Embora Suits tenha sido um grande sucesso nas plataformas de streaming, com sua narrativa ágil e personagens carismáticos como Harvey Specter e Mike Ross, o gênero de dramas jurídicos oferece obras que vão além. Diversas séries exploram o universo dos tribunais com roteiros mais elaborados, reviravoltas surpreendentes e personagens com profundidade emocional superior, provando que o sucesso de Suits não o consagra como o melhor do gênero.



The Split: Drama Familiar com Tensão Máxima
A série britânica The Split foca no direito de família, trocando os arranha-céus corporativos de Suits pelas complexidades das emoções humanas. Protagonizada por Hannah Stern (Nicola Walker), a série mergulha nas consequências pessoais de conciliar ambição e moralidade, oferecendo um realismo emocional que contrasta com o brilho Manhattaniano de Suits.

O diferencial de The Split está em sua autenticidade. Ao expor o custo pessoal do trabalho jurídico, a série conquista com sua crueza e vulnerabilidade, apresentando fortes protagonistas femininas e rivalidades profissionais intensas que ressoam com fãs de Suits, mas com um toque mais realista.
How To Get Away With Murder: Narrativa Ousada e Reviravoltas Impactantes
Criada por Shonda Rhimes, How To Get Away With Murder estrela Viola Davis como Annalise Keating, uma professora de direito criminal cujos alunos se envolvem em um assassinato. A estrutura episódica, repleta de flash-forwards e reviravoltas chocantes, confere um ritmo acelerado que faz a fórmula de Suits parecer conservadora.

Enquanto Suits se apoia em charme e jogos corporativos, HTGAWM é um turbilhão de caos amparado por genialidade jurídica. A ambiguidade moral de Annalise Keating e sua complexidade emocional superam a frieza de Harvey Specter, solidificando-a como uma das protagonistas mais multifacetadas do gênero. A série oferece uma mistura similar de mentoria, segredos e diálogos jurídicos afiados, mas com uma ousadia que garante resultados deliciosos.
The Good Fight: Crítica Social e Drama Jurídico com Fogo Político
Um spin-off de The Good Wife, The Good Fight acompanha Diane Lockhart (Christine Baranski) em sua jornada para reconstruir a carreira após um escândalo financeiro. Ao se mudar para um escritório de advocacia predominantemente negro em Chicago, Diane se vê imersa em um mundo onde direito, política e ativismo colidem de forma explosiva.

A série se destaca por sua coragem em abordar temas atuais sem sacrificar o humor ácido e a narrativa focada nos personagens. The Good Fight é ousada e relevante, injetando um fogo político em um drama jurídico elegante. Seus diálogos rápidos e jogos de poder são um prato cheio para fãs de Suits, mas com uma camada extra de provocação intelectual.
Goliath: Realismo Cru e Profundidade Emocional
Goliath, estrelada por Billy Bob Thornton como Billy McBride, um advogado desacreditado que luta contra corporações corruptas. Em contraste com o ambiente polido de Suits, Goliath mergulha no submundo do sistema de justiça. É uma exploração noir de redenção e verdade, impregnada pela crueza de quem já viu demais.

O ponto forte de Goliath é sua autenticidade. Os casos parecem extraídos da realidade, e as batalhas de McBride contra a corrupção sistêmica oferecem um peso emocional que os dramas corporativos estilizados de Suits raramente alcançam. A série é mais lenta, sombria e recompensadora, um suspense jurídico com cicatrizes reais.
Billions: Diálogos Inteligentes e Jogos de Poder de Alto Risco
Billions transforma manobras legais em uma guerra total de intelecto e ego. Paul Giamatti como o Procurador Chuck Rhoades e Damian Lewis como o magnata do mercado financeiro Bobby Axelrod batalham pelo domínio em um mundo onde dinheiro, moralidade e manipulação se entrelaçam. Se Suits tornou o direito sexy, Billions o torna operístico.

A série se destaca pela densidade dos diálogos, pelas apostas mais altas e pela ambiguidade moral mais intrigante. Cada episódio de Billions é como um jogo de xadrez entre titãs que dobram a lei em vez de apenas praticá-la. Os fãs de Suits reconhecerão o mesmo escambo verbal e estratégia inteligente, mas encontrarão o tom de Billions mais afiado e cerebral.
The Good Wife: Personagens Ricos e Narrativa Jurídica Profunda
Liderada por Julianna Margulies como Alicia Florrick, The Good Wife narra a jornada de uma mulher reconstruindo sua carreira e reputação após o escândalo de seu marido. A série combina intriga jurídica com drama político, tecendo uma narrativa serializada que parece ao mesmo tempo íntima e épica. Seu equilíbrio entre formato procedimental e serializado redefiniu o drama jurídico moderno.

O que torna The Good Wife um dos melhores dramas jurídicos é seu equilíbrio entre estilo e substância. Enquanto Suits prosperava no carisma, The Good Wife dominava a complexidade, tanto em seus casos quanto em seus personagens. A escrita aprofunda zonas morais cinzentas que fazem Pearson Specter parecer idealista em comparação. A poderosa transformação de Alicia de uma esposa cautelosa para uma advogada confiante é um dos melhores arcos de personagem da TV.
Boston Legal: Humor Afiado e Insight Humano
Criada por David E. Kelley, Boston Legal estrela James Spader como Alan Shore e William Shatner como Denny Crane, dois advogados excêntricos cujas amizades e artimanhas em tribunal impulsionam o humor e o coração da série. Muito antes de Suits dominar os diálogos rápidos, Boston Legal os aperfeiçoou.

A série mistura comédia, comentário social e drama jurídico de forma transparente. Enquanto Suits frequentemente flerta com questões morais, Boston Legal as encara de frente e ri, conseguindo ser ao mesmo tempo absurda e instigante. Explora justiça, ética e envelhecimento com uma humanidade que Suits raramente toca. A disposição de Boston Legal em equilibrar o absurdo com a sinceridade a torna um dos melhores dramas jurídicos.
The Lincoln Lawyer: Abordagem Elegante e Realista do Gênero
The Lincoln Lawyer da Netflix acompanha Mickey Haller (Manuel Garcia-Rulfo), um advogado de defesa que gerencia seu escritório na parte de trás de seu Lincoln. Adaptada dos romances de Michael Connelly, a série mescla estrutura procedimental com ritmo moderno, entregando narrativas de caso da semana que parecem cinematográficas e concisas.

Onde Suits era melhor em imergir os espectadores na política do escritório de advocacia, The Lincoln Lawyer prospera na própria sala de tribunal. É mais fiel ao realismo jurídico, ao mesmo tempo que entrega o mesmo carisma polido e diálogos rápidos que os fãs anseiam. O charme de Mickey ecoa a confiança de Harvey, mas sua garra e vulnerabilidade o tornam muito mais relacionável. É a evolução natural para fãs de Suits.
Better Call Saul: Profundidade Trágica e Brilho Narrativo
Um prequel de Breaking Bad que supera sua obra-mãe, Better Call Saul transcende expectativas para se tornar um dos melhores dramas televisivos. Jimmy McGill (Bob Odenkirk) evolui de um advogado lutando para se tornar o moralmente corrupto Saul Goodman, uma transformação tão dolorosa quanto inevitável.

Diferente de Suits, impulsionada pela confiança externa, Better Call Saul examina o custo interno da ambição. É metódica, profundamente humana e visualmente magistral, usando cada quadro para explorar culpa, identidade e moralidade. Fãs de Suits admirarão a perspicácia de Jimmy e a genialidade de Kim Wexler (Rhea Seehorn), mas a profundidade emocional, complexidade moral e precisão artística de Better Call Saul a tornam não apenas um drama jurídico superior a Suits, mas um dos melhores programas de todos os tempos.
Fonte: ScreenRant