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Em uma manobra de comunicação estratégica e sem precedentes, o presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, convocou a imprensa especializada para uma conversa franca sobre os rumos do Universo Cinematográfico Marvel (MCU).
Em discussões detalhadas com veículos como Variety e The Hollywood Reporter, Feige não apenas apresentou um plano de sete anos que se estende até 2032, mas também fez um “mea culpa” sobre a estratégia pós-Vingadores: Ultimato, confirmando uma série de mudanças drásticas que redefinirão a franquia.
O timing dos anúncios, ocorrendo logo após o sucesso de crítica e público de Superman, da concorrente DC Studios, não passou despercebido. Feige usou o momento para rechaçar a ideia de “fadiga de super-heróis”, apontando para uma nova direção focada em qualidade sobre quantidade, e confirmou planos que antes viviam apenas no campo da especulação, incluindo o futuro dos X-Men, o destino de personagens icônicos e um surpreendente novo papel para Robert Downey Jr.
A Admissão da Saturação e a Nova Estratégia de Conteúdo
Um dos pontos mais honestos da conversa de Feige foi o reconhecimento de que a expansão agressiva para o streaming Disney+ diluiu a marca. “Nós produzimos 50 horas de histórias entre 2007 e 2019”, disse Feige à Variety, “mas nos seis anos desde Vingadores: Ultimato, tivemos bem mais de 100 horas de histórias — na metade do tempo. É demais.”
Essa superprodução, segundo ele, levou a um ponto onde, “pela primeira vez, a quantidade superou a qualidade”. Para corrigir o curso, a Marvel adotará uma nova e enxuta cadência de lançamentos:
- No máximo, três filmes por ano.
- Apenas uma série em live-action por ano.
A filosofia por trás das séries também mudará fundamentalmente. Elas abandonarão a necessidade de serem “lição de casa” para os filmes, adotando um modelo mais independente, similar ao das antigas séries da Marvel na Netflix. Um evento em um filme não necessariamente impactará uma série, e vice-versa, para evitar que o público casual se sinta obrigado a acompanhar todo o conteúdo.
O Destino dos Heróis: Confirmações e Incertezas
Com a redução de projetos, o futuro de muitos personagens introduzidos na Fase 4 tornou-se incerto. Quando questionado sobre os Jovens Vingadores, Feige ofereceu um vago “potencialmente”, indicando a ausência de planos concretos.
Outras confirmações foram mais diretas e impactantes:
- Miles Morales: O personagem está fora dos planos do MCU em live-action até que a Sony Pictures conclua sua trilogia animada do Aranhaverso em 2027. “A Sony aparentemente disse para a Marvel ficar longe de Miles Morales”, detalhou a cobertura da Variety.
- O Justiceiro: Feige confirmou oficialmente que Jon Bernthal retornará como Frank Castle e terá participação no próximo filme do Homem-Aranha, solidificando a ponte entre o universo da Netflix e o MCU principal.
Doutor Destino, Robert Downey Jr. e a Saída de Kang
Talvez a revelação mais bombástica tenha sido a reestruturação do vilão principal da Saga do Multiverso. Feige afirmou que, mesmo antes das controvérsias legais envolvendo o ator Jonathan Majors, a Marvel já sentia que Kang, o Conquistador, não possuía a estatura de um vilão do nível de Thanos.
“Começamos a perceber que Kang não era grande o suficiente”, disse Feige em declarações reportadas pelo The Hollywood Reporter.
“E que só havia um personagem que poderia ser assim, porque ele foi assim nos quadrinhos por décadas e décadas. Começamos a conversar sobre o Doutor Destino antes mesmo de abandonarmos oficialmente o Kang.”
Em seguida, veio a confirmação que abalou a internet: “Na verdade, eu já tinha começado a conversar com Robert Downey Jr. sobre essa ideia audaciosa antes mesmo de Homem-Formiga 3 ser lançado”.
A crise narrativa foi transformada em uma oportunidade de trazer de volta o ator mais icônico da franquia, não como Homem de Ferro, mas como o novo grande antagonista, Victor Von Doom.
Guerras Secretas: O “Reset” e a Nova Era dos Mutantes
Todos os caminhos levam a Vingadores: Guerras Secretas (2027), que Feige descreveu não como um “reboot”, mas como um “reset” para o MCU. “Reboot é uma palavra assustadora”, explicou ele. “Reset, uma linha do tempo singular — estamos pensando nesses moldes.”
Inspirado diretamente pela saga dos quadrinhos de 2015, o filme usará o colapso do multiverso para forjar um novo status quo. “Estamos utilizando essa história não apenas para completar as histórias que contamos pós-Ultimato, mas também para nos preparar muito para o futuro”, afirmou Feige.
“Ultimato era sobre finais. Guerras Secretas é sobre começos.“
O principal resultado deste reset será a introdução de uma equipe completamente nova dos X-Men. Os atores da era Fox, como Patrick Stewart e Ian McKellen, terão uma despedida em Vingadores: Doomsday (2026).
Após os eventos de Guerras Secretas, um novo filme dos X-Men, dirigido por Jake Schreier (Thunderbolts), apresentará um elenco jovem e desconhecido, com foco na dinâmica escolar e na temática de alteridade que define os mutantes.
Recriando Ícones: O Futuro do Homem de Ferro e Capitão América
Por fim, Feige abordou o inevitável: a reformulação de seus heróis mais icônicos. Ele confirmou que, após o “reset”, a Marvel planeja, eventualmente, escalar novos atores para os papéis de Tony Stark e Steve Rogers, tratando-os como legados, à semelhança de personagens como James Bond e Superman.
“Acho que é difícil para qualquer um fazer isso quando um ator interpreta um papel tão bem”, admitiu. “Como vão substituir Sean Connery? Certo, mas nós substituímos.”
Essa declaração sinaliza uma visão de longo prazo para a franquia, garantindo sua perpetuidade para além de seus atores fundadores e abrindo um novo e vasto capítulo para o Universo Cinematográfico Marvel.
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