A série Sherlock, da BBC, é uma das adaptações modernas mais aclamadas de Sherlock Holmes. Criada por Mark Gatiss e Steven Moffat, a produção transportou o famoso detetive e seus personagens para a Londres contemporânea, adaptando casos notórios para questões e tecnologias atuais.
A série teve um início promissor, com elogios à atuação de Benedict Cumberbatch como Holmes e Martin Freeman como Watson. No entanto, o declínio da qualidade começou a ser percebido a partir da terceira temporada, culminando em uma quarta e última temporada considerada decepcionante e a mais fraca da série.
Sherlock cometeu erros significativos em suas temporadas posteriores, mas o maior deles foi a traição aos seus fãs, manifestada de diferentes formas em alguns episódios.
Moriarty foi morto cedo demais
Nenhuma adaptação de Sherlock Holmes estaria completa sem seu arqui-inimigo, Moriarty. Sherlock antecipou sua aparição no primeiro episódio e, a partir daí, estabeleceu que Moriarty estava por trás da maioria dos crimes investigados por Holmes e Watson. No final da primeira temporada de Sherlock, Moriarty (Andrew Scott) fez sua estreia oficial.
Moriarty foi o principal vilão durante a segunda temporada de Sherlock, mas esta também foi sua última. A série atingiu seu ápice no final da segunda temporada, “The Reichenbach Fall”, onde Moriarty se esforçou para destruir a imagem de Holmes e levá-lo ao suicídio. No entanto, o detetive o superou no último minuto, mas Moriarty tinha um último truque inesperado.
Moriarty cometeu suicídio na frente de Holmes para que este não tivesse outra escolha a não ser fazer o mesmo. Embora Holmes tenha sobrevivido (em uma morte forjada), a série nunca se recuperou totalmente da perda de Moriarty e nunca apresentou outro vilão de igual impacto. A brilhante performance de Scott como Moriarty foi desperdiçada.
Sherlock nunca confirmou como Holmes forjou a própria morte
Falando sobre a morte forjada de Holmes, a maior traição de Sherlock foi nunca ter confirmado exatamente como o detetive conseguiu enganar a morte. No final de “The Reichenbach Fall”, foi confirmado que Holmes forjou sua morte, mas a grande questão era “como”. Infelizmente, o episódio de estreia da terceira temporada falhou em explicar isso.
“The Empty Hearse” mostrou o retorno de Holmes e seu reencontro com Watson, enquanto Anderson liderava um grupo de entusiastas que criavam todo tipo de teorias sobre a morte de Holmes. Para isso, Sherlock utilizou várias teorias de fãs da vida real, zombando de sua própria audiência através delas. Holmes chegou a visitar Anderson e contou uma versão do que aconteceu.
No entanto, quando Anderson se vira para perguntar sobre as inconsistências na história de Holmes, o detetive desaparece, sugerindo que tudo foi imaginação de Anderson, e assim, nenhuma explicação oficial foi dada. O restante de Sherlock nem sequer tentou explicar como Holmes forjou sua morte.
Sherlock fez mudanças desnecessárias em Mary Morstan
“The Empty Hearse” trouxe uma grande surpresa para Holmes e o público: Watson estava namorando Mary Morstan (Amanda Abbington) e eles estavam prestes a se casar. O problema não foi a introdução de Mary, pois era esperado que isso acontecesse com o progresso da série, mas sim as mudanças desnecessárias feitas na personagem.
Sherlock transformou Mary Morstan em uma ex-espiã com um passado complicado que eventualmente a alcançou, afetando seu casamento com Watson. Isso também levou à sua morte na quarta temporada, e até então, a série não havia feito nada para que o público se importasse com ela.
Sherlock introduziu uma terceira irmã Holmes
Muitas coisas deram errado nas temporadas 3 e 4 de Sherlock, mas a última cometeu um grande erro com a introdução repentina de uma terceira irmã Holmes, Eurus (Sian Brooke). Embora tenha sido revelado que ela estava escondida à vista de todos e se aproximando perigosamente de Watson, sua existência não fez sentido, pois ela nunca havia sido mencionada ou referenciada antes.
Eurus foi revelada como uma mente criminosa que matava desde muito jovem, sendo a responsável pela morte de um amigo de infância de Holmes, um evento tão traumático que Holmes o bloqueou de sua memória. Eurus foi posteriormente enviada para a prisão de segurança máxima de Sherrinford.
No entanto, nem mesmo isso conseguiu deter Eurus, pois ela manipulou todos ali, permitindo que entrasse e saísse da prisão como quisesse. Além disso, ela elaborou um plano extremamente elaborado e sem sentido para derrubar seus irmãos e Watson, apenas para ser superada no último minuto por seu famoso irmão.
A maioria desses erros e traições poderiam ter sido perdoados se Sherlock tivesse um final forte… mas não teve. O final da série girou em torno do plano de Eurus e um rápido histórico dos irmãos Holmes, o que tornou sua presença ainda mais sem sentido e desnecessária.
O plano de Eurus e todo o episódio final de Sherlock deixaram várias pontas soltas que talvez nunca sejam resolvidas, e isso foi ainda piorado pela adição de mensagens gravadas (francamente bregas) deixadas por Mary.
No final de Sherlock, Holmes e Watson se mudaram de volta para 221B Baker Street e começaram a aceitar casos novamente, o que o público pedia desde a terceira temporada, mas só obteve em uma rápida montagem. Sem uma quinta temporada, Sherlock teve um dos finais mais decepcionantes da década.
Fonte: ScreenRant
