Queens of the Dead: Crítica de comédia de horror queer inspirada em Romero

Crítica de Queens of the Dead: comédia de horror queer inspirada por George A. Romero. Filme celebra cultura drag, mas peca no roteiro.

George A. Romero revolucionou o cinema de horror, criando o conceito moderno de zumbis e usando suas obras para abordar questões sociais como racismo e consumismo. Oito anos após seu falecimento, sua filha, Tina Romero, faz sua estreia na direção de longas-metragens com Queens of the Dead, um filme que reimagina a fórmula clássica com um toque queer e glamouroso.

Premissa e Abordagem de Queens of the Dead

Queens of the Dead começa com uma estrutura típica de apocalipse zumbi: a origem desconhecida da infecção e a ameaça de ser mordido. No entanto, o filme, assim como os originais de Romero, não foca na praga em si. Em vez disso, a narrativa se concentra em um grupo de sobreviventes, majoritariamente drag queens, presos em uma boate após o show ser interrompido pela chegada dos mortos-vivos.

Tina Romero utiliza a premissa para mergulhar no universo vibrante e glamouroso do drag, incorporando maquiagem, música e personalidades extravagantes como elementos centrais. Contudo, a dedicação ao glamour é, por vezes, prejudicada pela falta de uma trama robusta. O filme funciona mais pela atmosfera e pelo sentimento que evoca, o que pode variar dependendo da conexão do espectador com a cultura queer. Embora celebre as subculturas LGBTQIA+, um roteiro mais forte poderia ter permitido a Queens of the Dead canalizar de forma mais eficaz as alegorias afiadas e a narrativa envolvente de George A. Romero.

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Interação e Temas Sociais

A maior parte de Queens of the Dead acompanha a interação entre os personagens presos na boate, com uma subtrama secundária de tentativas de reencontrar entes queridos que só se integra completamente no final. O filme explora como pessoas queer de diferentes perfis se adaptam à situação de estresse, frequentemente entrando em conflito. Essa dinâmica é usada para abordar diretamente temas como homofobia, transfobia, tratamentos hormonais, heteronormatividade, abuso de substâncias e a busca pela identidade.

Apesar das boas intenções e do compromisso com a diversidade, Queens of the Dead oscila entre o horror e a comédia. Os ataques de zumbis são raros, e os sobreviventes raramente parecem em perigo real, o que diminui a tensão. Embora haja piadas pontuais, o filme não se dedica a subverter clichês ou a rir da absurdidade da situação. Em vez disso, muitas vezes se assemelhade a uma coleção de vinhetas da vida cotidiana, unidas pelo cenário do surto zumbi.

Elenco e Cinematografia

O filme se destaca pela sua apresentação estilizada e pelo elenco energético. Atores como Jaquel Spivey e Katy O’Brian entregam momentos genuinamente emocionantes, enquanto Nina West, como Ginsey, brilha em suas aparições. A cinematografia de Shannon Madden, com atenção especial a cores e luz, eleva o material, criando cenas visualmente deslumbrantes, especialmente durante apresentações musicais. A equipe técnica contribui para tornar cada cena o mais brilhante possível, ajudando a disfarçar o roteiro minimalista escrito por Tina Romero e Erin Judge.

Apesar de alguns espectadores possam considerar a experiência estética suficiente, a falta de uma linha narrativa coesa dificulta manter o público engajado. Queens of the Dead tinha potencial para ser mais, especialmente com o talento envolvido em sua produção.

Queens of the Dead chega aos cinemas em 24 de outubro.

Fonte: ComicBook.com

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