O Detalhe Crucial de **Quarteto Fantástico: Primeiros Passos** que a Maioria dos Fãs Perdeu

O Detalhe Crucial de **Quarteto Fantástico: Primeiros Passos** que a Maioria dos Fãs Perdeu

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Quando Quarteto Fantástico: Primeiros Passos chegou aos cinemas neste fim de semana, foi recebido com uma dose generosa de entusiasmo. O público lotou as salas para testemunhar a estreia da Primeira Família da Marvel no Universo Cinematográfico Marvel, ansioso para ver como o diretor Matt Shakman traria Reed, Sue, Johnny e Ben à vida. Grande parte da discussão entre espectadores e críticos de cinema girou em torno da estética retrô dos anos 1960 do filme, das performances estelares e da adaptação de certos elementos dos quadrinhos.

Os críticos elogiaram a dinâmica dos personagens, o enredo e os momentos genuinamente emocionantes que capturaram a própria essência do que o Quarteto Fantástico representa como família. No entanto, em meio a todo o louvor merecido e análises ponderadas, um elemento crucial pareceu escapar pelas frestas da discussão pública – uma supervisão que impactou a mensagem central do filme. Este detalhe aparentemente menor é, na verdade, central para entender o coração de Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, especialmente no que diz respeito a Ben Grimm, e fala muito sobre o compromisso do filme em humanizar suas figuras icônicas para além de seus poderes extraordinários.

Uma das facetas mais marcantes e, sem dúvida, mais negligenciadas, é a ausência deliberada de codinomes de super-heróis. Ao longo de todo o filme, Reed Richards nunca é chamado de Senhor Fantástico, Sue Storm não é referida como Mulher Invisível, e Johnny Storm é simplesmente Johnny, nunca o Tocha Humana. Esta escolha criativa não é meramente um descuido de roteiro ou direção; é um elemento deliberado e fundamental que sustenta a profundidade temática do filme.

Ao se referir consistentemente aos personagens por seus nomes de batismo, o filme enfatiza sua humanidade acima de suas habilidades extraordinárias. Eles são cientistas, irmãos e amigos em primeiro lugar, lidando com a pressão sem precedentes de serem os protetores da Terra. Essa escolha deliberada se torna ainda mais significativa quando se trata de Ben Grimm.

O filme evita meticulosamente chamar Ben Grimm de “A Coisa”. Esta não é uma omissão casual; é uma decisão consciente e poderosa que visa remodelar as percepções do personagem, tanto dentro do universo quanto para o público. Mesmo quatro anos após sua transformação, Ben continua sendo apenas Ben para todos ao seu redor.

Reed ainda o chama de Ben, Sue se dirige a ele como Ben, e até mesmo conhecidos casuais que ele encontra em suas caminhadas frequentes o chamam pelo seu nome de batismo. As crianças da escola local o idolatram e pedem para ele usar sua força incrível para entretenimento, nunca recuando de sua aparência ou sequer se referindo a ele como algo mais do que um herói em seus olhos. A razão pela qual este é um ponto tão significativo é que, nos quadrinhos e adaptações anteriores, a transformação de Ben frequentemente o leva a ser imediatamente rotulado e definido por sua nova aparência monstruosa.

Ele se torna “A Coisa”, uma entidade separada de seu eu anterior, muitas vezes levando ao isolamento e à autopiedade. Quarteto Fantástico: Primeiros Passos subverte ativamente e com maestria esse tropo. Ao se recusar a usar um codinome para Ben, o filme sublinha que sua transformação física, embora dramática, não diminui sua humanidade inerente ou muda sua identidade aos olhos daqueles que se importam com ele – e, mais importante, em seus próprios olhos.

Ele não se lamenta por sua aparência alterada; na verdade, ele não a menciona de forma alguma e simplesmente continua a viver sua vida normal como Ben Grimm. Ele não é uma terrível criatura rochosa do espaço, como sua aparência inicial pode sugerir, mas ainda o homem leal, corajoso e profundamente empático que sempre foi. Essa escolha é um reforço constante e sutil da mensagem central do filme: esses poderes, embora transformadores, não apagam quem o Quarteto Fantástico é em sua essência como pessoas.

É uma declaração poderosa sobre aceitação, não apenas de si mesmo, mas de seus companheiros mais próximos, garantindo que a jornada de Ben seja de integração, não de alienação. Reforçando ainda mais o compromisso do filme em humanizar Ben Grimm, e talvez o exemplo mais comovente do detalhe negligenciado, é seu relacionamento com a professora do ensino fundamental local, Rachel Rozman (Natasha Lyonne). Este não é um romance fugaz e superficial; é uma conexão genuína que floresce anos após a transformação de Ben.

Rachel sempre conheceu Ben apenas em sua forma não humana e nunca como o homem “normal” que ele era quatro anos antes. Seu afeto e aceitação nunca são questionados; sua aparência nunca é abordada em conversas entre eles. Eles são simplesmente Ben e Rachel – duas pessoas flertando abertamente uma com a outra.

Esse relacionamento serve para reforçar a humanidade de Ben e mudar a narrativa da clássica história de isolamento trágico frequentemente associada à sua contraparte dos quadrinhos. A presença de Rachel garante que Ben não seja apenas um membro de uma equipe de super-heróis, mas uma pessoa capaz de experimentar amor e intimidade, solidificando sua identidade como um ser humano completo, independentemente de sua aparência.

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