A franquia Pânico sempre apostou em um tom muito específico. O filme original de Wes Craven, lançado em 1996, é um raro exemplo de obra que parodia o gênero slasher e, ao mesmo tempo, se mantém como um exemplar do mesmo, aliviando a tensão com humor sem diluir seus sustos. As sequências, em sua maioria, assumiram a responsabilidade de parodiar “o filme do Pânico”, junto a outras tendências do horror, culminando no “requel” de 2022 que reviveu a série.
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Em Pânico 6, a produção focou nas novas heroínas da franquia, as irmãs Carpenter, buscando algo diferente. O interesse pelos filmes anteriores de Pânico permaneceu, mas a obra deu sinais de abandonar a autoconsciência que marcou o capítulo anterior, tratando seus sustos de slasher de forma direta. E funcionou: a franquia pareceu vibrante novamente, mais interessada em construir um futuro do que em reviver o passado. Pânico 6 foi o primeiro destes filmes a ultrapassar a marca de US$ 100 milhões em bilheteria doméstica.
No entanto, a trajetória futura da série sofreu um revés. Melissa Barrera foi demitida da sequência em 2023 devido a comentários sobre a guerra em Gaza, e Jenna Ortega deixou o projeto logo em seguida. O filme foi totalmente reformulado, com o retorno da estrela original Neve Campbell e do roteirista Kevin Williamson na direção. Agora, às vésperas do lançamento em 27 de fevereiro de 2026, o primeiro trailer de Pânico 7 foi divulgado.
E a prévia parece… familiar?
Semelhanças com a Franquia Halloween
Em vez de continuar em sua nova direção, este primeiro trailer sugere que Pânico 7 encontrou outra franquia de terror para emular. Ao assistir, a primeira associação foi com Halloween – tanto o original de John Carpenter quanto o reboot de 2018 dirigido por David Gordon Green. Em termos de tom, este reencontro entre Sydney Prescott e Ghostface se assemelha mais ao confronto pesado entre Laurie Strode e Michael Myers neste último, do que a qualquer coisa vista nos filmes anteriores de Pânico.
O próprio Ghostface parece ter uma caracterização diferente. Uma das características marcantes desta franquia é que os diversos assassinos por trás da máscara são claramente humanos e sofrem bastantes danos. Contudo, Pânico 7 parece posicioná-lo como algo mais. O vilão se move com precisão e propósito implacável. É menos como uma nova pessoa (ou duas, ou três) vestindo a máscara, e mais como o próprio bicho-papão voltando para casa.
Referências Visuais e Narrativas
Meu sentimento de déjà vu é ainda mais específico. A nova casa branca de Sydney lembra a residência de Michael Myers. A filha de Sydney caminhando com as amigas em uma rua suburbana evoca uma cena semelhante do Halloween original. Ghostface executa o infame movimento de sentar de Michael Myers. Sydney ensina à filha as habilidades de “final girl” para sobreviver ao assassino, assim como Laurie faz com sua filha e neta. Até mesmo a cena de Ghostface envolto nas chamas de um prédio em chamas é inegavelmente familiar.
Por um lado, é decepcionante ter a prova visual de que a direção que tanto animava para a franquia realmente acabou. Por outro lado, a situação é intrigante. Há uma boa chance de que isso seja apenas estratégia de marketing – o ângulo do confronto após tantos anos funcionou para Halloween nas bilheterias, então por que não se apropriar disso como a nova direção salvadora de Pânico 7?
Kevin Williamson e a Meta-Referência
No entanto, dado que Kevin Williamson está no comando desta produção, essas semelhanças podem ser mais do que apenas marketing. O Halloween de Carpenter é um texto fundamental do gênero slasher no universo de Pânico, a ponto de ser assistido pelos adolescentes durante uma festa, quando Randy discute memoravelmente o filme. Canalizar tanto o filme de 1978 quanto o de 2018 pode ser uma forma meta para Pânico 7, como uma sequência de 30 anos depois, retornar às suas raízes.
Fonte: ScreenRant
