Filmes de kung fu são responsáveis por algumas das franquias mais divertidas já feitas. Astros como Jackie Chan, Jet Li, Donnie Yen, Alexander Fu Sheng e Gordon Liu estrelaram uma infinidade de filmes notáveis, alguns como parte de séries maiores ou como o início delas.
A propensão a sequências é algo que se aplica ao gênero de artes marciais como um todo. Na Tailândia, Tony Jaa liderou uma das melhores franquias de artes marciais de todos os tempos na forma da trilogia Ong Bak. Jean-Claude Van Damme deu início a duas grandes franquias próprias quando fez Kickboxer e Bloodsport. Também vale mencionar The Karate Kid e John Wick.
Muito antes de Hollywood desenvolver a febre de sequências, estúdios em Hong Kong e Taiwan já a possuíam, como evidenciado pelo número de continuações que seus filmes mais bem-sucedidos acabaram recebendo. Com o tempo, o lado do kung fu do gênero de artes marciais viu mais do que sua parcela justa de franquias de filmes agradáveis que se estenderam por três, quatro, cinco ou até mais partes.
10 – In The Line Of Duty

Composta por sete filmes oficiais, a série In the Line of Duty apresenta filmes de ação policial modernos sobre uma detetive que usa suas habilidades de kung fu para combater o crime organizado. Yes, Madam foi um ótimo veículo de ação para Michelle Yeoh, seguido por uma sequência digna que reuniu a atriz com Cynthia Rothrock.
A série seguiu em frente sem Michelle Yeoh e encontrou uma nova protagonista (e título) ao trazer Cynthia Khan. A franquia ainda funcionava tecnicamente sem Yeoh, com Khan tendo charme e habilidade de luta suficientes para liderar a série. No entanto, tornou-se muito formuláica e muitos dos filmes ofereciam muito pouco em termos de história.
Dito isso, ela produziu mais uma grande entrada na forma de In the Line of Duty IV: Witness, que é possivelmente um dos filmes de artes marciais mais subestimados dos anos 1980.
9 – Armour Of God

Nos anos 1980, Jackie Chan estrelou dois filmes de ação de Hong Kong no estilo da série Indiana Jones, Armour of God e Armour of God 2: Operation Condor. Como se vê, Indiana Jones e a fórmula de um filme de Jackie Chan formam uma combinação divertida, pois permitem que as viagens cheias de ação para locais exóticos vistas na franquia Indiana Jones adotem o estilo característico de Jackie Chan, completo com sua devoção em fazer suas próprias acrobacias.
Em 2013, Chan retornou à série Armour of God para fazer uma terceira entrada, Chinese Zodiac. Apesar de sua idade avançada, Chinese Zodiac investiu ainda mais em ação do que o habitual, quebrando recordes com o número de acrobacias incluídas para seu astro.
8 – The Brave Archer

Shaw Brothers, o maior estúdio da indústria de filmes de kung fu, reuniu muitas de suas estrelas principais para uma série de três filmes, começando com The Brave Archer. Baseada em The Legend of the Condor Heroes de Louis Cha, a trilogia The Brave Archer acompanhou as façanhas de Kwee Ceng, interpretado por Alexander Fu Sheng, enquanto ele conhece várias figuras do mundo das artes marciais, progride em suas habilidades de luta e cruza o caminho de seu irmão secreto.
Em certo sentido, os filmes de The Brave Archer são o equivalente mais próximo de O Senhor dos Anéis no gênero de filmes de kung fu, pois reúnem um grande elenco de personagens e os levam através de uma narrativa de três partes, com muitos ganhando seus próprios arcos e cliffhangers que preparam novas aventuras.
As maiores fraquezas dos filmes de The Brave Archer são a falta de um elenco coeso e o fato de que a trilogia não conclui a história adequadamente. Mais dois filmes de Brave Archer foram feitos, mas eles – assim como seus predecessores – tomaram decisões confusas de escalação que dificultaram o acompanhamento de quem era quem de uma sequência para outra.
7 – Shaolin Temple

A estrela das artes marciais Jet Li teve seu papel de destaque em 1982, quando interpretou o protagonista em Shaolin Temple, um filme de kung fu sobre um jovem que se torna um monge Shaolin para receber treinamento e, eventualmente, se vingar de seus inimigos. Filmado no Monastério Shaolin real, o clássico cult de 1983 utilizou excelentemente a expertise em artes marciais de Jet Li, ao mesmo tempo em que teceu uma narrativa memorável – embora tradicional – de filmes de kung fu da velha guarda.
Após o filme, Jet Li estrelou duas sequências, Shaolin Temple 2: Kids from Shaolin e Shaolin Temple 3: Martial Arts of Shaolin. Ambos foram filmes de kung fu dignos com boa ação e histórias, mas não ofereceram nada inovador. Além disso, eles não eram sequências diretas, pois ambos colocavam Jet Li em novas aventuras relacionadas ao Templo Shaolin.
6 – Police Story

Ao estrelar como Chan Ku-kai em Police Story, Jackie Chan iniciou uma das franquias de filmes de artes marciais mais longas. O filme de ação policial de artes marciais de 1985 combinou as palhaçadas cômicas de Jackie Chan com algumas das acrobacias mais impressionantes e desafiadoras da carreira do ator. Para Police Story 2, os cenários e as acrobacias tornaram-se ainda mais grandiosos, com o astro aparentemente determinado a garantir que a sequência atendesse aos padrões estabelecidos pelo original.
O que se seguiu foi uma dupla inesquecível entre Jackie Chan e Michelle Yeoh em Police Story 3: Supercop, que foi bom o suficiente para gerar um spin-off liderado por Yeoh em Supercop 2. Chan interpretou Chan Ku-kai novamente em Police Story 4: First Strike e, apesar das franquias geralmente lutarem para manter sua originalidade no quarto filme, a ação ininterrupta e as acrobacias criativas do filme mostraram que ele ainda não havia perdido o fôlego.
Feitos anos depois, os reboots New Police Story e Police Story 2013 trouxeram maior profundidade emocional para a fórmula de Police Story, e embora tenham proporcionado uma mudança refrescante, nenhum dos filmes teve o mesmo nível de charme que os quatro primeiros filmes de Chan na série.
5 – The One-Armed Swordsman

Um dos filmes de artes marciais mais importantes já feitos, The One-Armed Swordsman da Shaw Brothers causou impacto ao colocar Jimmy Wang Yu no papel de um herói que perde o braço. Dirigido por Chang Cheh, as fenomenais sequências de treinamento, a narrativa de vingança e o final repleto de ação de The One-Armed Swordsman ajudaram a estabelecer um modelo inicial para o que um bom filme de artes marciais deve ser.
Jimmy Wang Yu retornou para uma sequência memorável em Return of the One-Armed Swordsman, embora tenha admitido que não atendeu às expectativas extremamente altas estabelecidas pelo primeiro filme. O terceiro filme, The New One-Armed Swordsman, que foi mais um reboot do que uma sequência adequada, também não superou o original, mas criou um novo protagonista cativante com David Chiang como substituto de Wang Yu, e o complementou com uma história de vingança épica própria.
4 – Once Upon A Time In China

Assim como Drunken Master, o filme Once Upon a Time in China de Jet Li usa o especialista em kung fu da vida real Wong Fei-hung como seu personagem principal. Mas em vez de tornar sua história uma comédia, o filme de Jet Li está mais interessado em mergulhar profundamente na cultura chinesa e oferecer uma abordagem mais séria e sincera à jornada do herói.
Há muito drama e ótima construção de mundo na série Once Upon a Time in China, mas isso não quer dizer que a ação tenha que ficar em segundo plano. As cenas de luta elaboradamente criadas e que dependem de arames raramente decepcionam, com o confronto entre Jet Li e Donnie Yen em Once Upon a Time in China II sendo uma das maiores cenas de luta nas carreiras de ambos os atores.
O estilo característico de “wire-fu” da franquia caiu um pouco de qualidade com a saída temporária de Jet Li para os quarto e quinto filmes, mas cada lançamento entregou resultados. A série declinou em qualidade geral após o segundo filme, mas para ser justo, não é fácil manter esse padrão quando as duas primeiras entradas são consideradas entre as melhores do gênero.
3 – Drunken Master

Em 1978, Jackie Chan foi lançado ao estrelato por seu papel principal em Drunken Master, que combinou brilhantemente comédia com ação de artes marciais em uma história que culminou em um dos maiores confrontos finais no gênero de artes marciais.
Um ano depois, o mentor do personagem de Jackie Chan, Sam Seed, interpretado por Yuen Sui-tien, retornou para uma sequência menos conhecida, Dance of the Drunk Mantis. Não tinha a estrela que fez Drunken Master um nome familiar, mas foi incrível mesmo assim, em grande parte graças a um emocionante revanche entre Yuen Siu-tien e Hwang Jang Lee, mas com este último interpretando um novo personagem.
Levou mais 15 anos, mas uma sequência direta de Drunken Master finalmente aconteceu, com Jackie Chan reprisando seu papel como Wong Fei-hung. Drunken Master II foi um caso raro em que uma sequência conseguiu superar seu antecessor já lendário para se tornar um dos melhores filmes de artes marciais de todos os tempos.
2 – The 36th Chamber

Drunken Master não foi a única obra-prima das artes marciais lançada em 1978. Chegando aos cinemas naquele ano também estava The 36th Chamber of Shaolin, que, em alguns aspectos, é o filme de kung fu da velha guarda por excelência.
Ele tem todos os elementos essenciais de uma ótima entrada no gênero: coreografia de artes marciais de ponta de Lau Kar-leung, um ator que torna as cenas de luta críveis em Gordon Liu, uma trama bem escrita e movida por vingança, e excelentes sequências de treinamento. De fato, são as várias cenas de treinamento que desenvolvem e expandem as habilidades de San Te que impulsionam o clássico da Shaw Brothers.
Gordon Liu retornou para mais dois filmes de 36th Chamber, Disciples of the 36th Chamber e Return to the 36th Chamber, um sendo uma sequência direta e o outro um filme com conexões vagas com o original. Em qualquer caso, ambos fizeram justiça ao seu predecessor em termos de coreografia e histórias, e, por sua vez, completaram o que é agora a melhor trilogia de artes marciais já feita.
1 – Ip Man

Em 2008, seria difícil imaginar uma cinebiografia sobre o mentor de Bruce Lee gerando uma franquia composta pelo que em breve serão seis filmes (incluindo um spin-off), mas não apenas o diretor Wilson Yip e seu astro, Donnie Yen, conseguiram isso, como também realizaram a desafiadora tarefa de fazer cada filme parecer uma adição necessária à história de Ip Man.
Ip Man impressionou o público em seu lançamento com um confronto épico em que o personagem de Donnie Yen derrubou impressionantemente dez homens. De fato, a franquia não conseguiu superar isso, mas cada lançamento subsequente provou que pertence ao cânone.
A série apostou fortemente no poder das estrelas para dar ao personagem de Yen uma competição estelar em suas maiores lutas, seja Sammo Hung em Ip Man 2, Mike Tyson em Ip Man 3, ou Scott Adkins em Ip Man 4. Todas essas batalhas foram ferozmente competitivas e excelentemente coreografadas.
A narrativa também foi ótima, tanto que excede as expectativas para um filme padrão de artes marciais, como evidenciado pela história de partir o coração de Cheung Wing-sing lutando contra o câncer em Ip Man 3 e as lutas de Ip Man contra sua própria mortalidade no quarto filme.
Fonte: ScreenRant