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Filme de Death Stranding: Os Enormes Desafios da Adaptação de Hideo Kojima para o Cinema

Filme de Death Stranding: Os Enormes Desafios da Adaptação de Hideo Kojima para o Cinema

As adaptações de videogames estão em alta, e não é surpresa que Death Stranding esteja a caminho das telonas. Com Michael Sarnoski na direção e a co-escrita ao lado do próprio criador do jogo, Hideo Kojima, além da produção pela aclamada A24, o projeto já tem uma base sólida. Ao contrário de muitos games que chegam ao cinema com narrativas menos definidas (como visto em títulos como *Sonic the Hedgehog* ou *Super Mario Bros.

O Filme*), os dois jogos de Death Stranding são notavelmente cinematográficos e ricos em história, tornando-os alvos ideais para Hollywood. Entretanto, essa natureza grandiosa também impõe obstáculos consideráveis à produção. Contudo, a adaptação cinematográfica já enfrenta dois grandes problemas inerentes à sua origem.

O segundo jogo, *Death Stranding 2: On the Beach*, lançado em 2025, foi aclamado pela crítica e se posicionou como um forte concorrente a Jogo do Ano. Ambos os títulos, o original e a sequência, representam um desafio monumental para Sarnoski e sua equipe, que precisam traduzir suas complexas tramas e mecânicas para o formato de um filme. Um dos maiores dilemas é a vasta quantidade de conteúdo narrativo.

Nem Death Stranding original nem sua sequência, *On the Beach*, são jogos curtos. Segundo o popular site HowLongToBeat, a campanha principal do primeiro jogo leva cerca de 40,5 horas (a versão do diretor reduz para 38 horas), com tarefas extras estendendo-se por 60 horas. Já *Death Stranding 2* exige 34,5 horas para a história principal e 59,5 horas para completar os extras.

Combinados, esses jogos somam quase 70 horas de narrativa para serem adaptadas. Ainda não está claro se o filme cobrirá a história de ambos os jogos ou será dividido em duas partes. Mesmo que seja uma “Parte Um”, ainda seriam quase 40 horas de conteúdo a serem condensadas em um filme de duas – talvez três – horas.

Claro, parte da jogabilidade pode ser naturalmente cortada. Não é necessário ver cada jornada de Sam Porter Bridges através dos remanescentes da América, nem cada missão que ele completa. No entanto, isso implicaria em aparar grande parte da essência do jogo.

Parte do apelo de sua longa duração reside justamente na imersão do jogador, que se sente na pele de Sam e acompanha de perto seu desenvolvimento. A falta de informações sobre uma possível divisão em partes apenas agrava a questão. Há muito jogo, e algo nos diz que Hideo Kojima não ficará feliz em ver sua amada obra ser desmembrada para caber no formato cinematográfico.

A outra questão, talvez ainda mais complexa, é o elenco. Roteiristas e diretores são hábeis em condensar histórias, e eles provavelmente encontrarão uma forma de compactar a narrativa ou dividi-la. O desafio do elenco, entretanto, é muito maior.

Os jogos de Death Stranding já contam com um elenco incrivelmente estelar, composto por rostos conhecidos de Hollywood: Norman Reedus, Léa Seydoux, Guillermo del Toro, Margaret Qualley, Mads Mikkelsen, Elle Fanning e George Miller. É quase chocante que tal calibre de talentos faça parte de um videogame. Essa particularidade torna a adaptação um verdadeiro nó, especialmente devido ao estilo de animação realista do jogo.

Os personagens são visualmente ligadíssimos aos atores que os interpretam: Sam é idêntico a Norman Reedus, e Fragile é a representação perfeita de Léa Seydoux. Isso oferece duas opções ao filme. A primeira é reutilizar o mesmo elenco.

Embora possa parecer uma solução fácil, ela não traria nada de novo, transformando o filme em uma mera portabilidade do jogo para o cinema, o que raramente é a receita para uma boa adaptação. Uma boa adaptação deve sempre inovar e surpreender. A segunda opção é refazer o elenco.

Mas quem conseguiria preencher as “Botas Bridges” de Reedus e carregar o papel de Sam. Norman Reedus *é* Sam para os fãs, e qualquer outro ator no papel soaria estranho. A solução perfeita seria animar o filme com um estilo de arte distinto para que se diferenciasse dos jogos e não exigisse o mesmo elenco, mas isso é altamente improvável de acontecer.

Embora Reedus, Qualley e outros pudessem gostar de interpretar seus personagens em um novo meio, eles já os exploraram exaustivamente. Um novo ator traria uma nova perspectiva, mas o personagem de Sam está demasiadamente ligado a Reedus para uma transição eficaz. O filme terá o mesmo elenco, o que pode ser tedioso, ou irá irritar os fãs com um novo grupo de atores.

De qualquer forma, a situação não é ideal para a adaptação.

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