Quentin Tarantino prefere remake controverso de Psicose ao original

Quentin Tarantino revela preferência surpreendente pelo remake de Psicose de Gus Van Sant em detrimento do clássico de Alfred Hitchcock.

Quentin Tarantino, conhecido por suas opiniões fortes sobre cinema, revelou recentemente sua preferência por um remake controverso de um clássico, considerando-o superior à obra original.

Embora muitos cinéfilos e acadêmicos considerem Alfred Hitchcock um dos maiores cineastas de todos os tempos, Tarantino expressou em diversas ocasiões que o diretor é superestimado. Essa visão se estende a obras-primas como Psicose, um filme que Tarantino admite não ter se impressionado profundamente.

Quentin Tarantino prefere o remake de Psicose de Gus Van Sant ao original de Hitchcock

Vince Vaughan como Norman Bates no remake de Psicose
Vince Vaughan interpreta Norman Bates no remake de Psicose.

Lançado em 1960, Psicose, de Alfred Hitchcock, é considerado um marco do cinema de terror. O filme narra a história de Norman Bates, o proprietário de um motel, e sua relação perturbadora com a mãe. A obra recebeu quatro indicações ao Oscar e gerou sequências, um remake e uma série de TV.

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Apesar do reconhecimento crítico e da influência duradoura, Tarantino declarou que prefere o remake de 1998, dirigido por Gus Van Sant. Este remake, que recriou cena a cena o original em cores e com um novo elenco, incluindo Vince Vaughn como Norman Bates e Anne Heche como Marion Crane, foi recebido com críticas mistas e questionamentos sobre sua necessidade.

Tarantino defendeu o trabalho de Van Sant, descrevendo-o como uma “experiência” que, pelo menos, “tentava fazer algo“. O cineasta chegou a exibir o remake em seu cinema revival em Los Angeles, o New Beverly Cinema, em diversas ocasiões.

Tarantino também preferiu as sequências de Psicose ao filme original

Norman Bates do lado de fora da casa em Psicose II
Norman Bates do lado de fora da casa em Psicose II.

Curiosamente, Tarantino também declarou preferir Psicose II (1983) ao filme original. Ele elogiou o diretor Richard Franklin por ter criado uma “história de Norman Bates” em vez de simplesmente repetir a trama anterior. Segundo Tarantino, Franklin, a quem ele chamou de “Hitchcock australiano“, enfrentou o desafio de sequenciar um filme de Hitchcock em uma época em que o diretor era reverenciado como um santo cinematográfico.

“Hitchcock era definitivamente mais reverenciado do que é agora. Nos anos 80, Hitchcock era tratado como uma espécie de santo cinematográfico… Então, a ideia de refazer ou, especialmente, sequenciar [um filme de Hitchcock], as pessoas falavam disso como sacrilégio.”

Tarantino considera a atuação de Anthony Perkins como Norman Bates em Psicose II uma das melhores performances de terror de todos os tempos, destacando a forma como o filme nos faz torcer pela recuperação do personagem.

Tarantino explica sua aversão a filmes de Alfred Hitchcock

Trailer de Psicose (1960)
Trailer de Psicose (1960).

O cineasta já expressou publicamente sua falta de apreço por filmes de Alfred Hitchcock, incluindo obras como Intriga Internacional e Um Corpo que Cai, que ele classificou como “medíocres”. Tarantino também criticou Frenesi, chamando-o de “porcaria“.

Ele sugere que Hitchcock foi limitado pelas épocas em que trabalhou, especialmente pelo Código Hays, que restringia o que podia ser mostrado explicitamente. Tarantino acredita que, se Hitchcock tivesse dirigido nos anos 70, teria produzido filmes mais impactantes, mas que na década de 50, já era tarde demais para ele se adaptar plenamente.

Apesar de reconhecer que Hitchcock usava as restrições do Código Hays de forma astuta para transmitir suas mensagens de maneira sutil, Tarantino mantém sua opinião de que os filmes do diretor não o agradam.

Fonte: ScreenRant

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