Existem muitas séries de TV marcantes em todos os gêneros, mas nem todas alteraram fundamentalmente a forma como a televisão é produzida. Algumas delas foram cruciais para moldar seus respectivos gêneros, servindo de inspiração e como base para produções futuras, ou abordando temas que antes eram considerados tabu.
Ellen
Estrelada por Ellen DeGeneres como a dona de livraria Ellen Morgan, a série acompanhava o cotidiano da personagem em Los Angeles, seus relacionamentos familiares, amizades, trabalho e dilemas pessoais. Exibida entre 1994 e 1998, Ellen marcou época em 1997 com o episódio “The Puppy Episode”, quando a protagonista se assumiu abertamente gay, pouco após a própria DeGeneres ter feito o mesmo publicamente.
O episódio foi um sucesso e Ellen Morgan se tornou a primeira personagem principal abertamente gay em uma sitcom. A série abriu caminho para maior visibilidade da comunidade LGBTQ+ na mídia, promovendo maior aceitação e abrindo portas para futuras representações.
Friends
Considerada uma das melhores sitcoms de todos os tempos, Friends acompanhou a vida de seis amigos em Nova York: Monica, Chandler, Joey, Phoebe, Rachel e Ross. Ao longo de dez temporadas, a série explorou os altos e baixos em suas vidas sociais, pessoais e profissionais.
Enquanto Seinfeld já havia popularizado sitcoms focadas em amigos, Friends se destacou ao desenvolver tramas para seus personagens e influenciou a linguagem, as dinâmicas e a estrutura da série. Além disso, garantiu que todos os seis atores principais tivessem igualdade salarial e status de elenco principal.
The Real World
Reality shows muito devem a The Real World. A série, exibida por 33 temporadas entre 1992 e 2019, reunia jovens de diferentes perfis para viverem juntos em uma residência, com câmeras acompanhando-os 24 horas por dia. O formato permitiu a representação crua de temas como sexualidade, religião, drogas e morte, temas raramente abordados na TV da época.
Apesar de posteriormente ser vista como um espaço para imaturidade, The Real World estabeleceu o formato de reality show como o conhecemos, com foco no drama interpessoal, entrevistas confessionais e edição que realça emoções e narrativas, abrindo caminho para programas populares como Jersey Shore.
The Simpsons
The Simpsons é uma das mais longevas animações da TV, acompanhando a família titular e os habitantes da fictícia Springfield. A série é conhecida por sua mistura de comédia, comentários sociais e sátira política, ocasionalmente tocando em temas mais sérios.
A série popularizou as sitcoms animadas para o público adulto, combinando humor com crítica social e política. Sua influência abriu portas para outras séries de animação como South Park, Family Guy e Rick and Morty.
The Twilight Zone
Criada por Rod Serling, The Twilight Zone é uma antologia de ficção científica, fantasia e terror que foi ao ar entre 1959 e 1964. Cada episódio contava uma história independente, geralmente com um toque de suspense e uma mensagem moral.
A série popularizou o formato antológico e elevou os gêneros de ficção científica e terror, provando que poderiam abordar temas sérios e promover reflexão. Também se destacou pela diversidade de seu elenco e por lançar carreiras de atores renomados.
Star Trek
Star Trek, criada por Gene Roddenberry, é uma série de ficção científica que, apesar de curta (três temporadas entre 1966 e 1969), tornou-se um marco. Acompanhando a tripulação da nave USS Enterprise, a série ofereceu uma visão otimista do futuro, contrastando com outras produções da época.
Seu maior impacto reside na diversidade, apresentando uma tripulação multicultural e o primeiro beijo interracial na TV, além de abordar temas sociais e políticos relevantes de forma inovadora.
House of Cards
House of Cards, um thriller político, foi um divisor de águas para o streaming. Baseada no livro e minissérie britânicas homônimas, a série acompanha a ambição do casal Frank e Claire Underwood em Washington D.C.
A série se tornou a primeira grande produção original da Netflix, provando que plataformas de streaming poderiam entregar conteúdo de alta qualidade com grandes nomes de Hollywood. O lançamento de temporadas completas de uma vez, modelo popularizado por House of Cards, moldou a forma como consumimos séries hoje.
The Sopranos
The Sopranos, drama criminal de David Chase, apresentou Tony Soprano, chefe da família mafiosa DiMeo. A série explora os conflitos de Tony em equilibrar sua vida familiar e criminosa, além de suas lutas pessoais que o levam à terapia.
A série revolucionou a TV com seu anti-herói moralmente ambíguo, personagens complexos e produção de alta qualidade, iniciando a chamada “Era de Ouro da televisão”. The Sopranos consolidou a HBO como um canal de produções televisivas de excelência.
I Love Lucy
I Love Lucy estrelou Lucille Ball como Lucy Ricardo, uma dona de casa que vive se metendo nas mais engraçadas e absurdas situações. A série foi fundamental para o desenvolvimento das sitcoms.
Filmada com três câmeras diante de uma audiência ao vivo e utilizando filme de 35mm, permitiu as exibições repetidas (reruns). I Love Lucy também foi pioneira ao mostrar uma mulher grávida na tela, e seu tom e estilo de comédia moldaram o gênero.
Dallas
Dallas, um drama exibido por 14 temporadas, acompanhou a rica família Ewing, proprietária da petrolífera Ewing Oil e da fazenda Southfork. A série é lembrada por momentos que mudaram a televisão para sempre.
O episódio “Who Shot J.R.?” se tornou um fenômeno cultural e popularizou os ganchos de final de temporada. A “temporada de sonho”, onde a morte de Bobby Ewing foi revelada como um sonho de sua esposa, também se tornou um clichê televisivo. Dallas redefiniu vilões carismáticos, com J.R. Ewing se tornando o personagem mais popular da série.
Fonte: ScreenRant