O Universo Cinematográfico Marvel (MCU), lançado em 2008 com “Homem de Ferro”, tornou-se uma força dominante na cultura pop. A franquia expandiu-se exponencialmente, adaptando com maestria os quadrinhos para as telas.
A história do MCU é dividida em Fases, cada uma com seu próprio arco narrativo. A Fase 1 focou na apresentação individual dos Vingadores originais, culminando em “Os Vingadores” (2012).
Em 2025, com 17 anos de lançamentos, olhar para a Fase 1 do MCU revela pontos intrigantes e contraditórios. A perspectiva atual destaca peculiaridades antes despercebidas.
Um ponto curioso é o papel de Hawkeye. O clímax da Fase 1 o apresenta como um membro fundador dos Vingadores, ao lado de Homem de Ferro, Capitão América, Hulk, Thor e Viúva Negra.
Contudo, em “Os Vingadores”, Hawkeye passa a maior parte do filme controlado por Loki, agindo contra os heróis. Sua presença na formação inicial da equipe é questionável, tornando sua classificação como “fundador” uma falácia em retrospecto.
Outra inconsistência é a ausência da Capitã Marvel. Estreando em 2019 em um filme ambientado em 1995, sua ausência na Fase 1 cria problemas retrospectivos.
Considerando a história de Nick Fury com Carol Danvers, é estranho que ele mencione repetidamente a necessidade de proteger a Terra de ameaças extraterrestres, já conhecendo impérios alienígenas poderosos por quase duas décadas. Por que não a contatou para combater Loki e os Chitauri?
A história da S.H.I.E.L.D. também se torna mais evidente. “Homem de Ferro” (2008) introduziu o herói e lançou as bases para um universo compartilhado, em grande parte através da Organização Estratégica de Intervenção, Aplicação e Logística Doméstica.
Uma piada recorrente é a tentativa do Agente Phil Coulson de contatar Tony Stark, com personagens zombando do nome extenso da organização. No final do filme, Coulson menciona que usarão a sigla S.H.I.E.L.D.
Entretanto, filmes posteriores revelaram que a S.H.I.E.L.D. existia há décadas, com a sigla usada em flashbacks e viagens no tempo antes da aparição de Coulson. O que era uma referência divertida tornou-se uma inconsistência na continuidade do MCU.
Finalmente, o plano original de Thanos, revelado na cena pós-créditos de “Os Vingadores”, também parece sem sentido.
Thanos foi introduzido como a mente por trás dos eventos, prometendo ser uma grande ameaça. Contudo, seu plano de usar Loki e os Chitauri para dominar a Terra não se alinha com sua motivação posterior: equilibrar o universo eliminando metade da vida com as Joias do Infinito.
A obsessão do MCU por Thanos permaneceu forte, mesmo após sua derrota em “Vingadores: Ultimato”, mas seus primeiros passos parecem desconexos com o grande esquema revelado posteriormente.
Essas discrepâncias, embora menores, enriquecem a experiência de revisitar a Fase 1 do MCU, oferecendo um olhar mais aprofundado sobre a evolução e os desafios da construção de um universo cinematográfico tão vasto.