No cinema, Kill Bill já tem seu lugar garantido na história e na cultura pop. A atuação de Uma Thurman como A Noiva, Lucy Liu como O-Ren Ishii, e a trilha sonora icônica inspiram e influenciam constantemente, sendo copiadas e sampleadas. Isso não é surpresa, já que a escrita e direção de Quentin Tarantino são ricas e vívidas, oferecendo novas descobertas a cada nova assistida.
Nova Versão Adiciona Quase 25 Minutos, Mas Sente-se Supérflua
Em 5 de dezembro de 2025, foi lançada oficialmente Kill Bill: The Whole Bloody Affair, um corte estendido que reúne os volumes 1 e 2 e adiciona quase 25 minutos de material inédito. Apesar de ser uma oportunidade para ver o filme novamente nas telonas após quase 20 anos, a versão original já era tão bem construída que o novo conteúdo parece um pouco supérfluo.
Um dos novos elementos é a parceria com Fortnite, envolvendo uma nova personagem, Yuki, irmã de Gogo Yubari. Essa cena, que se passa após o confronto com Vernita Green, foi retirada do roteiro original. Embora seja canônica e apresentada após os créditos, pode ser facilmente ignorada por quem não acompanha essas integrações. A sequência não gera grande impacto, especialmente com a presença de uma banana antropomórfica.

A narrativa não linear de Tarantino é um dos pontos fortes. Na versão original, a luta contra O-Ren Ishii já estava planejada antes mesmo de A Noiva confrontá-la. Em The Whole Bloody Affair, sem a digitação de Fortnite, o filme se mantém como uma obra-prima, embora ligeiramente recheada. Uma pequena alteração na linha de diálogo preserva uma surpresa emocional no confronto final entre A Noiva e Bill.
As outras mudanças incluem a cena da Casa das Folhas Azuis em cores, em vez de preto e branco, com alguns desmembramentos adicionais. A expansão da origem de O-Ren Ishii, produzida pela Ghost in the Shell, é o elemento mais intrigante. Essa filmagem, que não estava presente nem mesmo nas exibições anteriores de The Whole Bloody Affair, parece um pouco inacabada em resolução de tela grande, mas pode funcionar melhor em formatos menores.

A história, focada na perseguição de O-Ren a Pretty Riki, parece menos essencial no contexto geral do filme. Apesar de ser interessante, não adiciona substancialmente à trama.
Atuações e Construção Cinematográfica Continuam Brilhantes
Apesar das adições, o que realmente ressoa é a escrita, a construção e, especialmente, a atuação. A performance de Uma Thurman como A Noiva, transmitindo força, resiliência e vulnerabilidade, merece reconhecimento. Sua maternidade, perdida e recuperada, é uma força transformadora que confere complexidade à personagem.
Lucy Liu, como O-Ren, é mais do que uma chefe do crime. Michael Madsen, como Budd, exibe uma resignação que complementa seu destino. David Carradine, em seu papel como Bill, injeta carisma e humor em um personagem que precisa ser monumental para justificar seu império e o fascínio que exerce sobre A Noiva.
Kill Bill é uma experiência cinematográfica singular, combinando elementos de forma ambiciosa. Cada detalhe emprestado de outras fontes agora é sinônimo deste filme. O laço que une tudo é Thurman como estrela e Tarantino como cocriador.
Seja em 2003 ou em 2025, o filme é emocionante, engraçado, surpreendente, sangrento, fantástico e humano. Com esta nova versão, seus fãs terão mais uma opção para assistir. Kill Bill é, sem dúvida, um dos filmes mais divertidos e influentes das últimas décadas.
Fonte: ScreenRant