Desde sua estreia em 1984, Ghostbusters (Caça-Fantasmas) é aclamado como uma das maiores comédias de terror do cinema. No entanto, por trás de personagens icônicos como Egon Spengler e Peter Venkman, surge a figura de Walter Peck, o inspetor da EPA. Uma teoria popular ressurgida nos últimos anos sugere que Peck estava certo em interromper as operações dos Caça-Fantasmas, pois eles lidavam com equipamentos perigosos no centro de Nova York sem as devidas licenças.


Contudo, essa ideia ignora que as motivações de Peck eram mais pautadas por seu ego ferido do que por uma preocupação genuína com a segurança pública. Longe de ser um representante da retidão da EPA, Walter Peck é retratado como um burocrata arrogante, egocêntrico e de mente estreita, mais interessado em manchetes pessoais do que em proteger os cidadãos da ameaça que sua própria arrogância desencadeou.
A Teoria “Walter Peck Tinha Razão” Explicada
O argumento central da teoria de que “Walter Peck tinha razão” baseia-se no perigo inerente à unidade de contenção, que usa uma grade de laser para reter os fantasmas capturados. Essas preocupações são ecoadas por Egon (Harold Ramis), que expressa receio sobre o potencial superaquecimento da unidade em meio aos altos níveis de energia paranormal na cidade.
As preocupações se intensificam quando Peck retorna com uma ordem judicial para fechar a unidade, alegando que a equipe poderia estar liberando produtos químicos perigosos no centro de Nova York. No entanto, em vez de considerar os avisos dos Caça-Fantasmas sobre as consequências de desligar a grade de contenção, Peck procede com o fechamento, liberando inadvertidamente todas as entidades capturadas pelas ruas de Manhattan.
Walter Peck Agia por Ego, Não por Dever

Ao longo de Ghostbusters, Peck é retratado como um inspetor da EPA arrogante e rancoroso, usando sua posição como fachada para suas verdadeiras intenções. Desde sua primeira interação com Venkman, ele demonstra um desprezo aberto pelos Caça-Fantasmas, chamando-os de “conspiradores” mesmo diante da atividade paranormal comprovada em Nova York.
Esse ressentimento é tão profundo que Peck continua a culpar os Caça-Fantasmas mesmo após a liberação dos espíritos, levando à prisão da equipe. Ele protesta contra a libertação deles pelo prefeito, mesmo quando eles são inquestionavelmente os únicos qualificados para lidar com a crise que ele mesmo ajudou a causar.
Isso não significa que Peck não tivesse justificativa parcial em suas investigações. A atitude despreocupada de Venkman e Stantz poderia, de fato, levantar suspeitas. Em melhores mãos, uma investigação poderia ter lidado com os riscos da unidade de contenção de forma segura e sem a liberação de entidades indesejadas.
Os Caça-Fantasmas Nunca Tiveram a Chance de Provar a Segurança da Unidade de Contenção

O maior crime de Peck contra os Caça-Fantasmas, no entanto, foi recusar-lhes a chance de provar a segurança de sua unidade de contenção. A abordagem metódica de Stantz ao transferir os fantasmas para a grade demonstra o cuidado meticuloso que os ex-acadêmicos da Columbia empregavam ao abrigar espíritos.
É importante lembrar que esses acadêmicos, com múltiplos diplomas em psicologia, parapsicologia e microbiologia, projetaram a unidade de contenção com tanta especificidade que o eletricista que acompanhava Peck ficou impressionado, exclamando que nunca tinha visto nada igual. Com base nessa reação, é evidente que o design da grade dificilmente poderia ser rotulado como “amador”.
Novamente, isso não anula o desejo da EPA de supervisionar a operação dos Ghostbusters. Afinal, com Venkman no comando, havia uma chance não nula de que algo semelhante ao erro de Peck pudesse acontecer em Nova York. No entanto, ausente a arrogância de Walter Peck, essa investigação provavelmente teria ocorrido de forma mais tranquila e com muito menos probabilidade de um gigante de marshmallow atacando Manhattan.

Fonte: ScreenRant