A franquia James Bond está passando por uma transição sem precedentes. Com a saída de Daniel Craig e a morte de 007 em No Time to Die, o próximo filme promete um recomeço total. A entrada da Amazon no controle criativo adiciona outra camada de novidade. Enquanto o próximo intérprete de Bond ainda não foi definido, diversas outras séries de filmes de espionagem oferecem adrenalina e intriga similares.
O Ministério do Futuro (The Ministry Of Ungentlemanly Warfare)
Embora O Ministério do Futuro de Guy Ritchie possa parecer um filme de guerra, a história real por trás dele o conecta diretamente ao universo de James Bond. Henry Cavill interpreta Gus March-Phillipps, um membro do exército britânico que serviu de inspiração para Ian Fleming ao criar o personagem James Bond. O próprio Fleming é um personagem no filme, o que reforça a ligação.
Além das conexões com Bond, o filme combina humor ácido, ação intensa e um espírito patriótico ousado. Lançado em 2024 e injustamente subestimado, O Ministério do Futuro oferece uma resposta clara sobre o potencial de Henry Cavill como 007. 
A Trilogia de Harry Palmer
Para quem acha o Bond clássico um pouco leve demais, a trilogia de Harry Palmer estrelada por Michael Caine é uma pedida obrigatória. Mais cruéis, sombrios e realistas do que qualquer coisa que 007 fazia na época, os filmes de Palmer foram revolucionários e podem ser vistos como precursores das eras de Timothy Dalton e Daniel Craig na pele do espião britânico.
As comparações entre Bond e Palmer são frequentes, amplificadas pela presença de Harry Saltzman como produtor em ambas as franquias. A estrutura básica de Palmer não difere muito do que Ian Fleming esboçou para 007, mas The Ipcress File e suas sequências oferecem um sabor distinto de filme de espionagem.
Missão: Impossível
Quem busca uma série de espionagem com longevidade para amenizar a espera por Bond 26, dificilmente passará despercebido por Missão: Impossível. Ethan Hunt é um primo americano mais ousado de Bond, mais direto e capaz de dirigir pela direita. Embora os filmes de Missão: Impossível pós-2000 tenham pouca semelhança com a criação de Fleming, o filme original de 1996, dirigido por Brian De Palma, parece ter sido escrito para Roger Moore ou Timothy Dalton.
A série Missão: Impossível varia em qualidade, algo que fãs de James Bond não estranham. Surpreendentemente, as aventuras cinematográficas de Ethan Hunt melhoram com o tempo, tornando a saga uma maratona envolvente, apesar de alguns tropeços como Missão: Impossível II.
O Agente da UNCLE (The Man From U.N.C.L.E.)
Mais um capítulo na trajetória de Henry Cavill em uma trilogia não oficial de James Bond, O Agente da UNCLE de 2015 reimaginou a icônica série de TV dos anos 60 com um aceno respeitoso ao material original. Assim como O Ministério do Futuro, a participação de Cavill como Napoleon Solo não foi um estrondo comercial. Contudo, foi outro filme de Guy Ritchie que não recebeu o devido crédito.
Além de rivalizar com Bond em estilo, a ambientação de época de O Agente da UNCLE confere-lhe uma leveza irreverente que combina bem com as cenas de ação de Ritchie e o charme inegável de Cavill. É uma pena que o filme não tenha gerado uma sequência, mas os elementos de uma grande franquia de espionagem estão claros apenas no primeiro longa.
A Rocha (The Rock)
Sean Connery teve três últimos filmes de James Bond que não são considerados suas melhores obras. Se ele tivesse a chance de se redimir no final de sua carreira… eis que surge o thriller de ação de Michael Bay de 1996, A Rocha.
Longe de ser um filme oficial de James Bond, o papel de Connery como um agente aposentado do MI6, combinado com uma performance crível no estilo Bond, permite ao espectador imaginar uma versão mais velha do 007 original.
Seja Bond ou não, A Rocha é um filme de ação de alta octanagem que carece da nuance da criação de Fleming, mas compensa com diversão eletrizante e a aversão característica de Bay ao exagero, que aqui se torna um ponto forte.
O Alfaiate do Panamá (The Tailor Of Panama)
Poucos autores definiram o gênero de espionagem tanto quanto Ian Fleming, mas John le Carré certamente está nessa conversa. O Alfaiate do Panamá, de 1999, adapta uma das histórias de le Carré com Pierce Brosnan – ainda ativo como Bond na época – no papel principal. É uma conspiração global para desestabilizar uma paz frágil com o agente do MI6 de Brosnan no centro, algo muito Bond. A reviravolta aqui é que o espião de Brosnan é o vilão.
Um filme fascinante por si só, O Alfaiate do Panamá também se destaca como uma abordagem mais sinistra ao gênero em comparação com a era de Brosnan como 007. Como um ponto de interesse adicional, O Alfaiate do Panamá conta com a estreia no cinema de um Daniel Radcliffe pré-Hogwarts. Com Geoffrey Rush, Jamie Lee Curtis e Brendan Gleeson também no elenco, esta é uma joia escondida do final dos anos 90.
A Franquia Bourne
A franquia Jason Bourne está em uma posição única de influenciar Bond e, ao mesmo tempo, ser inspirada por ele. Quando A Identidade Bourne estreou em 2002, pareceu uma resposta ao lado mais exagerado de Bond, especialmente com Um Novo Dia para Morrer lançada no mesmo ano. Jason Bourne passou a redefinir o gênero enquanto 007 enfrentava uma crise de identidade, e quando Cassino Royale surgiu do oceano em seu traje de banho, o impacto do sucesso de Bourne era evidente.
Por mais que o primeiro capítulo de Bourne com Matt Damon tenha sido excelente, a franquia mantém sua qualidade nos dois filmes seguintes, com O Ultimato Bourne sendo o ápice. Lançamentos posteriores foram recebidos com menos entusiasmo, sugerindo que 007 talvez tivesse recuperado sua coroa de filme de espionagem com Skyfall, mas toda a saga de 5 filmes permanece uma maratona envolvente.
Atômica (Atomic Blonde)
O debate sobre se uma atriz poderia interpretar James Bond é amplamente dividido em dois campos. Há aqueles que acreditam que as qualidades centrais de 007 podem ser possuídas por qualquer gênero e, após 60 anos com múltiplas reformulações, uma Bond feminina seria uma mudança bem-vinda. E há outros que acreditam que Hollywood deveria se concentrar em criar filmes de espionagem originais liderados por mulheres, como Atômica.
Mais no estilo John Wick do que James Bond em seu tom, Atômica permanece, talvez, o melhor exemplo de como seria uma 007 feminina, especialmente com seus antagonistas de época e uma dedicação descarada ao estilo. Apesar de ter sido lançado em 2017, Charlize Theron expressou interesse em uma sequência, o que torna Atomic Blonde 2: Red, White & Blonde uma possibilidade tangível nos próximos cinco anos.
Fonte: ScreenRant
