Ex-chefe da PlayStation coloca o Xbox Game Pass na parede
Shawn Layden, antigo presidente da PlayStation Worldwide Studios, jogou um balde de água fria no popular Xbox Game Pass. Em uma entrevista recente, o executivo não mediu palavras ao criticar os modelos de assinatura de jogos, afirmando que serviços como o da Microsoft são prejudiciais para a indústria, afetando negativamente tanto as empresas quanto os desenvolvedores. A polêmica surge em um momento delicado, logo após as demissões em massa da Microsoft que impactaram estúdios renomados.
Layden detonou o Xbox Game Pass, sugerindo que a ideia de um “Netflix dos games” é perigosa, pois acostuma o público a não querer mais pagar pelos jogos. Ele traçou um paralelo com o Spotify, que, segundo ele, foi um dos motivos pelos quais as pessoas pararam de comprar música. O executivo foi especialmente duro com os lançamentos de jogos “day one” (no primeiro dia) nos serviços de assinatura, considerando a prática “ruim para os negócios”.
Fazendo coro a críticas recentes, Layden também questionou a lucratividade do Game Pass. “O Game Pass é lucrativo? Não é? O que isso significa?”, perguntou ele, sugerindo que é possível fazer “todo tipo de malabarismo financeiro” para que os números pareçam bons para a empresa. No entanto, para Layden, o modelo não é saudável para os desenvolvedores, que, ao trabalharem para lançar jogos em um serviço de assinatura, recebem o que ele descreveu como “salários de escravo”.
Apesar das críticas pesadas, o Xbox Game Pass parece ter vindo para ficar. A própria Microsoft considera o serviço lucrativo, mesmo que isso custe vendas diretas de seus títulos exclusivos. Estratégias como o aumento do preço da assinatura e o lançamento de jogos first-party em outras plataformas, como o PS5, provavelmente ajudaram a equilibrar as contas.
Além disso, há quem defenda o modelo. Josh Sawyer, desenvolvedor da Obsidian Entertainment, afirmou em 2022 que um jogo como Pentiment — aclamado pela crítica — simplesmente “não existiria sem o Xbox Game Pass”. Isso mostra que sempre haverá diferentes perspectivas sobre o assunto. No fim das contas, é difícil avaliar o impacto completo do serviço. A discussão levantada por Layden é válida, mas os exemplos de criatividade fomentados pelo Game Pass também são. Só o tempo dirá como a Microsoft continuará a gerenciar seu popular serviço e qual será o seu verdadeiro legado.