IT: Welcome to Derry repete erros de IT

A série prequela IT: Welcome to Derry, inspirada na obra de Stephen King, promete expandir a mitologia de Pennywise e explorar a relação milenar do palhaço com a cidade. Ambientada nos anos 1960, a produção aborda temas sociais como o racismo estrutural e como a maldade humana cria um ambiente propício para a proliferação do mal sobrenatural. A série também introduz um novo grupo de crianças com traumas individuais, vulneráveis à criatura que habita os esgotos, estabelecendo um cenário promissor para o horror psicológico.

No entanto, o primeiro episódio sugere que a série aprendeu as lições erradas com a adaptação anterior, arriscando repetir os erros de IT: Capítulo 2. A premissa é sólida, mas a execução logo no início parece se inclinar para a fórmula menos bem-sucedida do longa de 2019.

Por que IT: Capítulo 2 Falhou Onde IT Triunfou

A adaptação cinematográfica de IT – A Coisa (2017) foi um fenômeno. Com um orçamento modesto de US$ 35 milhões, arrecadou US$ 704 milhões mundialmente, tornando-se a maior bilheteria de um filme de terror da história. Recebeu aclamação crítica, elogiada pela mistura de camaradagem e terror atmosférico. Seu sucesso residiu na compreensão de que Pennywise era mais aterrorizante quando o horror era íntimo e pessoal, explorando os medos específicos de cada personagem, como o espelho distorcido para Stan Uris ou a visão assustadora de Georgie para Bill Denbrough.

Em contraste, IT: Capítulo 2 foi criticado por seu excesso. Com quase 3 horas de duração e uma estrutura repetitiva, o filme dividiu o elenco em jornadas individuais, enfraquecendo a química que foi crucial para o sucesso do primeiro. Mais grave, o longa trocou o horror psicológico por espetáculo, com sequências exageradas e CGI que, apesar de visuais, não eram assustadoras, resultando em uma recepção divisiva e bilheteria inferior.

Welcome to Derry Começa Com Impacto, Para o Bem ou Para o Mal

O episódio de estreia de IT: Welcome to Derry demonstra um compromisso com a filosofia que prejudicou a sequência. A narrativa acompanha Matty, um garoto fugindo do pai abusivo em uma noite de neve, com um olho roxo como prova da violência doméstica. Essa introdução conecta-se diretamente ao tema central da obra, onde Pennywise frequentemente é uma manifestação do mal humano.

Após encontrar refúgio com uma família que o acolhe, o clima muda abruptamente. A cena se transforma em um banho de sangue com o surgimento de uma criatura alada, gerada por computador, que causa uma morte brutal. Essa dependência de CGI rápido ecoa o elemento mais criticado de IT: Capítulo 2.

A sequência, embora destinada a espelhar a morte de Georgie, não atinge o mesmo nível de tensão do diálogo entre Georgie e Pennywise no primeiro filme. A criatura alada retorna no final do episódio, atormentando o novo Clube dos Perdedores. Apesar de mais eficaz devido a reviravoltas inesperadas, ainda não se compara aos melhores momentos de susto do filme original.

Essas cenas não são inerentemente ruins, mas sua eficácia é prejudicada pela pressa em apresentar um grande momento monstruoso sem antes construir o suspense atmosférico. O horror parece pouco merecido por contornar o medo gradual que tornou Pennywise um ícone, optando por choque visceral em vez de um arrepio psicológico. Embora um único episódio não defina uma série inteira, a decisão de iniciar com um impacto sonoro em vez de explorar o pavor silencioso que consagrou o primeiro filme não é um sinal promissor.

Novos episódios de IT: Welcome to Derry estreiam semanalmente na HBO.

Fonte: ComicBook.com