O filme Nuremberg, dirigido por James Vanderbilt, aborda o julgamento de Hermann Göring e outros oficiais nazistas após a Segunda Guerra Mundial. A produção foca na complexa relação entre o psiquiatra Douglas Kelley (Rami Malek) e Göring (Russell Crowe), buscando explorar a “banalidade do mal” de Hannah Arendt. No entanto, o filme se perde em mudanças tonais e sentimentalismo, humanizando os nazistas de forma questionável e gerando confusão sobre suas intenções.



O Dilema de Nuremberg: Humanização ou Apologia?
Ao tentar retratar Göring como um charlatão carismático, Nuremberg corre o risco de se aproximar de uma apologia, em vez de uma crítica ao nazismo. O filme dedica tempo considerável ao desenvolvimento de um vínculo entre Kelley e Göring, e sua família, o que contrasta fortemente com a gravidade dos crimes cometidos. Essa abordagem, somada a diálogos que oscilam entre o sério e o espirituoso, cria uma experiência cinematográfica desconexa.
Apesar das falhas, o filme levanta questões importantes sobre a dificuldade em identificar o fascismo em tempos atuais e a responsabilidade da Igreja no apoio ao regime nazista. A produção tenta dialogar com a ideia de que a normalidade pode esconder a crueldade, mas acaba ofuscada por sua própria confusão narrativa e sentimentalismo exagerado.
Fonte: ScreenRant