Em uma reviravolta surpreendente no mundo do cinema de super-heróis, o aclamado ator John Malkovich teve seu papel como o cosmonauta Ivan Kragoff, mais conhecido como o Fantasma Vermelho, completamente cortado de “Quarteto Fantástico: Primeira Vez”. A revelação, feita pelo diretor Matt Shakman em entrevista à Variety, confirmou que o vilão clássico da Marvel, ambientado na década de 1960, não fará parte da versão final do filme. “Quarteto Fantástico: Primeira Vez” promete apresentar a icônica família – Reed Richards/Sr.
Fantástico (Pedro Pascal), Susan Storm/Mulher Invisível (Vanessa Kirby), Johnny Storm/Tocha Humana (Joseph Quinn) e Ben Grimm/Coisa (Ebon Moss-Bachrach) – enfrentando ameaças cósmicas como o Surfista Prateado (Julia Garner) e Galactus (Ralph Ineson). Shakman, que anteriormente dirigiu Malkovich em “Cut Bank” (2014), elogiou a dedicação e o talento do ator, afirmando que ele “foi brilhante e deu o seu melhor”. No entanto, a complexidade do elenco de conjunto e a meta de manter o tempo de duração do filme abaixo de duas horas resultaram em várias cenas ficando na “sala de corte”.
Relata-se que o Fantasma Vermelho e seus Super-Macacos (Igor, Miklho e Peotor) apareceriam em uma sequência de ação inicial, sabotando um monotrilho em Nova York. Isso levaria o Quarteto Fantástico a abandonar uma aparição em um talk show para entrar em ação. O diretor explicou o desafio de equilibrar a construção de um “mundo retrô-futurista dos anos 60”, a introdução de múltiplos vilões, a apresentação dos quatro personagens principais (tanto em grupo quanto individualmente) e a inclusão da ideia de uma criança (Franklin Richards).
Essa densidade narrativa levou a cortes dolorosos, incluindo o papel de Malkovich. O ator, por sua vez, aceitou o papel em “Quarteto Fantástico” motivado pelo desejo de trabalhar novamente com Shakman, conforme revelado em seu perfil na GQ. Curiosamente, Malkovich havia anteriormente recusado ofertas da Marvel, citando sua insatisfação com os “acordos” e a natureza “extenuante” das filmagens.
Ele já interpretou um vilão da DC em “Jonah Hex” (2010), um filme que foi um fracasso de crítica e bilheteria. “Se você vai ficar pendurado em um guindaste na frente de uma tela verde por seis meses, pague-me. Você não quer me pagar, tudo bem, mas então eu não quero fazer isso, porque prefiro estar no palco, ou dirigindo uma peça, ou fazendo outra coisa”, declarou Malkovich sobre suas reservas anteriores em relação a papéis de super-heróis.
No entanto, esta não é a primeira vez que um papel de John Malkovich vilão Marvel não se concretiza. Em 2009, surgiram fortes rumores de que Malkovich estava cotado para interpretar o Abutre (Adrian Toomes) em “Homem-Aranha 4”, o filme de Sam Raimi que seria lançado em 6 de maio de 2011. Após “Homem-Aranha 3” (2007) apresentar Tobey Maguire enfrentando um trio de vilões, a quarta parte da saga de Raimi introduziria o Abutre de Malkovich e Anne Hathaway como Felicia Hardy, a Gata Negra (embora relatórios iniciais sugerissem uma personagem original chamada Vulturess).
Os planos de Raimi para o cancelado “Homem-Aranha 4” também incluíam o colaborador frequente Bruce Campbell como outro vilão do Homem-Aranha: o Mestre das Ilusões, Mystério. Em 2016, storyboards vazados revelaram a luta do Abutre de Malkovich contra o Homem-Aranha, bem como o Homem-Aranha prendendo Mystério.
O artista de storyboard Jeffrey Henderson explicou ao Gizmodo que Mystério apareceria em uma montagem de abertura com “vilões de nível C e D que sabíamos que nunca seriam usados como antagonistas principais”.
No entanto, o Abutre, que utilizaria suas asas afiadas em uma sequência de ação acima de Nova York, seria particularmente cruel como o principal vilão do filme. “A coisa que sempre voltávamos era que, como personagem, todos iriam dispensar o Abutre como apenas um velho em um terno verde bobo”, disse Henderson. “Então, queríamos ir na direção oposta e realmente torná-lo o adversário mais temível e formidável que o Homem-Aranha havia enfrentado na série.
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A jornada de John Malkovich vilão Marvel tem sido, até agora, uma série de “quase”: de um vilão icônico cortado a um papel principal promissor que nunca viu a luz do dia. É uma pena para os fãs do ator e dos universos Marvel, mas um testemunho da seletividade e do talento inegável de um dos grandes nomes de Hollywood.