O aguardado filme Superman não é apenas um reinício para o Homem de Aço, mas a pedra fundamental de todo um novo Universo DC. Como tal, ele apresenta múltiplos outros heróis inéditos que desempenharão papéis cruciais no futuro. Há a Gangue da Justiça – Lanterna Verde, Senhor Incrível e Mulher Gavião – todos com retornos esperados em Peacemaker e, com Guy Gardner, também em Lanternas, que deve estrear na HBO Max em 2026.
Mas, em direção ao final de Superman, somos apresentados à prima de Kal-El, Kara Zor-El, mais conhecida como Supergirl (interpretada pela estrela de House of the Dragon, Milly Alcock), em uma aparição que já está dando o que falar. Já vimos diversas encarnações da Garota de Aço nas telas ao longo dos anos, desde a versão de Helen Slater nos anos 80 até Melissa Benoist no Arrowverse, e mais recentemente, Sasha Calle em The Flash. No entanto, nunca vimos Kara aparecer dessa forma.
A Supergirl está, de forma surpreendente, bêbada, cambaleando para dentro (e para fora) da Fortaleza da Solidão e chamando seu primo de “b*tch” para completar. Clark explica que Kara esteve em um planeta com um sol vermelho, o que permite aos kryptonianos se embriagarem, mas a razão por trás disso é muito mais profunda e estabelece perfeitamente seu futuro filme solo. A versão de James Gunn é uma “bagunça total” com um “histórico muito mais difícil” que o de seu primo.
O “porquê” da Supergirl estar bêbada é mais intrigante do que o “como”, e fala sobre as diferenças entre a Donzela do Poder e o Homem de Aço no novo Universo DC de James Gunn. O filme da Supergirl, que se inspira na aclamada HQ Supergirl: Mulher do Amanhã (escrita por Tom King, com arte de Bilquis Evely e cores de Mat Lopes), explorará mais sobre o que aconteceu com ela. Em poucas palavras, enquanto Kal-El foi enviado à Terra e criado por uma família amorosa, Kara permaneceu em um fragmento de Krypton.
Ela passou anos ali, assistindo pessoas que conhecia e amava morrerem, transformando-a em uma personagem muito mais sombria, deprimida e desiludida – e que, sim, recorre ao álcool como mecanismo de enfrentamento. A história em quadrinhos de Mulher do Amanhã, inclusive, começa com Kara se embriagando em um bar em seu 21º aniversário, então a abordagem do Universo DC parece estar razoavelmente próxima desse ponto de partida. É uma versão da personagem que não tem um senso claro de propósito e sofreu uma enorme quantidade de perdas, o que deve levar diretamente ao seu filme solo.
A aparição de Supergirl em Superman, embora inicialmente cômica graças à performance de Milly Alcock (e talvez inspirada na própria atriz nos Golden Globes 2023, um toque genial de Gunn), serve como um trampolim para algo muito mais denso. O filme solo da Supergirl tem a oportunidade de ser uma exploração profunda de seu trauma, culpa e raiva. Há uma chance real de mergulhar em sua psique de uma forma que traga muito pathos e, provavelmente, muita fúria superpoderosa (a história de Mulher do Amanhã é, em um sentido básico, uma missão de vingança em que Kara acaba se envolvendo).
O filme precisará manter um equilíbrio tonal cuidadoso entre comédia e tragédia, mas a premissa para isso já está perfeitamente estabelecida. A cena de sua embriaguez é a faísca para desvendar o que levou Kara a ser assim, prometendo um estudo de personagem complexo e multifacetado. Essa narrativa se encaixará perfeitamente com Superman.
Gunn entregou uma versão muito clássica do personagem, focada em sua humanidade; é sobre a esperança que ele carrega e que instila nos outros. Supergirl, por sua vez, deve ser uma exploração de uma super-heroína que perdeu essa esperança e precisa trabalhar para recuperá-la. É a história de uma pessoa “bagunçada” (e seu adorável, porém igualmente bagunçado, cachorro) que precisa desfazer essa bagunça.
Será uma jornada única, inteiramente dela e distinta da de seu primo, e esperamos que mostre a riqueza e a diversidade de histórias no florescente DCU. Supergirl está programado para ser lançado nos cinemas em 26 de junho de 2026. Superman está atualmente nos cinemas e disponível em formato digital.
