Seis anos após seu lançamento, uma nova análise de O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio revela que o filme possui um núcleo de qualidade, mas que falhas cruciais o impediram de alcançar o status de grande produção da franquia.

Apesar de ter James Cameron envolvido na história e Linda Hamilton retornando como Sarah Connor, Destino Sombrio não conquistou o público e a crítica como esperado. Críticas apontaram para uma trama repetitiva, a morte precoce de John Connor e a superficialidade dos personagens como os principais problemas.
O diretor Tim Miller expressou frustrações com divergências criativas com James Cameron, enquanto Linda Hamilton admitiu não amar o resultado final. Cameron, por sua vez, descreveu o filme como uma versão antiga do Exterminador, e Arnold Schwarzenegger criticou abertamente o roteiro.
Ao rever O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio sem as expectativas iniciais, torna-se claro que a essência do filme é surpreendentemente sólida. A performance de Linda Hamilton como uma Sarah Connor mais velha e cínica é um ponto alto, servindo como uma ponte perfeita entre o passado e o futuro da saga.

Gabriel Luna como o Rev-9 apresenta um vilão ideal. A concepção de um ciborgue com partes sólidas e líquidas permite que o filme explore as táticas clássicas dos dois primeiros filmes, enquanto a tecnologia moderna possibilita cenas que antes eram inimagináveis. A capacidade do Rev-9 de se separar é um truque interessante, mas sua habilidade mais assustadora é a de se misturar perfeitamente entre os humanos, tornando este modelo particularmente perturbador.
Natalia Reyes, como Dani, pode ser uma MacGuffin mais eficaz do que John Connor em O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final. Enquanto o jovem Connor em 1991 podia ser irritante, seu laço com o T-800 de Schwarzenegger salvava o personagem. Dani, por outro lado, lidera a ação e se força a evoluir, prenunciando seu futuro papel na resistência.
Como um dos últimos grandes blockbusters antes da pandemia, a qualidade dos efeitos visuais e das sequências de luta em Destino Sombrio é notável. A direção de Tim Miller garante que cada golpe tenha impacto, com uma violência cibernética que remete à essência da franquia.
O Motivo de O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio Não Ser uma Grande Produção
Embora frequentemente elogiado como o melhor filme da franquia desde O Julgamento Final, Destino Sombrio poderia ter sido a primeira grande produção desde então, dadas suas qualidades.
O primeiro grande erro do filme é a morte de John Connor logo na introdução. Embora sua ausência fosse necessária para dar espaço a novas histórias e à volta de Sarah Connor, o momento escolhido para sua eliminação causa controvérsia e desconsidera anos de narrativa estabelecida.

Uma alternativa seria manter John Connor com paradeiro vago e revelar seu destino sombrio apenas no clímax, como um ponto emocional para Sarah. Isso poderia ter suavizado as falhas narrativas do filme.
O segundo grande equívoco é a introdução de Carl (Arnold Schwarzenegger). A partir de sua aparição, o filme se concentra nele, relegando outros personagens a papéis secundários e desviando o foco do desenvolvimento de Mackenzie Davis como a nova heroína da franquia.
A partir da entrada de Carl, Destino Sombrio cai em território de paródia. Embora as referências a filmes anteriores sejam bem-vindas, a caracterização de Carl como um T-800 reformado, com falas sobre relacionamentos e piadas, diminui a gravidade que o filme havia construído.
Se O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio tivesse evitado a necessidade de trazer Schwarzenegger de volta, encontrado outro elemento de destaque e lidado melhor com o destino de John Connor, poderia ter sido a terceira grande produção da série.
Fonte: ScreenRant