Edgar Wright explica mudança de personagem em O Homem Corredor baseado em Stephen King

Edgar Wright explica a mudança do personagem Bradley Throckmorton em O Homem Corredor, de Stephen King, para o papel de “O Apóstolo”.

O diretor de O Homem Corredor (2025), Edgar Wright, explica por que Bradley Throckmorton (Daniel Ezra) foi alterado em relação ao romance original de Stephen King. Tanto no livro quanto na nova adaptação, Bradley é um rebelde que ajuda Ben Richards (Glen Powell) a sobreviver.

Bradley: Do livro ao filme

No livro, Bradley faz parte de uma gangue com acesso a cartões de biblioteca e conhecimento sobre as verdades ocultas de sua sociedade corrupta. Na adaptação de 2025, Bradley é uma personalidade anônima das redes sociais, conhecido como o Apóstolo. Ele desmistifica o programa O Homem Corredor e usa sua plataforma para expor as verdades por trás da competição mortal.

Inspiração em reality shows

Em entrevista à Inverse, Wright revelou que essa mudança foi inspirada por reality shows como X-Factor. Wright e o roteirista Michael Bacall assistiram a vídeos de análise de reality shows ao escrever o roteiro. Durante uma edição do X-Factor no Reino Unido, Wright tomou conhecimento do “enredo de vilão”, um termo para quando uma série de reality edita um participante para fazê-lo parecer o antagonista.

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Daniel Ezra como Bradley e Glen Powell como Ben em O Homem Corredor
Daniel Ezra como Bradley e Glen Powell como Ben em O Homem Corredor.

Wright comentou que esse conceito “realmente me atingiu como sendo muito parecido com o de Ben Richards. As pessoas são feitas para serem motivo de chacota nacional ou para serem o vilão, e os tabloides caem em cima delas”. Isso levou Wright e Bacall a criarem Bradley como um “superfã que também está ciente de todas as conspirações”.

Impacto na narrativa

Essa alteração exigiu a filmagem de cenas onde outros participantes, Jenni Laughlin (Katy O’Brian) e Tim Jansky (Martin Herlihy), morrem, permitindo que Bradley explicasse completamente os arquétipos da televisão de reality show. Apesar do esforço adicional na produção, Wright expressou satisfação com a decisão, afirmando que “foi divertido colocar todo esse trabalho junto”.

Um final mais esperançoso

A transformação de Bradley no Apóstolo desempenha um papel importante no final de O Homem Corredor, que difere significativamente do material original. A versão cinematográfica de Bradley divulga um vídeo desmentindo a morte de Ben na explosão do avião, o que ajuda a mobilizar o público e uni-lo para se rebelar contra a Rede. Ben é confirmado vivo na cena final, liderando o levante da multidão contra Dan Killian (Josh Brolin) e a Rede. O filme utiliza o vídeo de Bradley como uma ferramenta narrativa para acelerar a revolução e faz parte de um desfecho menos sombrio do que a conclusão do livro de Stephen King.

Publicado originalmente em 1982, O Homem Corredor, com Bradley se tornando uma personalidade anônima nas redes sociais, é apenas um dos muitos elementos que foram alterados. Essa mudança específica pode ser parcialmente atribuída à evolução do acesso e da disseminação de informações desde os anos 80, além de possibilitar um final mais otimista.

Fonte: ScreenRant

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