Se você passou 15 temporadas com Sam (Jared Padalecki) e Dean Winchester (Jensen Ackles), sabe que Supernatural nunca foi apenas sobre caçadas de fantasmas e círculos de sal. Era sobre dois irmãos contra o mundo, toda a ordem cósmica, e uma implacável parada de vilões que trouxeram caos, tragédia e, às vezes, uma quantidade bizarra de charme. De anjos com complexos de inferioridade e um Rei do Inferno calculista e cativante a demônios sedentos por poder, os antagonistas da série estavam longe de ser unidimensionais.
Esses adversários deixaram cicatrizes, brincaram com destinos e, por vezes, quebraram as próprias regras do universo.
Alguns eram forças cósmicas antigas, outros eram mortais corrompidos, mas cada um era inesquecível à sua maneira distorcida. Vamos mergulhar no coração das trevas e revisitar os vilões de Supernatural que definiram os momentos mais sombrios e icônicos da série.
O próprio Diabo tinha que ser feito de forma impecável, e Supernatural conseguiu isso com um carisma inquietante. A interpretação de Mark Pellegrino como Lúcifer não era simplesmente ameaçadora; ele era sarcástico, inteligente e estranhamente sedutor, o que, para ser justo, faz sentido biblicamente. Lúcifer não precisava de poços de fogo ou aparências grotescas para parecer ameaçador.
Ele simplesmente se inclinava para o psicológico, plantando sementes de dúvida, dor e culpa. Seu relacionamento com Sam era assustadoramente íntimo, levando este último, lenta e seguramente, à loucura mesmo depois de sua partida. O que realmente elevou o personagem foi a frequência com que ele quebrava as expectativas.
Ele podia ser engraçado, quase simpático e, às vezes, dolorosamente atormentado. Afinal, ele não era malvado por maldade; sentia-se traído por seu pai, expulso do céu e incompreendido. Ele incorporava o tipo mais perigoso de vilão – aquele que acredita ser a vítima.
Crowley foi a prova de que os maiores vilões de Supernatural nem sempre eram os mais destrutivos, mas frequentemente os mais convincentes. Interpretado com um estilo britânico elegante por Mark Sheppard, Crowley borrava as linhas entre vilão, anti-herói e aliado inesperado. Seus motivos eram sempre egoístas, mas seu humor seco e momentos de trabalho em equipe relutante o tornavam estranhamente amável.
Um minuto ele estava traindo os Winchester, no outro salvando suas vidas para sua própria diversão. Crowley trouxe intriga política ao Inferno, transformou a burocracia em uma forma de arte e, de alguma forma, fez você torcer por um demônio que literalmente negociava almas. Sua dinâmica com Dean, em particular, adicionou camadas a ambos os personagens, com cada um concedendo ao outro um respeito relutante que cresceu ao longo das temporadas.
E, no entanto, Crowley nunca perdeu sua essência. Mesmo em seus momentos de vulnerabilidade – especialmente ao confrontar sua mãe bruxa, Rowena (Ruth Connell) – ele nunca deixou de ser perigoso. No final, Crowley partiu em seus próprios termos e com seu sorriso característico intacto.
Lilith (Katherine Boecher, Sierra McCormick, Anna Grace Barlow e Rachel Pattee) trouxe puro caos à mitologia de Supernatural. Como o primeiro demônio já criado, ela era menos uma ameaça e mais um arauto. Lilith não se contentava apenas com a crueldade.
Ela estava em uma missão para quebrar os 66 selos e libertar Lúcifer. Seu papel na trama apocalíptica a torna uma das vilãs mais cruciais da história da série. Ela se deleitava com o sofrimento que causava, manipulando os outros com alegria e sempre estando um passo à frente.
Sua morte no final da 4ª temporada não foi realmente uma vitória, já que foi a chave final que destravou a jaula de Lúcifer. Uma força mitológica literal, sua morte marcou o começo do fim, e sua presença ainda ecoa na mitologia mais profunda da série. Quando ela retornou em temporadas posteriores, ela era tão cruel quanto inesquecível.
Azazel (Fredric Lehne), mais conhecido como o Demônio dos Olhos Amarelos, pode ter tido menos aparições do que outros nesta lista, mas seu impacto foi sísmico. Ele foi a força motriz por trás de tudo, desde o acordo que custou a vida de Mary Winchester (Samantha Smith) e os experimentos com crianças psíquicas até o eventual inferno na Terra. Desde o início, Azazel foi o marionetista que puxava os Winchester em direção ao seu destino trágico.
Sua crueldade calma e calculista o tornava profundamente perturbador, e sua capacidade de manipular tanto eventos quanto pessoas nos bastidores lhe dava uma sensação onipresente nas primeiras temporadas. O primeiro grande arco da série – culminando na morte de Azazel – pareceu clímax. Mas, como os fãs rapidamente aprenderam, aquele momento foi apenas o começo de uma guerra muito maior.
Sua morte pareceu satisfatória, mas deixou um vazio que logo foi preenchido por inimigos mais sombrios e poderosos que se ergueram sobre a fundação que ele construiu. Amara (Emily Swallow), a força primordial conhecida como A Escuridão, mudou o tom de Supernatural para sempre. Sua própria presença desafiou a narrativa de que Deus era o poder supremo.
Introduzida como a irmã de Deus e co-criadora do universo, Amara não era tão má quanto profundamente ferida e inimaginavelmente poderosa. Ela não buscava simplesmente a destruição, mas sim a absorção e o retorno ao nada primordial, representando uma ameaça existencial que superou até mesmo o Céu e o Inferno, consolidando-a como uma das mais formidáveis vilãs de Supernatural.