The Running Man: Final de Edgar Wright é muito feliz para a história

Descubra por que o final de The Running Man, de Edgar Wright, apesar de mais feliz, pode ter comprometido o impacto temático da obra.

A adaptação de Edgar Wright para The Running Man, baseada no romance de Stephen King, mantém a essência da história original, mas o final apresenta a maior alteração. Wright admitiu que o desfecho do livro precisava ser modificado para a nova versão cinematográfica.

O livro, embora envolvente, apresenta um final sombrio para o protagonista Ben Richards. Ele é informado que sua família foi morta e, em um ato de desespero, decide destruir o prédio da Games Network, levando a si mesmo, Killian e outros à morte. Essa conclusão, embora poderosa, não se alinha com o tom de um blockbuster de ação voltado para o entretenimento.

Ben Richards em cena de The Running Man
Ben Richards em cena de The Running Man.

A Adaptação de Edgar Wright para The Running Man

A adaptação de Wright e Michael Bacall incorpora o final original de King como parte da narrativa do filme. O programa de TV é retratado como um meio que persegue narrativas específicas para satisfazer o público, chegando a fabricar cenas de seus participantes. Killian (Josh Brolin) é mostrado como alguém que manipula os eventos, seguindo o roteiro de King.

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Idealmente, Killian deseja que Richards derrote McCone e seus caçadores, tornando-se a estrela de um spin-off. Ele até alega que McCone matou a família de Richards para criar a motivação necessária. No entanto, se Richards não cooperar, o produtor tem um final alternativo: simular que Richards tentou destruir o prédio da Network, forçando-os a abatê-lo.

Essa abordagem é inteligente, pois o filme se aproxima da trama do livro, e o final de King é o desfecho natural. Introduzir uma conclusão mais otimista sem preparo adequado seria insatisfatório. Assim, o filme caminha para o final de King como o desfecho planejado pela Network, permitindo que o herói o subverta sem que o público se sinta enganado.

Josh Brolin em cena de The Running Man
Josh Brolin em cena de The Running Man.

O Final Feliz de The Running Man

Apesar da inteligência da abordagem, o filme de Wright exagera no final feliz. A cena que desmente a morte de Richards é uma forma de subverter a narrativa oficial e preparar o terreno para o crescimento da resistência “Richards Lives”. No entanto, o filme vai além, adicionando duas cenas que se tornam excessivas.

A primeira confirma a sobrevivência da esposa e filha de Richards, mostrando seu reencontro. A segunda exibe uma revolta do público na gravação da próxima temporada de The Running Man, onde Richards reaparece para atirar em Killian. Individualmente, essas cenas poderiam ser satisfatórias, mas juntas, criam um desfecho exagerado.

É questionável a sobrevivência de Richards após o acidente de avião e a aparente falta de vigilância da Network, dada a sua capacidade de controle. Uma conclusão mais crível seria a morte pública de Richards em troca de um reencontro familiar discreto, o que ainda assim não impediria a revolução inspirada por sua performance. Se ele escapou, seria esperado que a Network monitorasse sua família.

Além disso, o final atual enfraquece o impacto temático do filme. Seria mais poderoso se o público, em nome de Richards, destruísse o set e Killian, independentemente do destino de Richards. Se ele é um herói de ação capaz de superar todos os obstáculos, salvar sua família e derrotar Killian, a revolta inspirada por ele perde seu propósito, tornando-se apenas uma torcida por sua vitória.

A intenção é mostrar o despertar do público contra o entretenimento violento e alienante. Contudo, o final sugere que Killian estava certo e que o programa Hunter Number Six poderia ter acalmado a raiva popular. O público parece mais chateado com a morte de seu personagem favorito do que com a opressão. Este final é uma vitória para Richards, mas não para a sociedade, e o filme precisava de mais para ser verdadeiramente significativo.

Fonte: ScreenRant

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