Em uma colaboração inédita entre Collider, ScreenRant, CBR e MovieWeb, os Screen Awards 2025 celebram o melhor do cinema e da televisão. O evento reúne um júri de especialistas e fãs para premiar as produções que marcaram o ano.
A categoria de Melhor Performance de Atriz Principal em Série destaca performances que não apenas ancoraram suas produções, mas também capturaram a essência do momento atual, moldando conversas na cultura pop. Estas cinco atrizes se tornaram a força gravitacional de suas séries, mantendo o público engajado a cada segundo.
Bella Ramsey (The Last of Us)
Desde sua estreia como Ellie em The Last of Us, da HBO, Bella Ramsey, duas vezes indicada ao Emmy, consolidou-se como uma força da natureza. Aos 22 anos, Ramsey encarna a personagem com uma profundidade impressionante, transformando o tormento interior de Ellie em algo palpável. Mais afiada e ousada, a atriz não apenas atende aos desafios, especialmente com o desenvolvimento de Ellie na segunda temporada, mas faz tudo parecer instintivo, recebendo elogios constantes e impulsionando o reconhecimento da série em premiações.
A segunda temporada, ambientada cinco anos após os eventos de Salt Lake City, mostra Ellie e Joel (Pedro Pascal) tentando se restabelecer em Jackson. A dinâmica entre eles sofre uma fratura que se aprofunda após um evento violento, lançando Ellie em um caminho de luto e vingança. Ramsey carrega o peso emocional da história, especialmente no sexto episódio, “The Price”. Sua interpretação da dor, raiva e das escolhas trágicas de Ellie é marcada por detalhes sutis e um silêncio que fala mais alto, anunciando uma estrela em ascensão.
Britt Lower (Severance)
Na segunda temporada de Severance, Britt Lower demonstra ter assumido plenamente seu poder como atriz. Desde a estreia da série de ficção científica da Apple TV em 2022, Helly R. já era uma personagem de destaque. Nesta temporada, a série oferece à atriz um terreno emocional mais vasto, que Lower explora com maestria. O que poderia ser uma representação fria de uma mulher dividida entre duas versões incompatíveis de si mesma, torna-se algo profundamente humano em suas mãos. Ao acentuar as contradições de Helly e aprofundar suas emoções, Lower transmite medo, raiva e confusão através de expressões marcantes e uma entrega imponente.
Em episódios como “Woe’s Hollow”, onde Helly desmorona sob pressão, Lower demonstra sua capacidade de transmitir emoções complexas com silêncio e contenção. Mesmo nas reviravoltas mais surreais da trama, a atriz mantém a essência da personagem fragmentada e seu desejo de ser. Transformando Helly em uma das figuras mais cativantes da ficção científica de prestígio, a segunda temporada de Severance prova que a série pode ser tão excêntrica quanto quiser, pois Lower sempre a manterá emocionalmente verdadeira.
Jean Smart (Hacks)
Desde a estreia de Hacks na HBO em 2021, Jean Smart tem oferecido uma aula magistral sobre como interpretar uma lenda da TV sem cair na estagnação. Sua atuação como Deborah Vance não é apenas um dos grandes feitos de sua carreira tardia, mas, como uma personagem mais exposta emocionalmente na quarta temporada, ela encontra novas maneiras de brilhar. Críticos elogiam a precisão de Smart em escolhas sutis que dão vida a Deborah de forma única, mantendo a série com 99% de aprovação no Rotten Tomatoes.
Nesta temporada, com seu império de comédia noturna abalado por ego e insegurança, a Deborah de Smart prova que não é apenas uma grande personagem, mas um marco na forma como a televisão escreve, escala e centra mulheres mais velhas na comédia. Episódios como “I Love L.A.” e “A Slippery Slope” permitem que Smart transite de implacável a devastada em segundos, demonstrando a amplitude de seu talento e garantindo suas vitórias contínuas em premiações como Emmy e Globo de Ouro. Sua habilidade em retratar personagens complexos é inigualável.
Michelle Williams (Dying for Sex)
Michelle Williams é uma das atrizes mais definidoras de nossa geração, com uma capacidade ímpar de desaparecer em seus papéis. Em Dying for Sex, da FX, a atriz, cinco vezes indicada ao Oscar, assume um dos papéis mais ousados de sua carreira, conferindo-lhe uma ternura surpreendente. Baseada livremente nas experiências da falecida podcaster Molly Kochan, a minissérie acompanha uma mulher que, ao receber um diagnóstico terminal de câncer, decide deixar seu casamento para buscar prazer e redescobrir partes de si que a sociedade muitas vezes nos diz para enterrar.
Desde a primeira cena, Williams entrega uma performance surpreendentemente viva e refrescante. O que torna sua atuação cativante é a imprevisibilidade de Molly. A história a leva a um território raramente explorado pela atriz. Equilibrando comédia e drama, a franqueza da série sobre relacionamentos, sexo, desejo e trauma funciona graças à curiosidade genuína e emocional de Williams. Não é à toa que a série foi aclamada pela crítica, com pontuações próximas de 100% no Rotten Tomatoes e múltiplas indicações ao Emmy e Globo de Ouro. Com um conceito inédito na TV, a série de fácil maratona, com cerca de 30 minutos por episódio, precisava de uma atriz destemida para abraçar o desconhecido. Felizmente, Williams transforma essa oportunidade em algo inesquecível.
Rhea Seehorn (Pluribus)
Saltando de um papel coadjuvante que definiu sua carreira para protagonizar uma das séries mais comentadas de 2025, Rhea Seehorn entra em Pluribus, de Vince Gilligan, com a confiança de quem faz isso há décadas. Redefinindo o que uma protagonista de ficção científica pode ser, Seehorn passa longos períodos sozinha na série, sem parceiros de cena ou diálogos. Interpretando Carol Sturka, a única humana infeliz restante após um vírus alienígena transformar o resto da humanidade em uma mente coletiva feliz, Seehorn cria uma performance espinhosa, ao mesmo tempo ferida, afiada e inesperadamente engraçada.
O melhor de tudo é que ela explora essas nuances sem tornar Carol antipática. É esse realismo e aterramento que se tornam a âncora emocional da série. Ao carregar o peso temático da situação de Carol – isolamento, luto, individualidade, ressentimento e o custo da “felicidade” – Seehorn atua com controle total, fazendo com que essa personagem solitária pareça vivida, não teatral. Graças a esse charme específico, não é coincidência que a série tenha se tornado um fenômeno para a Apple TV, alcançando o primeiro lugar desde sua estreia e já sendo indicada ao Globo de Ouro e Critics’ Choice. O sucesso da série repousa sobre os ombros de Seehorn.
Fonte: ScreenRant
