Em 1978, Superman: O Filme nos fez acreditar que um homem podia voar. Quase meio século depois, o novo longa de Superman de James Gunn almeja reacender essa chama, fazendo-nos acreditar que podemos alçar voos ainda maiores. O clássico de 1978, dirigido por Richard Donner e estrelado por Christopher Reeve como o Homem de Aço, surgiu em um período de grande turbulência para os Estados Unidos, marcado por recessão, estagflação, crises de energia e tensões geopolíticas.
Em 15 de dezembro de 1978 — o exato dia em que Cleveland, Ohio, a verdadeira terra natal do Último Filho de Krypton, se tornou a primeira grande cidade dos EUA a entrar em default desde a Grande Depressão — Superman aterrissou nos cinemas, oferecendo um farol de esperança. Agora, James Gunn, o visionário por trás da reinvenção do universo DC, revela as profundas conexões entre sua abordagem para o herói e a icônica versão de 78. Em sua participação na série de podcast do YouTube “Grave Conversations”, apresentada pelo ator David Dastmalchian (que trabalhou com Gunn em O Esquadrão Suicida), o diretor e roteirista traçou paralelos claros.
“Existem algumas semelhanças entre o Superman original e este Superman”, afirmou Gunn. “O mundo estava passando por uma reviravolta no início dos anos 70, e Superman foi um retorno a essa esperança e alegria brilhantes em meio a tudo isso. Não acho que seja diferente de hoje.
” A declaração ressalta o desejo de Gunn de resgatar o otimismo inerente ao personagem para os tempos atuais.
Assim como o Superman de Reeve, que sorria e se autodenominava “um amigo” após salvar Lois Lane (Margot Kidder), Gunn descreve seu Superman de James Gunn, interpretado por David Corenswet, como um herói inabalavelmente bondoso e “a personificação da Verdade, da Justiça e do Jeito Humano”. O cineasta aborda a percepção de que o personagem poderia ser visto como “ingênuo” ou “antiquado”, rebatendo essa visão. “Às vezes as pessoas pensam que Superman é Pollyanna ou antiquado, e eu penso, ‘Sim, ele é.
E tudo bem'”, continuou Gunn. “Ele é apenas esse cara basicamente bom que acredita nesses valores antiquados de amor e de salvar vidas humanas, e de ser bom uns com os outros, ser gentil, ser educado. Todas essas coisas são ridicularizadas hoje, assim como eram nos anos 70.
E, no entanto, é isso que ele representa. Então, de certa forma, ele é ousado porque vai contra a maré. Gunn aprofunda ainda mais sua visão, sugerindo que “amar” e “ser bom” são qualidades ainda mais potentes do que a mera “esperança” para o seu Superman.
“Acho que ‘amoroso’ e ‘bom’ são melhores do que ‘esperança’, porque esperança é uma certa coisa sobre o futuro”, acrescentou. “Há esperança lá, com certeza, mas eu realmente acho que é muito mais sobre o Superman ser gentil e isso ser aceitável. Porque muitas pessoas não são.
” Essa abordagem destaca uma humanidade profunda no herói, focando em suas ações e caráter intrínsecos em vez de apenas um ideal abstrato. Quando questionado sobre o que ele espera que o público tire de Superman de James Gunn, Gunn expressou um desejo simples, mas poderoso. “Você conhece aquela sensação, e tenho certeza que as pessoas por aí conhecem, aquela sensação mágica que você sente ao sair de um bom filme.
Aquele êxtase que você sente, e você ama a pessoa ao seu lado um pouco mais do que a amava quando entrou. Seja seu amigo ou sua mãe, ou esposa, ou marido, ou filho. É isso que eu quero.
Quero que as pessoas saiam se sentindo assim. ” É uma aspiração de que o filme não apenas divirta, mas também inspire uma conexão emocional e um sentimento de bem-estar. As primeiras reações a Superman de James Gunn já indicam que o filme promete entregar a magia prometida.
O novo longa da DC Studios, que traz David Corenswet como Clark Kent/Superman, Rachel Brosnahan como Lois Lane e Nicholas Hoult como Lex Luthor, conta ainda com um elenco estelar que inclui Edi Gathegi como Senhor Incrível, Anthony Carrigan como Metamorfo, Nathan Fillion como Lanterna Verde Guy Gardner, Isabela Merced como Mulher-Gavião, Skyler Gisondo como Jimmy Olsen, Sara Sampaio como Eve Teschmacher, María Gabriela de Faría como Angela Spica/A Engenheira, Wendell Pierce como o editor-chefe do Daily Planet, Perry White, Neva Howell como Ma Kent, Pruitt Taylor Vince como Pa Kent, Sean Gunn como Maxwell Lord, e Frank Grillo como Rick Flag Sr. O aguardado filme tem estreia prevista para 11 de julho, exclusivamente nos cinemas.