Shawn Layden: Jogos Live-Service Não São Jogos De Verdade

Ex-presidente da PlayStation, Shawn Layden, declara que jogos live-service não são ‘jogos de verdade’, criticando a estratégia da Sony.

Shawn Layden, ex-presidente da PlayStation, expressou uma visão controversa sobre o mercado de jogos: para ele, títulos live-service não deveriam ser considerados jogos. A declaração surge em um momento em que a Sony tem investido pesadamente nesse modelo, com resultados mistos.

A Sony iniciou esta geração com o objetivo de se consolidar como uma potência em jogos online e live-service. Planos ambiciosos incluíam uma linha de 12 títulos focados em multiplayer para afastar o console da fama conquistada com experiências single-player. Contudo, o sucesso foi limitado. Apenas Helldivers 2, aprovado pela gestão anterior de Layden, alcançou reconhecimento. Projetos como Concord, que teve uma estreia discreta e foi rapidamente retirado do mercado, e o cancelamento de um MMO de Horizon, um God of War live-service e o jogo Factions de The Last of Us, evidenciam os desafios da estratégia.

A Visão de Layden sobre Jogos

Em entrevista ao The Ringer, Layden declarou: “Um jogo live-service para mim não é realmente um jogo. É um dispositivo repetitivo de engajamento de ação”. Ele ressalta que, para ele, um jogo de verdade precisa de três elementos essenciais: história, personagem e um mundo. Títulos como Horizon, God of War e Uncharted exemplificam essa concepção.

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Por outro lado, Layden descreve jogos live-service como aqueles que necessitam de uma ação repetitiva acessível, capacidade de comunicação entre jogadores e o desejo contínuo de jogar. Essa filosofia foi um dos motivos que levaram à sua saída da empresa em 2019.

Shawn Layden, ex-presidente da PlayStation, critica jogos live-service.
Ex-PlayStation Boss Shawn Layden.

Desafios da Sony no Mercado Live-Service

A estratégia da Sony enfrenta um mercado saturado, dominado por títulos como Fortnite, Rainbow Six Siege, League of Legends, Counter-Strike e Overwatch 2. Esses jogos são projetados para reter jogadores em seus ecossistemas, dificultando a entrada de novos competidores.

“A estrada está cheia de gente querendo enfrentar o Fortnite, com pessoas tentando fazer o Overwatch com skins diferentes”, comentou Layden sobre a dificuldade de se destacar. A competição é acirrada, e as experiências multiplayer genéricas, como a de Concord, não são suficientes para capturar a atenção do público.

A busca da Sony por um equivalente ao Fortnite, impulsionada pela promessa de lucros contínuos, pode ser uma ilusão para muitos. Layden aponta que “se você está tentando entrar nesse espaço porque tem essa ilusão em sua mente de grandes sacos de dinheiro chegando todos os dias pelo resto da vida, para a maioria, isso não acontece”.

Helldivers 2 é um dos poucos sucessos live-service da PlayStation.
Helldivers 2, um dos poucos sucessos live-service da PlayStation.

Helldivers 2 e a Esperança para Marathon

Helldivers 2 se destacou por oferecer uma experiência PvE pessoal e envolvente, com um tom satírico sobre democracia e cooperação em larga escala. Esse conceito inovador, que remete a uma mesa de Dungeons & Dragons para milhares de jogadores, conquistou o público.

O futuro da estratégia live-service da PlayStation pode depender de títulos como Marathon, desenvolvido pela equipe por trás de Halo e Destiny. No entanto, o jogo enfrenta um adiamento indefinido e acusações de uso de assets roubados, aumentando a pressão sobre o estúdio Bungie.

Apesar dos desafios, a Sony reafirmou seu compromisso em ser um “líder criativo em experiências single-player”, embora ainda mantenha planos para o mercado live-service. O sucesso de Marathon em superar as dificuldades que assombram os outros projetos da PlayStation ainda é uma incógnita.

Jogo Marathon da Bungie.
Marathon, um dos futuros jogos live-service da PlayStation.

Fonte: TheGamer

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