O Máskara: Clássico dos anos 90 vira hit na Netflix

O gênero de filmes baseados em quadrinhos teve um ano forte, com produções como Superman, Quarteto Fantástico e Thunderbolts recebendo altas notas dos fãs. Além disso, mais filmes aguardados dos dois gigantes do mercado estão a caminho no próximo ano. Embora a Marvel e a DC sejam os nomes de maior destaque no gênero, eles estão longe de ser as únicas empresas a trazer histórias incríveis de quadrinhos para as telonas. Agora, um clássico dos anos 1990, que não é da Marvel nem da DC, se tornou um sucesso de streaming.

O Máskara é um Sucesso na Netflix

O novo hit de streaming é a comédia deliciosamente peculiar conhecida como O Máskara, que catapultou Jim Carrey ao estrelato. Atualmente, o filme está fazendo sucesso na Netflix, tendo entrado no Top 10 de filmes nos Estados Unidos. O longa superou outros títulos e se posiciona atrás de pesos-pesados como ‘Meu Malvado Favorito 3’ e ‘Dog Man’, o que é bastante impressionante.

O Máskara estreou em 1994 e causou um impacto imediato, arrecadando mais de US$ 351 milhões mundialmente com um orçamento modesto de US$ 23 milhões. O interessante é que muitos não consideram O Máskara como um filme de quadrinhos, mas ele é, sem dúvida, um.

As Raízes de O Máskara nos Quadrinhos

Na verdade, O Máskara não estreou em sua própria série, mas fazia parte da publicação da Dark Horse chamada Mayhem, de John Arcudi, Doug Mahnke, Pat Brosseau e Chris Chalenor. Mayhem apresentou uma história em quatro partes intitulada ‘Who’s Laughing Now?’, que marcou a estreia do conceito de O Máskara e Stanley Ipkiss. A Dark Horse reuniu esses quatro capítulos em The Mask #0 em 1991, que então deu origem à série original The Mask. Se você esperava a mesma irreverência de Carrey, prepare-se para se surpreender.

O filme O Máskara aproveitou as sensibilidades cômicas de Carrey e tornou seu alter ego muito mais excêntrico e fora do comum. Embora ele realize feitos insanos, o filme não é excessivamente violento. Essa abordagem provavelmente contribuiu para o seu sucesso, pois desafiou limites sem entrar no território de classificação R ou hiperviolência.

Isso não é o que acontece na série de quadrinhos, e a partir daqui mergulharemos em spoilers dos quadrinhos. Quase imediatamente após obter a máscara e se tornar Big Head (como era chamado inicialmente), ele assassina friamente uma gangue de motociclistas que o havia importunado. Em seguida, ele parte para uma série de assassinatos de pessoas que o prejudicaram de alguma forma e até mata vários policiais em um tiroteio completo antes de ser morto por sua própria namorada.

Ah, sim, Stanley realmente morre na série original de quadrinhos, e você nem sente pena dele porque ele era um cara bem desagradável. Sua namorada, Kathy, o mata após vestir a máscara, e então vemos a máscara passar de pessoa para pessoa por um tempo, o que a torna uma história bem diferente do filme.

Por Que o Filme Se Destacou

É possível ver o quão diferente o filme é dos quadrinhos, e ainda assim ele captura parte de sua loucura e o conceito central diretamente deles. O que o filme fez excepcionalmente bem, no entanto, foi construir em torno de sua estrela principal e aproveitar a capacidade de Carrey de se transformar e criar caos na tela. Isso não só permitiu que o filme fosse atemporal, mas também se destacou em 1994 em comparação com outros filmes de quadrinhos da época.

Para colocar em perspectiva, outros filmes notáveis do gênero de quadrinhos que estrearam em 1994 incluíram O Corvo, O Sombra, Timecop e Street Fighter. Vale ressaltar também que o infame filme do Quarteto Fantástico foi feito na mesma época. Como você pode ver em lançamentos como O Sombra, O Corvo e Timecop, o objetivo do gênero no momento era ser um pouco mais sombrio e levado mais a sério, e O Máskara é o antítese disso, o que proporcionou um contraste perfeito.

Embora O Corvo seja considerado um clássico e tanto Timecop quanto O Sombra sejam favoritos cult, nenhum deles foi um sucesso de bilheteria como O Máskara. E se O Máskara tivesse abordado o filme mais como os quadrinhos em tom, talvez não tivesse ressoado tão bem.

Fonte: ComicBook.com