Quinze anos atrás, um cineasta britânico chamado Gareth Edwards lançava seu primeiro longa-metragem, um filme independente de ficção científica com um orçamento quase inexistente, que poucos viram. Hoje, ele é um dos nomes mais renomados do gênero, e seu mais recente trabalho, ‘Jurassic World Rebirth’, que chega aos cinemas em 2 de julho de 2025, não só se inspira na rica história da franquia ‘Jurassic Park’, mas também nas profundezas da própria jornada cinematográfica de Edwards, especialmente em seu visionário début, ‘Monsters’. Em ‘Jurassic World Rebirth’, Gareth Edwards nos apresenta um elenco totalmente novo, liderado por Martin Krebs (Rupert Friend), um representante farmacêutico que recruta Zora Bennett (Scarlett Johansson), Dr.
Henry Loomis (Jonathan Bailey) e Duncan Kincaid (Mahershala Ali) para uma perigosa missão: viajar a uma ilha infestada por dinossauros para coletar amostras de DNA, cruciais para um tratamento revolucionário de doenças cardíacas. A trama de ‘Rebirth’ traz frescor à franquia, e os efeitos visuais, mais impressionantes do que nunca, são uma marca registrada de Edwards, evidente desde seu primeiríssimo filme, ‘Monsters’ de 2010. Lançado em 3 de dezembro de 2010, ‘Monsters’ marcou a estreia de Gareth Edwards na direção de longas, embora ele já tivesse um currículo como artista de efeitos visuais em produções como ‘Nova’ e ‘Heroes and Villains’.
Sua expertise em VFX transbordou para cada cena de ‘Monsters’. O filme segue o fotojornalista Andrew Kaulder (Scoot McNairy), encarregado de escoltar a filha de seu empregador, Samantha Wynden (Whitney Able), da América Central para os Estados Unidos, atravessando uma traiçoeira zona de quarentena infestada por alienígenas. ‘Monsters’ foi concebido com uma ideia simples: a imagem de um monstro em uma rede de pesca.
Produzido pela Vertigo Films com um orçamento minúsculo de apenas US$ 500. 000, Gareth Edwards teve total liberdade criativa, atuando como roteirista, diretor, diretor de fotografia e artista de efeitos visuais, criando cada detalhe digitalmente com equipamentos acessíveis. Essa abordagem de baixo orçamento não apenas tornou o filme de 2010 ainda mais poderoso, mas também conferiu um realismo palpável, com cenários e alienígenas críveis, e cada sinal, grafite e cenário de destruição digitalmente elaborados com maestria.
A equipe de filmagem era de apenas sete pessoas, e muitos extras eram moradores locais que improvisavam suas falas, resultando em uma obra crua, íntima e incrivelmente autêntica, apesar de sua narrativa de escala global. Enquanto o sucesso de bilheteria de ‘Monsters’ (US$ 4,2 milhões) empalidece em comparação com os atuais US$ 318,3 milhões de ‘Jurassic World Rebirth’ (em 6 de julho de 2025), a influência do primeiro no segundo é inegável. Ambas as obras de Gareth Edwards colocam grupos de pessoas em zonas de quarentena perigosas, repletas de criaturas mortais.
Além disso, ‘Jurassic World Rebirth’ rompeu com a tradição da franquia ao não utilizar animatrônicos, confiando totalmente nos efeitos visuais – uma decisão que destaca a experiência de Edwards, testada em filmes como ‘Godzilla’, ‘Rogue One: Uma História Star Wars’ e ‘Resistencia’. Com seus dinossauros mutantes e aberrações genéticas, ‘Jurassic World Rebirth’ soa mais como um filme de monstros clássico do que seus antecessores, ecoando diretamente a essência de ‘Monsters’ e reforçando o amor de Edwards pelo gênero. O percurso de Gareth Edwards, de um artista de VFX talentoso que fez seu nome com um filme independente de baixo orçamento, a um diretor de grandes blockbusters, é uma prova de sua visão única e sua mestria técnica.
‘Monsters’ não foi apenas um début impressionante; foi a forja onde seu estilo distintivo foi moldado, definindo o padrão para a narrativa visual que vemos em ‘Jurassic World Rebirth’ e em toda a sua aclamada filmografia. É fascinante observar como as sementes plantadas em um projeto tão humilde floresceram em um espetáculo cinematográfico de proporções jurássicas.