Algumas séries de TV conseguem a proeza de encantar o público desde o primeiro episódio até o último, com pilotos e finais de série igualmente impactantes. Embora muitas produções iniciem com força e percam o fôlego ao longo do caminho, ou comecem fracas e melhorem gradualmente, existem joias que mantêm a qualidade, provando que é possível contar uma história de forma completa e satisfatória.
Friends (1994-2004)
Comparar o episódio piloto de Friends com seu final revela por que a sitcom dos anos 90 ainda ressoa tanto. Além do humor e das frases icônicas, a série é, acima de tudo, uma história emocional sobre a beleza da amizade e o amadurecimento.
O primeiro episódio apresenta Rachel Green (Jennifer Aniston) recém-solteira se juntando ao grupo, e o final a mostra, junto com os outros, mais unida do que nunca. O romance entre Rachel e Ross Geller (David Schwimmer), que começa no piloto, é concluído com um compromisso mútuo.
O desfecho é tocante e realista. Embora saibamos que o grupo não se verá todos os dias, com Monica Geller (Courteney Cox) e Chandler Bing (Matthew Perry) mudando-se para os subúrbios, eles continuarão presentes na vida uns dos outros, e essa sensação de continuidade é reconfortante.
Orphan Black (2013-2017)
Os episódios de estreia e encerramento de Orphan Black destacam o incrível talento de Tatiana Maslany, que interpreta diversas clones com personalidades distintas e fascinantes.
A série de ficção científica acompanha Sarah Manning em sua jornada, descobrindo a existência de outras clones. O final a mostra, junto com suas sósias, formando um laço forte após a superação da ameaça principal.
O ponto alto do final de Orphan Black é a constatação do crescimento pessoal de Sarah, que aprende a aceitar ajuda e amor, tornando a conclusão extremamente gratificante. Diferente de algumas produções de ficção científica que deixam pontas soltas ou apresentam reviravoltas confusas, esta série entregou um encerramento perfeito.
The West Wing (1999-2006)
The West Wing termina de forma semelhante a como começou: com uma dose de esperança e otimismo sobre a vida e a política. O episódio piloto traz uma cena cômica de Presidente Jed Bartlet (Martin Sheen) sofrendo um pequeno acidente de bicicleta, enquanto sua equipe lida com uma nova crise.
A expectativa era que o aclamado drama de Aaron Sorkin concluísse com o fim da presidência de Bartlet, e o último episódio entrega a emoção esperada. Com Bartlet refletindo sobre “o amanhã” e sua equipe decidindo ir ao cinema por incerteza sobre o futuro, a série apresenta um final emocionante e sem exageros.
ER (1994-2009)
A maioria das séries com mais de dez temporadas não consegue manter a qualidade em seus episódios iniciais e finais, mas ER é uma exceção. O primeiro episódio, “24 Hours”, é uma introdução emocionante ao romance entre Carol Hathaway (Julianna Margulies) e Doug Ross (George Clooney), além de expor a dura realidade da medicina através da história do Dr. Mark Greene (Anthony Edwards).
O final de ER, “And in the End…”, mantém o mesmo centro emocional e ritmo acelerado. Vemos os médicos que acompanhamos por mais de uma década lutando contra o cansaço para salvar vidas, transmitindo a mesma sensação de calor humano do episódio piloto.
Em vez de chocar os fãs com mortes inesperadas ou ausência de personagens importantes, o último episódio do drama médico parece mais um dia comum nesta série fantástica, com uma participação marcante de Noah Wyle, o que a torna tão bem-sucedida.
Oz (1997-2003)
O primeiro episódio de Oz, “The Routine”, apresenta o violento ambiente prisional para um grupo de detentos. Já o último, “Exeunt Omnes”, marca a saída de todos, o que faz sentido para um local tão peculiar.
Embora algumas partes do aclamado drama da HBO fossem perturbadoras, como o uso de pílulas para acelerar o envelhecimento dos detentos, o final funcionou bem. Os melhores finais de série frequentemente mostram os personagens principais partindo para iniciar uma nova fase da vida, e Oz concluiu deixando claro que aqueles personagens não ficariam presos para sempre.
The Wire (2002-2008)
O aclamado drama policial da HBO, de David Simon, não só teve um piloto e um final de série impecáveis, como também é difícil encontrar um episódio ruim em suas cinco temporadas.
O primeiro episódio estabelece o universo da série, apresentando personagens-chave como o detetive Jimmy McNulty (Dominic West) e o traficante Stringer Bell (Idris Elba). O final resolve o arco do serial killer da quinta temporada e atualiza o destino de cada personagem.
O maior mérito do final de The Wire é o foco na beleza e na dor da vida em Baltimore, Maryland. Acompanhar a jornada desses personagens e imaginá-los seguindo suas vidas complexas no futuro é uma experiência gratificante.
The Sopranos (1999-2007)
Enquanto o final de The Sopranos é mais controverso do que seu piloto universalmente aclamado, que equilibra uma cena terna de Tony Soprano (James Gandolfini) cuidando de patos com sua vida violenta como chefe da máfia, ambos os episódios se destacam como alguns dos melhores da TV.
Do início ao fim, The Sopranos deixa claro que a família é a prioridade de Tony. Isso o torna mais humano e relacionável. E, dado o perigo constante em que Tony vive, a constante apreensão de que algo ruim lhe aconteça torna a cena final perturbadora e inesquecível.
Mad Men (2007-2015)
Tanto Don Draper (Jon Hamm) quanto Peggy Olson (Elizabeth Moss) evoluíram significativamente até o final de Mad Men, o que torna a conclusão satisfatória. No piloto, Don está envolvido em um caso extraconjugal e no auge do mundo publicitário, enquanto Peggy é uma secretária tímida e assustada.
No final, Don começa a refletir mais sobre seus sentimentos e traumas em um retiro espiritual, chegando a admitir para Peggy que não é perfeito, algo que jamais imaginaríamos ver.
Peggy, por sua vez, ganha mais confiança na vida e no trabalho, sabendo que continuará buscando suas paixões na publicidade sem Don e se permitindo viver um romance com Stan Rizzo (Jay R. Ferguson). Era certo que Don precisava confrontar seus demônios, e Peggy encontraria o sucesso que merecia.
The Leftovers (2014-2017)
Se o piloto de The Leftovers estabelece o mistério do “Sudden Departure” (Partida Súbita), evento que fez 2% da população mundial desaparecer, o final da série o responde… possivelmente.
Existem duas interpretações possíveis para o final, o que se alinha perfeitamente com a série da HBO, que nos leva a refletir profundamente sobre o que faríamos ao ter que viver sem as pessoas que amamos.
Após conhecerem o determinado Kevin Garvey (Justin Theroux) e a desolada Nora Durst (Carrie Coon) no piloto, embarcamos em uma jornada perturbadora com eles. É comovente vê-los conversando no final. Independentemente de acreditarmos ou não na história de Nora sobre encontrar sua família em outra realidade, The Leftovers é uma narrativa envolvente sobre morte e amor.
Breaking Bad (2008-2013)
Após a chocante cena de Walter White (Bryan Cranston) correndo para fora de um trailer de roupa íntima, era difícil imaginar que Breaking Bad pudesse superar seu episódio piloto. No entanto, o último episódio, “Felina”, é igualmente eficaz, combinando ação intensa com profundidade emocional.
Era claro que Walt morreria no final da série, seja pela doença terminal ou pela vida criminosa. Embora sua cena final seja definitivamente violenta e alarmante, ele parece aceitar seu destino, o que representa o encerramento adequado para sua história única.
Fonte: ScreenRant
