Os Piores Reviravoltas nos Filmes da DC: De Batman a Coringa

Ranking das piores reviravoltas nos filmes da DC, incluindo erros em O Cavaleiro das Trevas, Superman: O Retorno e Mulher-Maravilha.

Nem todos os filmes da DC possuem reviravoltas épicas escondidas, mas aqueles que têm deixaram um grande impacto na história dos personagens e do cinema. Um exemplo é Batman de Tim Burton, que interliga as origens do herói e do Coringa de forma inédita, com Jack Napier sendo o responsável por atirar nos pais de Bruce Wayne. Christopher Nolan também explorou diversas surpresas em sua Trilogia O Cavaleiro das Trevas. No entanto, para cada reviravolta fundamental e grandiosa, há outras que se destacam negativamente.

O repertório de reviravoltas em filmes da DC é limitado, pois os longas raramente apresentam um desfecho surpreendente de fato. Ainda assim, estas quatro são consideradas as piores adaptações de quadrinhos da DC. A falha na maioria delas não é a falta de lógica, mas sim o enfraquecimento de tudo o que veio antes, tornando o filme como um todo mais fraco.

4) Miranda Tate é Talia al Ghul em O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Para ser justo com Christopher e Jonathan Nolan, O Cavaleiro das Trevas Ressurge ao menos estrutura sua grande reviravolta sobre a verdadeira identidade de Miranda Tate de forma a fazer sentido narrativamente. Apresentada como a nova CEO da Wayne Enterprises, só nos momentos finais do filme descobrimos que ela é, na verdade, a filha de Ra’s al Ghul e a verdadeira mente por trás dos ataques a Gotham City, não Bane, cumprindo o plano mestre de seu pai.

Advertisement

Contudo, a revelação surpresa da identidade de Tate enfraquece Bane, interpretado por Tom Hardy, e sua presença no filme. Desde a sequência de abertura, parecia que Bane era quem orquestrava tudo, seguindo ordens e até sujo para destruir Gotham e alcançar os objetivos da Liga das Sombras. No fim, ele era apenas um lacaio e um peão, com sua própria história de origem sendo transferida para outro personagem como parte da reviravolta. Apesar de tentar fazer justiça ao personagem Bane após sua má representação em Batman & Robin, O Cavaleiro das Trevas Ressurge o prejudicou ainda mais; o filme também falhou em tornar Talia tão cativante quanto sua contraparte nos quadrinhos.

3) O Filho Secreto do Superman em Superman: O Retorno

Dado que Superman: O Retorno é supostamente uma sequência direta de Superman (1978) e Superman II (1980), o filme de 2005 dá grandes saltos para fazer tudo se encaixar. Entre suas novas ideias está o fato de Lois Lane ter um filho, Jason, revelado como fruto de seu relacionamento anterior com o Superman. Não é uma reviravolta particularmente profunda quando revelada, pois o próprio filme flerta com isso, talvez nem sendo verdade, mas no final, levanta mais questões do que respostas.

Superman: O Retorno - Revelação do filho secreto do Superman
Superman: O Retorno – Revelação do filho secreto do Superman.

No fim das contas, a inclusão de Jason em Superman: O Retorno serviu para dar ao filme ainda mais simetria com os dois filmes de Superman de Richard Donner, principalmente ao dar ao Superman a chance de proferir o mesmo monólogo a seu filho que seu pai lhe deu no primeiro filme. Mas, ao fazer isso e incluir o personagem, o filme se colocou em um grande beco sem saída que torna todos os seus personagens inconsistentes na melhor das hipóteses e mal escritos na pior.

Como Lois não se lembra de ter tido um relacionamento com o Superman para criar este filho? Quanto tempo o Superman ficou ausente da Terra entre os filmes para que isso fizesse sentido? Mais importante, por que Jason só exibe suas habilidades Kriptonianas quando o filme mais precisa dele? Um completo absurdo.

2) A Verdadeira Identidade de Ares em Mulher-Maravilha

A inclusão de Ares como o principal antagonista em Mulher-Maravilha faz sentido para os leitores de quadrinhos. A heroína da DC há muito tempo batalha com o panteão dos deuses gregos, sendo Ares um de seus inimigos mais formidáveis. Dito isso, a forma como o personagem é tratado no filme de 2017, e a revelação completa de quem ele é, é feita de um modo que prejudica completamente toda a narrativa do filme e a jornada de Diana dentro dele, em detrimento de garantir mais uma grande cena de ação neste blockbuster.

Mulher-Maravilha - Revelação de Ares como antagonista
Mulher-Maravilha – Revelação de Ares como antagonista.

Quando Diana deixa Themyscira com Steve Trevor e aprende a realidade da Primeira Guerra Mundial, ela se convence de que o general alemão Erich Ludendorff, com seus planos nefastos, é claramente Ares disfarçado. Armada com uma arma que ela acredita poder matar Ares, Diana faz de sua missão matar Ludendorff. Quando ela finalmente realiza essa tarefa, porém, as coisas não melhoram imediatamente; ela estava errada e nada mudou.

Este momento abala todo o sistema de crenças de Diana. Sua suposição incorreta a faz perceber não apenas que o conflito maior não pode ser encerrado apenas matando uma pessoa considerada o “grande mal”, mas que a própria humanidade é muito mais complicada do que os caprichos dos deuses que podem estar influenciando-os. Então, ela dispara contra Ares em uma luta sem sentido; é uma reviravolta que corrói muito potencial da mensagem do filme. Se tivesse tomado uma direção diferente, Mulher-Maravilha se destacaria ainda mais de outros filmes de super-heróis.

1) Quase Tudo em Coringa: Folie à Deux

De certa forma, pode-se considerar toda a extensão de Coringa: Folie à Deux como uma grande reviravolta, pois acabou assumindo a forma de um dedo do meio gigante para os espectadores, de uma maneira que não foi apenas mal concebida, mas executada ainda pior. Após o sucesso de bilheteria do filme de 2019, uma sequência era inevitável, mas a continuação que estreou é uma que ressentiu completamente o sucesso do primeiro filme e tentou tratar seu público com desprezo. Há também a mudança maior do filme ser um musical, com as ilusões de Arthur e “Lee” assumindo a forma de enormes números musicais, como nos clássicos filmes de Hollywood.

Coringa: Folie à Deux - Implicação do final e da reviravolta
Coringa: Folie à Deux – Implicação do final e da reviravolta.

Para focar em uma reviravolta mais específica e bastante terrível, está a implicação do final do filme: que Arthur Fleck nunca foi o “Coringa” da mitologia do Batman, e talvez tenha sido vítima de outro maníaco que adotaria seus motivos e se tornaria o vilão. Se tudo o que precedeu este momento no filme foi uma forma metafórica de desrespeito, então esta sequência final é um arroto, um último ato de desafio. Coringa: Folie à Deux nunca poderia ter correspondido à expectativa criada pelo primeiro filme, mas não precisava se esforçar para ser um exercício juvenil de desdém.

Fonte: ComicBook.com

Add a Comment

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Advertisement