedal de ouro e é estranhamente reconhecida pelos funcionários.
Após descobrir um defeito no item e tentar devolvê-lo, ela descobre que o nono andar, onde comprou, não existe. A vendedora é uma manequim, e o desfecho chocante revela que Marsha também é uma manequim, cujo mês de viver como humana chegou ao fim, devendo retornar ao seu estado inanimado. “Eye of the Beholder” (Temporada 2, Episódio 6): Assim como “The After Hours”, este episódio tem uma reviravolta tocante.
Janet Tyler está passando por sua décima primeira cirurgia, a última permitida em sua sociedade totalitária onde a beleza física é primordial. Se falhar, ela será ostracizada. Quando as bandagens são removidas, descobrimos que ela é linda, e são os médicos e enfermeiras que são “grotescos” pelos padrões daquela sociedade, virando o conceito de feiura de cabeça para baixo.
“The Invaders” (Temporada 2, Episódio 15): Um dos melhores episódios não escritos por Rod Serling, esta história segue uma mulher solitária em uma cabana. Ela não fala, e acreditamos que é devido ao isolamento. Quando minúsculos “alienígenas” invadem sua casa, ela mal reage.
O twist é que eles não são alienígenas, mas sim astronautas da Terra. A mulher, por sua vez, é a “alienígena” gigante, e sua falta de fala se deve ao desconhecimento de qualquer língua terrestre. Uma performance brilhante de Agnes Moorehead (de A Feiticeira) sustenta essa reviravolta surpreendente.
“Long Distance Call” (Temporada 2, Episódio 22): Embora visualmente um pouco datado (foi um dos poucos episódios gravados em videotape), “Long Distance Call” entrega uma conclusão genuinamente assustadora. Os episódios listados são apenas alguns exemplos de como The Twilight Zone soube subverter as expectativas do público, misturando ficção científica, horror e drama para entregar mensagens profundas sobre a natureza humana e a sociedade. Suas reviravoltas continuam a ser um marco na história da televisão, provando que uma boa história, com um final inesperado, pode ser verdadeiramente atemporal.