O filme Blue Moon, estrelado por Ethan Hawke, chega aos cinemas na próxima semana e promete causar um impacto significativo na corrida pelo Oscar de Melhor Ator. A obra, que estreou no Festival de Berlim, explora a noite de estreia do musical “Oklahoma!” sob a perspectiva de Lorenz Hart, antigo parceiro de Richard Rogers.
Blue Moon tem recebido críticas extremamente positivas dos festivais, com muitos elogiando o roteiro sensível e comovente de Richard Linklater e a performance ousada de Hawke. Embora não fosse inicialmente considerado um forte concorrente a prêmios, a situação pode mudar com o lançamento oficial.
Ethan Hawke entrega performance digna de Oscar em “Blue Moon”
Não é segredo que a Academia valoriza performances transformadoras, e é exatamente isso que Hawke entrega em Blue Moon. Ele se entrega completamente ao papel, tanto física quanto espiritualmente. Todo o filme depende da simpatia do público por Hart diante do sucesso de seu velho amigo, e é a profunda vulnerabilidade de Hawke que torna isso possível.
Linklater e Hawke já colaboraram em diversas ocasiões, incluindo a direção do ator para uma indicação anterior ao Oscar em Boyhood. Não é surpresa que ele tenha escolhido seu antigo parceiro para este papel intimista; Hawke provou repetidamente ser um talento incrivelmente versátil, e Blue Moon realmente realça isso.
As outras atuações em Blue Moon também são impressionantes, mas Hawke é o destaque claro deste elenco e a única real chance do filme de chegar ao Oscar. Hawke pode não ter levado o Urso de Prata em Berlim neste ano, mas isso não significa que ele esteja fora da disputa.
Na verdade, ele perdeu o prêmio para Rose Byrne por If I Had Legs, I’d Kick You. Hawke e Byrne estão ambos na corrida pelo Oscar, mas por serem categorias diferentes, não competirão diretamente. Isso abre espaço para que ambos sejam indicados, e para Hawke dar um passo adiante na corrida.
Em última análise, a performance de Hawke em Blue Moon parece exatamente o tipo de atuação que a Academia tende a reconhecer. É muito emocional, profundamente complexa e inserida em uma bela história real de amor e amizade. Seu histórico de indicações sem vitórias no Oscar (4 indicações, 0 vitórias) também ajuda a construir uma narrativa de “merecimento”, que sempre é um fator positivo.
A corrida de Melhor Ator é surpreendentemente competitiva
Considerando que ainda faltam cinco meses para a cerimônia do Oscar, a corrida de Melhor Ator já se mostra bastante competitiva. Naturalmente, o final do circuito de festivais contribui para que muitas dessas performances estejam frescas na mente dos críticos, mas já existem concorrentes firmes que não devem sair da disputa.
Especialistas já preveem que Leonardo DiCaprio, Dwayne Johnson e Timothée Chalamet estão a caminho do Oscar do próximo ano, o que deixa apenas duas vagas. Se considerarmos Jesse Plemons em Bugonia, Daniel Day-Lewis em Anemone e George Clooney em Jay Kelly, o caminho de Hawke para o Oscar parece menos certo.
No entanto, o que mais ajudará Hawke, mesmo diante desses outros contendores, é a resposta crítica inabalável a Blue Moon. O filme foi elogiado com confiança em sua estreia mundial em Berlim, e os críticos continuaram a apoiá-lo nos meses seguintes.
Mesmo que Blue Moon não seja competitivo em outras categorias, há paixão suficiente entre os críticos para manter as chances do projeto vivas na categoria de Melhor Ator. Este é um sinal muito forte, especialmente para um filme que estreou tão cedo no ano. Essa paixão poderia ter diminuído rapidamente com o surgimento de outros concorrentes, mas isso não parece ter acontecido.
Dito isso, Blue Moon tem obstáculos importantes a superar antes que possa levar Hawke ao Oscar. Principalmente, trata-se de uma história bastante nichada, com a qual alguns públicos podem ter dificuldade em se identificar.
Será um pouco demais “coisa de bastidores” para aqueles que não se interessam por musicais, e o fato de Hawke interpretar a figura real de Lorenz Hart pode ser um ponto negativo. O filme faz um bom trabalho em tornar essa história acessível a todos, mas ainda existe uma barreira de entrada importante que pode prejudicar o filme.
Além disso, a data de lançamento de Blue Moon pode ser um fator crucial em suas chances no Oscar. A corrida de Melhor Ator já está em andamento, e muitos votantes já terão seus favoritos, sejam eles DiCaprio, Johnson ou Day-Lewis. Será difícil para Hawke quebrar essa barreira nesse estágio tardio.
Crucialmente, os Oscars têm feito um bom trabalho nos últimos anos ao conceder indicações por mérito, em vez da força das campanhas dos atores. A performance de Hawke em Blue Moon é completamente merecedora de uma indicação, e se a Academia estiver disposta a olhar além das outras falhas do filme e de sua data de lançamento inoportuna, ele deve absolutamente estar entre os cinco finalistas.
Fonte: ScreenRant
