O mais recente lançamento do Universo Cinematográfico Marvel (MCU), Fantastic Four: First Steps, está recebendo elogios por sua abordagem realista a uma saga cósmica tão grandiosa, que Hollywood tentou contar em várias iterações. Enquanto o filme é repleto do espetáculo e da ação superpoderosa que os fãs esperam, há um momento tranquilo e intensamente humano que ressoou mais profundamente com o público, subvertendo a fórmula típica dos super-heróis. Uma discussão recente no Reddit explodiu em torno de uma única cena específica de Fantastic Four: First Steps.
A sequência em questão mostra Sue Storm, interpretada por Vanessa Kirby, também conhecida como Mulher Invisível, confrontando uma multidão de manifestantes em pânico do lado de fora do Edifício Baxter. Com seu filho pequeno, Franklin, nos braços, ela entrega um discurso que é, sem dúvida, o núcleo emocional do filme. É um momento que troca explosões por empatia e CGI por emoção crua e inabalável, deixando muitos espectadores abalados e profundamente comovidos.
Essa cena se tornou um divisor de águas na percepção do público.
Em um gênero frequentemente definido por suas batalhas claras entre o bem e o mal, Fantastic Four: First Steps ousa explorar as desconfortáveis áreas cinzentas do heroísmo e como ele impacta não apenas uma equipe, mas uma família inteira. A cena de Sue Storm e os manifestantes é um exemplo primordial. A multidão, impulsionada pelo medo, acredita que a única maneira de salvar a Terra da ameaça cósmica de Galactus é sacrificar Franklin.
É um dilema clássico do “bem maior”, mas o filme se recusa a resolvê-lo com um artifício conveniente ou uma mudança de última hora. Em vez disso, a resposta para o problema é Sue e seu estado emocional bruto. Ela não usa seus poderes ou se envolve em um confronto físico; ela é simplesmente uma mãe exausta e protetora, enfrentando uma escolha impossível, prometendo não sacrificar seu bebê, mas também não sacrificar a Terra.
Essa escolha narrativa força o público a sentir o desconforto da situação, como se fôssemos os manifestantes em frente ao Edifício Baxter. Ela nos desafia a confrontar nossos próprios valores e a perguntar o que faríamos em um cenário tão impossível. Essa recusa em oferecer uma solução rápida eleva Fantastic Four: First Steps além de um simples filme de super-heróis, tornando-o um poderoso estudo de personagem sobre amor, sacrifício e o peso moral do heroísmo.
Por muito tempo, filmes de quadrinhos mostraram uma versão da humanidade que é inexplicavelmente pior que a nossa ou inconsistentemente escrita para servir à trama; o filme, contudo, se destaca. Fantastic Four: First Steps, no entanto, apresenta uma realidade diferente. A Terra do filme (Terra-828) não é uma utopia, mas é um mundo onde o heroísmo é um ciclo de reforço positivo.
As pessoas estão assustadas e à beira da histeria coletiva graças a Galactus, mas não são apresentadas como uma multidão sem pensamento. Quando Sue Storm se dirige a eles, suas palavras têm peso porque o Fantastic Four consistentemente os defendeu, esteve com eles e, finalmente, protegeu suas vidas sem falhas. Sue os lembra dessa história compartilhada e, ao fazê-lo, ela os faz mudar de ideia.
A multidão, que estava exigindo o impensável, é lembrada de sua própria humanidade e de sua melhor natureza. Essa escolha reflete um nível mais profundo de construção de mundo, onde a população civil não é um mero artifício de enredo ou ovelhas sem mente, mas uma presença consistente em um universo bem definido. O filme abraça a ideia de um mundo que é, de alguma (ou na maioria das) maneiras), melhor que o nosso – um mundo onde os heróis podem genuinamente inspirar e elevar as pessoas que protegem.
É uma história que não tem medo de ser esperançosa, e é um tema que claramente pegou os fãs que estão cansados de abordagens cínicas e distópicas da humanidade. A cena com Sue Storm não é apenas sobre ela defendendo seu filho; é sobre ela defendendo o melhor que a humanidade pode ser, e a resposta da multidão é um testemunho do poder dessa visão em Fantastic Four: First Steps.