Diretor critica Ryan Murphy por explorar dor real em séries da Netflix

O diretor Osgood Perkins critica Ryan Murphy e a Netflix por explorarem a dor real de vítimas em séries de true crime, transformando tragédias em entretenimento.

O renomado diretor de terror Osgood Perkins criticou publicamente o produtor Ryan Murphy e a Netflix por sua abordagem controversa em séries de true crime. Perkins considera que Murphy constrói sua carreira explorando a dor real de vítimas e suas famílias, transformando tragédias em “conteúdo glamoroso e significativo”.

O Legado de Ryan Murphy e a Exploração da Dor

Perkins, filho do ator Anthony Perkins (famoso por interpretar Norman Bates em Psicose), expressou seu descontentamento após a estreia de Monster: The Ed Gein Story, a mais recente minissérie de Murphy que glamoriza a figura de um serial killer real. Ao ser questionado sobre a representação de seu pai na série, Perkins afirmou que “não tocaria nisso nem com vara de 10 metros” devido ao desrespeito e às liberdades criativas tomadas.

Charlie Hunnam como Ed Gein em 'Monster: The Ed Gein Story'
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Ryan Murphy é criticado por sua abordagem em séries de true crime.

Perkins lamentou que as minisséries de true crime produzidas por Murphy e pela Netflix frequentemente “perdem o contexto”, resultando em uma “Netflix-ização da dor real”. Ele argumenta que essa romantização de crimes reais e de figuras controversas desconsidera as experiências autênticas e o sofrimento das vítimas e seus entes queridos.

Um Padrão de Controvérsia e Críticas

Esta não é a primeira vez que Ryan Murphy enfrenta acusações de exploração. Diversas famílias e indivíduos impactados por crimes retratados em suas produções, como os casos de Jeffrey Dahmer, O.J. Simpson, e os irmãos Menendez, expressaram publicamente sua insatisfação por não terem sido contatados ou por considerarem que suas histórias foram distorcidas para fins de entretenimento.

Em 2025, Jack Schlossberg, sobrinho de John F. Kennedy Jr., criticou a série American Love Story por “lucrar de forma grotesca” com a história de sua família. Anteriormente, em 2016, as famílias de Nicole Brown Simpson e Ron Goldman manifestaram-se contra The People vs. O.J. Simpson: American Crime Story, alegando falta de contato e reescrita da história. Mais recentemente, em 2022, familiares de vítimas de Jeffrey Dahmer acusaram Murphy de insensibilidade em Monster: The Jeffrey Dahmer Story, contradizendo as declarações do produtor sobre ter notificado as famílias.

Representação dos irmãos Menendez em séries

Famílias de vítimas de crimes reais criticam a falta de sensibilidade de Murphy.

Essas críticas recorrentes apontam para um padrão: Murphy tem o hábito de tomar liberdades criativas excessivas, tornando suas narrativas mais sensacionalistas e, por vezes, sexualizando ou distorcendo a personalidade dos indivíduos retratados. Embora adaptações de histórias reais frequentemente envolvam ajustes para fins dramáticos, a abordagem de Murphy tem sido vista como uma exploração contínua e desrespeitosa do trauma alheio.

A Defesa de Murphy e a Falta de Contexto

Ryan Murphy frequentemente defende suas produções de true crime como um meio de “refletir a sociedade”. No entanto, críticos como Perkins apontam que, quando o espelho está tão distorcido que não reflete a realidade, ele se torna uma ferramenta de exploração e não de autoconhecimento. A forma como Murphy retrata crimes chocantes, muitas vezes com um tom exagerado e fetichista, reforça essa crítica.

Perkins exemplifica com uma cena em Monster: The Ed Gein Story onde uma vítima é apresentada como um animal abatido. Essa representação ignora a identidade e a humanidade da pessoa, reduzindo-a a um mero “figurante grotesco” para realçar o horror. A insistência de Murphy em retratar vítimas como “adereços” descartáveis para suas histórias de serial killers reitera a visão de Perkins: essa é uma abordagem que não deveria ser seguida.

Ryan Murphy, produtor de TV

O produtor Ryan Murphy é acusado de explorar a dor de vítimas em suas obras.

A postura de Murphy, que muitas vezes minimiza as críticas ou se desculpa de forma superficial (“desculpe se você se ofendeu”), apenas agrava a percepção de que a empatia e o respeito pelas vítimas não são prioridades em sua produção. A opinião de Perkins ressalta a necessidade de uma abordagem mais ética e contextualizada ao lidar com histórias reais de sofrimento no entretenimento.

Fonte: ScreenRant

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