O mundo da televisão é repleto de histórias cativantes que, ao alcançar um sucesso estrondoso, inevitavelmente geram um desejo dos estúdios de capitalizar sobre esse triunfo. Assim nascem os spin-offs, séries derivadas que buscam expandir o universo narrativo ou aprofundar personagens queridos. Embora alguns tenham se revelado verdadeiras obras-primas – como Better Call Saul, Gen V, The Originals e Torchwood, elevando o patamar de suas séries-mãe –, muitos outros, infelizmente, se tornaram piores spin-offs de TV, falhando miseravelmente em representar a qualidade e o impacto dos projetos originais.
Séries como How I Met Your Mother, The Golden Girls, Heroes e Friends são marcos inegáveis na história da televisão, conquistando legiões de fãs e estabelecendo padrões de excelência. No entanto, suas tentativas de expansão através de derivados nem sempre acompanharam o brilho de seus antecessores. Ao longo dos anos, criadores e estúdios entregaram algumas das continuações mais decepcionantes, que não apenas não corresponderam às expectativas, mas, em muitos casos, acabaram por manchar o nome das produções originais, deixando para trás histórias que preferiríamos esquecer.
Um exemplo notório é How I Met Your Father (2022-2023). A aclamada How I Met Your Mother marcou nove temporadas como uma das sitcoms mais amadas. Contudo, seu derivado, com Hilary Duff no papel de Sophie Tompkins, que narrava aos filhos a história de como conheceu o pai, não conseguiu replicar o sucesso.
A nostalgia datada, a falta de desenvolvimento substancial dos personagens e um humor inconsistente levaram ao cancelamento da série após apenas duas temporadas, provando ser um dos piores spin-offs de TV. Outro fracasso retumbante foi The Golden Palace (1992-1993), que tentou dar continuidade à amada The Golden Girls. A série original teve um desfecho natural em 1992, e o spin-off, que acompanhava Rose, Blanche e Sophia assumindo um hotel em Miami, sofreu com a ausência crucial de Dorothy.
A dependência excessiva da fórmula antiga, a estagnação no desenvolvimento dos personagens após o episódio de estreia e uma produção aquém do esperado condenaram The Golden Palace ao cancelamento pela CBS após uma única temporada. Similarmente, That ’80s Show (2002), embora debatido como um spin-off direto de That ’70s Show, compartilhou a mesma equipe criativa e temas, mas carecia de química entre os personagens, forçava a nostalgia e apresentava um humor inconsistente, sendo cancelada após meros 13 episódios. Na lista dos piores spin-offs de TV, também encontramos Saved by the Bell: The College Years (1993-1994) e The Carrie Diaries (2013-2014).
Enquanto Saved by the Bell: The New Class teve uma longa duração, The College Years, que seguiu Zack, Slater e Screech para a faculdade, durou apenas 19 episódios. A falta de um elenco original mais amplo impediu o público de se conectar. Já The Carrie Diaries, um spin-off de Sex and the City focado na juventude de Carrie Bradshaw, desorientou os fãs com uma mudança drástica de tom, transformando a personagem madura e identificável em uma adolescente de comédia dramática.
Anacronismos, roteiro fraco e a desconexão com a série-mãe levaram ao seu fim após duas temporadas. Chegando ao topo da lista dos piores spin-offs de TV, temos Heroes Reborn (2015-2016) e, claro, Joey (2004-2006). Heroes, aclamada série de super-heróis, viu seu reboot Reborn falhar em reacender o interesse, focando mais em efeitos visuais e melodrama do que em personagens cativantes e uma narrativa sólida.
A ausência de figuras originais e uma trama confusa selaram seu destino. E, por fim, Joey, o derivado de uma das sitcoms mais icônicas de todos os tempos, Friends. A série seguiu Joey Tribbiani em Los Angeles, tentando uma carreira em Hollywood.
No entanto, o carisma ingênuo de Joey, que era um ponto forte como parte de um grupo, não conseguiu sustentar o papel de protagonista. A falta da dinâmica e do humor ácido de seus amigos resultou em uma série sem o brilho da original, sendo cancelada após duas temporadas, consolidando-se como um dos maiores desapontamentos. Esses exemplos servem como um lembrete de que, embora a ideia de prolongar o sucesso seja tentadora, a execução de um spin-off requer mais do que apenas um nome famoso.
É preciso uma compreensão profunda do que tornou a série original tão especial, um desenvolvimento de personagens coerente, uma trama envolvente e, acima de tudo, a capacidade de oferecer algo novo sem perder a essência que cativou os fãs. Caso contrário, o que resta são apenas os piores spin-offs de TV, uma sombra pálida de um legado brilhante.