Exterminador do Futuro: A Franquia que Nasceu Genial e Morreu em 2019

Há 41 anos, em 1984, O Exterminador do Futuro (The Terminator) lançava James Cameron ao estrelato no cinema de ficção científica. O diretor demonstrou habilidade em criar narrativas ambiciosas sobre guerras futuras, mantendo um foco íntimo no desenvolvimento dos personagens. Embora o filme apresente um ciborgue implacável em Los Angeles, sua essência reside na jornada de uma garçonete descobrindo amor, coragem e resiliência. No entanto, a força icônica de Arnold Schwarzenegger como o T-800 e Linda Hamilton como Sarah Connor tornou extremamente difícil para a franquia seguir em frente, repetindo fórmulas em vez de inovar.

A Queda da Franquia

O primeiro filme, com um orçamento modesto de US$ 6,4 milhões (equivalente a cerca de US$ 20 milhões em 2025), foi um sucesso estrondoso, arrecadando cerca de 12 vezes seu custo. Sete anos depois, O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (Terminator 2: Judgment Day) custou US$ 102 milhões e faturou mais de meio bilhão de dólares globalmente, um feito notável para um filme R-rated nos anos 90.

O Julgamento Final é considerado o auge da saga. Ele aprimorou os elementos do primeiro filme, expandindo a escala sem perder o foco nos personagens. A reviravolta que transformou o vilão em um protetor cibernético que se liga a um adolescente funcionou brilhantemente. O sacrifício final do T-800 foi um desfecho perfeito, tornando desafiador para novas histórias manter o interesse do público em uma saga que já havia concluído sua narrativa de forma satisfatória.

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Após o final de O Julgamento Final, quatro tentativas foram feitas para reviver a franquia. Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (Terminator 3: Rise of the Machines), apesar de lucrativo com vendas de home video, iniciou uma longa decadência por replicar os elementos originais sem a mesma naturalidade. Com um orçamento de US$ 187 milhões, o filme arrecadou US$ 430 milhões, um desempenho que pareceu menor comparado ao de uma década antes.

A lição que parecia ter sido ignorada foi a possibilidade de continuar a saga sem Schwarzenegger. O Exterminador do Futuro: A Salvação (Terminator Salvation) focou no conflito homem vs. máquina, mas resultou em um filme ambicioso, porém genérico. Lançado em uma concorrida temporada de verão em 2009, o longa não conseguiu duplicar seu alto orçamento de US$ 200 milhões, e uma trilogia planejada nunca se concretizou.

Seis anos depois, O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator Genisys) seguiu um caminho equivocado ao adotar a classificação PG-13, diluindo a violência característica da franquia. O resultado foi uma versão ainda mais simplificada e confusa dos clássicos de Cameron.

O Legado de O Destino Sombrio

Com a audiência já cética após os resultados de A Rebelião das Máquinas, A Salvação e Gênesis, O Exterminador do Futuro: O Destino Sombrio (Terminator: Dark Fate) enfrentou um desafio monumental. Embora superior aos seus antecessores imediatos e elogiado por capturar o espírito de perigo dos filmes originais, o filme lutou para reconquistar fãs. O retorno de Linda Hamilton não foi suficiente para gerar o interesse esperado.

O Destino Sombrio trouxe um novo T-800 que funcionou bem, com Gabriel Luna como o Rev-9 e Natalia Reyes como a nova protagonista Dani Ramos. No entanto, a falta de um marketing eficaz que comunicasse a novidade, somada ao cansaço do público com a IP, resultou em uma das maiores bilheterias fracassadas da história. A audiência, que inicialmente buscava a magia de Cameron com Hamilton e Schwarzenegger, sentiu que já possuía as versões perfeitas da história.

Rumores indicam que James Cameron está trabalhando em um novo roteiro, com potencial para superar O Destino Sombrio. Contudo, mesmo sua presença pode não ser suficiente para garantir a luz verde para o projeto, deixando o futuro da icônica franquia de ficção científica em aberto.

Fonte: ComicBook.com