A futura adaptação de ficção científica da Netflix, baseada em uma obra de Philip K. Dick, já apresenta um problema que pode desagradar os fãs do gênero. Diferente de plataformas como a Apple TV, que tem se destacado com adaptações fiéis, a Netflix tem optado por abordagens mais seguras e, por vezes, menos ambiciosas em seu catálogo de ficção científica.
A série, intitulada The Future is Ours, adapta o livro The World Jones Made, escrito há 69 anos. A premissa envolve “medidas draconianas para proteger o meio ambiente e combater a fome e a violência generalizadas” após um evento ecológico ameaçador. No entanto, a produção da Netflix está removendo o arco narrativo dos alienígenas presente no material original.
Netflix muda livro de Philip K. Dick em adaptação
A exclusão da trama alienígena é um ponto crítico, pois essa parte da história original desempenha um papel fundamental na exploração dos temas de preconceito e medo do desconhecido, além de impulsionar o desfecho impactante do livro. Sem esses elementos, a série corre o risco de se distanciar significativamente de sua fonte.
A equipe de produção, responsável por sucessos como The Eternaut e One Hundred Years of Solitude, busca focar em temas mais realistas e ecológicos. Contudo, essa decisão pode frustrar os fãs de Philip K. Dick, que apreciam a forma como o autor mesclava questões do mundo real com elementos extraterrestres envolventes.

Adaptações da Netflix alteram material original
Esta não é a primeira vez que a Netflix altera significativamente o material de origem de suas adaptações. Exemplos como The Electric State, que mudou o tom da obra original de Simon Stålenhag, e All the Light We Cannot See e Death Note, que não capturaram a essência de suas histórias, demonstram essa tendência.
Embora seja cedo para julgar a nova série de Philip K. Dick, a modificação substancial em relação ao livro já indica um caminho que pode afastar os admiradores do autor. A plataforma busca um público mais amplo, mas corre o risco de alienar a base de fãs que valoriza a fidelidade às obras originais.
Fonte: ScreenRant