O streaming pode ter encerrado a Era de Ouro da Televisão há alguns anos, mas ainda assim tivemos muitas obras-primas televisivas na última década. Recebemos Baby Reindeer, Adolescence e Dark. Tivemos até um spin-off de Breaking Bad que fez jus ao original.
Severance ofereceu um olhar distópico sobre o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Barry transformou uma premissa peculiar sobre um assassino de aluguel que se torna ator em uma obra existencialista. De Andor a Arcane e Atlanta, estas são as maiores séries de TV dos últimos 10 anos.
Watchmen
A obra Watchmen de Alan Moore é uma das obras seminais não apenas nos quadrinhos, mas na literatura do século XX, então pareceria uma tarefa impossível criar uma sequência original. Mas Damon Lindelof entregou uma continuação digna quando se propôs a dar seguimento à história.
A série Watchmen da HBO recaptura o espírito da icônica graphic novel de Moore. Ela subverte os clichês habituais das narrativas de super-heróis, traz super-heróis para o mundo real e imagina como a história americana teria se desenrolado se houvesse super-heróis por perto.
Baby Reindeer
Richard Gadd mergulhou nas profundezas de sua dor para contar uma história muito real e pessoal em Baby Reindeer. Gadd interpreta um bartender e aspirante a comediante cujos gestos amigáveis a uma cliente solitária involuntariamente abrem a porta para uma árdua batalha de inteligência com uma perseguidora perigosamente perturbada.
Baby Reindeer é um olhar poderoso sobre o ciclo de abuso e como as pessoas se complicam para processar seus traumas. Gadd não poupa detalhes nesta análise crua e honesta de seu próprio trauma.
Barry
Quando Bill Hader começou a trabalhar em um programa de meia hora sobre um assassino de aluguel que aspira a ser ator, soou como uma comédia peculiar e de um tom só que rapidamente perderia o fôlego. Mas quando a série realmente estreou, ela se revelou um estudo de personagem profundo, instigante e aguçado, comparável a Breaking Bad.
Barry Berkman odeia que a coisa em que ele é melhor é matar, e ele desesperadamente quer escapar desse talento. Mas não importa o quanto ele tente sair do ramo, ele simplesmente não consegue parar de cometer atos hediondos de violência.
The Rehearsal
Nathan Fielder levou os elaborados exercícios de RPG de Nathan for You para o próximo nível em The Rehearsal. Ele inicialmente começou tentando ajudar as pessoas a se prepararem para situações difíceis em suas vidas, mas esse experimento televisivo rapidamente se tornou algo muito mais incrível.
Na primeira temporada, Nathan usou suas técnicas de RPG para praticar a paternidade com um exército de atores infantis, um dos quais se apegou demais e levantou questões éticas sobre a contratação de atores tão jovens e impressionáveis. Na segunda temporada, ele abordou a segurança aérea clonando um cachorro, revivendo a vida de Sully Sullenberger e tornando-se um piloto totalmente licenciado.
Mindhunter
Muitos filmes de David Fincher envolveram serial killers — tanto reais (Zodiac) quanto fictícios (Se7en) — mas em Mindhunter, ele voltou à fonte. A série acompanha um trio de perfiladores do FBI enquanto eles estudam os padrões em assassinatos em massa e essencialmente inventam o conceito de serial killer.
Mindhunter é um quem é quem de notórios serial killers dos anos 1970, mas também é um olhar interessante sobre a psicologia dos perfiladores criminais. Vemos o impacto mental de examinar os detalhes desses crimes macabros das nove às cinco todos os dias.
Dark
Muitas séries tentaram replicar a narrativa de mistério e a atmosfera sinistra de Twin Peaks, mas nenhuma dessas cópias conseguiu recapturar o que realmente fez Twin Peaks funcionar: era, antes de tudo, uma novela de cidade pequena. Como uma mistura magistralmente elaborada de melodrama e horror sobrenatural, Dark é a verdadeira sucessora de Twin Peaks.
Daredevil
Mais de uma década depois que o desastroso filme de Ben Affleck pareceu ter matado o personagem para sempre, o Homem Sem Medo finalmente ganhou a adaptação para as telas que sempre mereceu. Demolidor da Netflix traduziu perfeitamente o tom sombrio, a imagem sombria e a caracterização sombria dos quadrinhos icônicos de Frank Miller para a tela — e Charlie Cox e Vincent D’Onofrio provaram ser uma dupla herói-vilão infinitamente cativante.
Adolescence
Nos primeiros minutos de Adolescence, um adolescente aterrorizado é preso sob suspeita de um assassinato que ele insiste não ter cometido. O que se segue são quatro episódios eletrizantes, filmados em longos planos contínuos em tempo real, nos quais esse mistério se desenrola. O estilo de filmagem em plano único faz toda a diferença. Adolescence parece muito mais imersivo e realista do que o thriller de TV médio.
Reservation Dogs
Sterlin Harjo trouxe uma representação muito necessária das comunidades nativas americanas para a televisão com sua série lindamente contada Reservation Dogs. O show gira em torno de um grupo de crianças tentando juntar dinheiro suficiente para deixar sua reserva em Oklahoma e ir para a Califórnia.
Reservation Dogs captura o fluxo da vida real de forma mais eficaz do que a maioria dos programas de TV. Alterna entre o hilário e o comovente, o diálogo é maravilhosamente naturalista, e você acredita totalmente nas amizades próximas entre todas essas crianças.
Twin Peaks: The Return
O tão aguardado retorno de David Lynch ao mundo de Twin Peaks valeu a pena. Lynch fez seu último longa-metragem em 2006 com Inland Empire, mas seu último filme é, na verdade, Twin Peaks: The Return.
Com sua estrutura não ortodoxa, performances emocionantes e visuais de tirar o fôlego, este revival facilmente fez jus ao legado das duas primeiras temporadas. Twin Peaks: The Return é um filme de David Lynch de 18 horas, e marcou o encerramento perfeito de seu legado cinematográfico.
Fonte: ScreenRant
