Florence Pugh é, sem dúvida, um dos rostos mais proeminentes da nova geração de atores de Hollywood. Conquistando o público e a crítica em grandes sucessos como “Midsommar”, “Duna: Parte Dois” e o futuro “Thunderbolts*”, alguns de seus trabalhos iniciais, no entanto, passaram despercebidos pelo grande público. É uma pena, especialmente quando se olha para Fighting with My Family, um filme que se destaca como uma de suas melhores atuações, talvez a mais subestimada.
Com um roteiro sólido, um elenco excepcionalmente eficiente, e a dose certa de emoção, o longa alcançou excelentes avaliações (83% da crítica e 86% do público no Rotten Tomatoes), mas ainda não recebeu a atenção generalizada que realmente merece. [Neste ponto, o artigo original continha um espaço para vídeos da ComicBook. com.
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Mesmo antes dos grandes prêmios e papéis de destaque, Pugh já demonstrava sua capacidade de dominar a tela em um filme que quase ninguém coloca em suas listas de favoritos. Fighting with My Family é baseado em uma história real, seguindo Saraya Bevis (interpretada por Florence Pugh), uma jovem que cresce em uma família obcecada por wrestling, até ter a chance de fazer um teste para a WWE nos EUA.
Enquanto ela passa por treinamento intenso, rejeição e autodescoberta, seu irmão Zak (Jack Lowden), que compartilha o mesmo sonho, acaba ficando para trás – e isso os afeta de maneiras muito diferentes. Mas o que realmente diferencia este filme é como ele constrói seus personagens de forma crua e realista, com falhas e tudo. A performance de Pugh não é óbvia ou exagerada: ela não tenta ser uma heroína ou suavizar o desconforto da personagem, e isso faz com que tudo pareça real.
A atriz acerta o tom logo de cara. Sem exagero ou explicações desnecessárias, apenas através de sua presença e expressões. Quando sua personagem se sente deslocada entre lutadoras que parecem mais modelos do que atletas, é possível sentir o desconforto.
Em vez de seguir um arco previsível de “superação da adversidade”, o roteiro mostra o custo emocional de tentar se encaixar em um sistema que não a acolhe de braços abertos. Há insegurança, raiva e momentos em que ela quer desistir – e o filme trata tudo isso com naturalidade. Ele entende que crescer não é sobre discursos inspiradores, mas sim sobre as dificuldades que se vive.
Isso facilita a conexão do público com a jornada de Florence Pugh. O elenco de apoio também funciona muito bem. Vince Vaughn, como o treinador durão, não é o típico mentor charmoso; ele é direto, ríspido, às vezes até cruel, o que ajuda a construir um mundo onde a protagonista precisa amadurecer rapidamente.
Lowden traz vulnerabilidade e frustração reais – sua história é simples, mas forte o suficiente para equilibrar as coisas. E a família, com Nick Frost e Lena Headey como os pais, adiciona humor e emoção sem se transformar em caricaturas. Sim, eles são exagerados, mas de uma forma que faz sentido emocionalmente, proporcionando o alívio certo para essa narrativa.
Outro ponto positivo é que o filme não tenta ser maior do que é, e isso realmente importa. A direção é simples, direta e foca principalmente nas performances, pois é onde o filme realmente brilha. As cenas de luta são bem feitas, mas não chamativas – o foco está no que está emocionalmente em jogo, não apenas nos movimentos.
Quando a personagem de Florence Pugh entra no ringue no final, você não sente apenas a tensão da luta, mas também o peso de tudo o que ela passou para chegar até ali. É o tipo de momento que lembra “Rocky”, não porque a luta seja grandiosa, mas porque você sabe exatamente o que aquela vitória significa. Não é apenas sobre esportes; é pessoal e conquistado passo a passo.
Ainda assim, Fighting with My Family permanece como um dos filmes mais negligenciados na carreira de Pugh, talvez porque não tenha o prestígio de dramas de festival ou o burburinho de blockbusters. Ele reside naquele espaço intermediário que as pessoas frequentemente ignoram ou nem sequer conhecem, mesmo entregando atuações poderosas. Olhando para trás, fica claro que este filme já demonstrava a capacidade de Pugh.
Ela fez sucesso em grandes títulos, mas aqui era evidente que ela poderia carregar um filme sozinha – com charme, timing e intensidade. Não é um papel chamativo, mas é, sem dúvida, um dos mais sólidos em sua filmografia. Se Florence Pugh é agora vista como uma das melhores atrizes de sua geração, é injusto que este filme não faça parte dessa conversa.
Ele não possui o peso simbólico de “Midsommar”, o alcance de “Adoráveis Mulheres”, o impacto intenso de “Não Se Preocupe, Querida”, ou os holofotes da Marvel. Mas, por ser menor e mais pé no chão, ele mostra um lado dela que muitas pessoas perdem: uma atriz que realmente entende como construir um personagem, crescer com a história e entregar mais quando menos se espera. É por isso que Fighting with My Family ainda é o filme mais subestimado de Florence Pugh, e merece muito mais atenção.
O filme está disponível para streaming no Prime Video.