A 27ª temporada de South Park chegou ao fim de forma abrupta, com apenas cinco episódios. Em um movimento típico de Trey Parker e Matt Stone, eles brincaram com a numeração dos episódios, transformando o sexto capítulo em um episódio da 28ª temporada para satirizar o meme do número 666. Com isso, a 27ª temporada se tornou a mais curta da história da série, apresentando uma mistura de altos e baixos em sua curta duração.

5. “Wok Is Dead” (Temporada 27, Episódio 4)
Este episódio é uma sátira envolvente da popularidade do boneco Labubu e do pânico satânico associado, mas também expôs as limitações da caricatura de Trump introduzida na temporada. Embora a sátira ao personagem “Trump-Hussein” tenha sido refrescante inicialmente, a repetição do bordão “Donald Trump é Satanás” perdeu o impacto ao longo dos episódios. A revelação de que Satan estava grávido do filho de Trump pareceu um artifício para estender uma piada de uma única nota.

Apesar das críticas, os elementos envolvendo Labubu e a discussão sobre tarifas com o personagem City Wok trouxeram momentos de humor e comentários sociais pertinentes.
4. “Sickofancy” (Temporada 27, Episódio 3)
Este episódio marcou o fim da controversa linha narrativa da Tegridy Farms, com Randy decidindo vender o negócio e a família retornando para South Park. O episódio apresentou críticas sociais afiadas, como a militarização de Washington D.C. e o impacto das políticas de imigração na agricultura, embora a conexão entre essas tramas e a história principal tenha sido um tanto tangencial.
A performance de Randy, usando ChatGPT para apoio emocional e mergulhando no mundo dos tech-bros com o uso de cetamina, foi um dos pontos fortes do episódio, garantindo momentos de risada genuína.

3. “Conflict Of Interest” (Temporada 27, Episódio 5)
O final da temporada, “Conflict Of Interest”, mergulha em comentários sociais sobre o conflito Israel-Palestina e o discurso nos Estados Unidos. O episódio retorna o foco para a dinâmica entre Kyle e Cartman, resgatando a essência da série. A crítica à forma como as ações de Israel em Gaza afetam judeus globalmente é abordada de forma perspicaz, culminando em uma cena hilária com Sheila e Benjamin Netanyahu.
A subtrama envolvendo Trump e o FCC Brendan Carr, embora com potencial satírico, não atinge seu ápice, com o personagem simplesmente caindo escadas. No entanto, o episódio se destaca por trazer de volta a importância das interações entre os personagens centrais.
2. “Sermon On The ‘Mount” (Temporada 27, Episódio 1)
Como episódio de abertura, “Sermon On The ‘Mount” não economizou nas críticas à Paramount e ao governo Trump, satirizando a empresa por seu alinhamento político e o presidente por suas ações legais questionáveis. A série se apresentou como um espelho exagerado da mídia estatal, criticando diretamente o comportamento de Trump.

A representação de Trump como uma figura degenerada, em aliança com Satanás, trouxe relevância cultural à série. O encerramento com um PSA gerado por IA, apresentando um deepfake de Trump, solidificou o episódio como um marco da temporada.
1. “Got a Nut” (Temporada 27, Episódio 2)
Este episódio é um exemplo mestre da sátira política de South Park, examinando as ações governamentais e seu impacto nos cidadãos comuns. A crítica às operações da ICE e ao viés racial foi brilhantemente executada, com cenas chocantes como o desaparecimento da Dora, a Exploradora, e a representação de Kristi Noem como um monstro de horror corporal.
A sátira aos podcasters de direita, retratando Clyde e Cartman em debates racistas e misóginos, expôs a motivação financeira por trás dessas plataformas. A ida a Mar-a-Lago, com Trump como Sr. Roarke e J.D. Vance como Tattoo, foi uma paródia de Fantasy Island. “Got a Nut” encapsulou o melhor de South Park: inteligência, perspicácia e humor chocante.

Fonte: ScreenRant