CBS: Comédia “DMV” ser a nova “The Office”, mas precisa de ajustes

A série “DMV” da CBS tem potencial para ser a nova “The Office”, mas seu humor escatológico pode prejudicar seu sucesso. Entenda os ajustes necessários.

A nova comédia de ambiente de trabalho da CBS, DMV, tem o potencial de se tornar a próxima grande série do gênero, mas precisa abandonar um elemento desnecessário para alcançar a excelência. A série se passa no escritório de Hollywood Oriental, Califórnia, do infame Departamento de Veículos Motorizados e conta com Harriet Dyer, Tony Cavalero e Tim Meadows como os examinadores Colette, Vic e Gregg. Alex Tarrant interpreta Noa, um novo contratado, Gigi Zumbado é Ceci, a fotógrafa do DMV, e Molly Kearney é Barb, a gerente recém-promovida da filial.

Nos seus primeiros quatro episódios, DMV apresentou um olhar hilário sobre as questões enfrentadas pelos funcionários da instituição, incluindo política de escritório, cortes de orçamento e esgotamento profissional. Assim como clássicas comédias de ambiente de trabalho, como The Office, Parks and Recreation, Abbott Elementary, 30 Rock e Brooklyn Nine-Nine, a série possui um elenco colorido de personagens que destacam as peculiaridades, benefícios e armadilhas de trabalhar em um local específico. Semelhante a The Office, DMV começou com a ameaça de fechamento da filial.

DMV tem potencial para ser a próxima grande comédia de trabalho

Elenco de DMV em foto promocional com Molly Kearney, Gigi Zumbado, Tony Cavalero, Alex Tarrant, Harriet Dyer e Tim Meadows posando juntos.
Elenco de DMV em foto promocional.
Imagem: CBS

DMV tem o potencial de substituir The Office como uma das melhores comédias de ambiente de trabalho da TV aberta. A série possui todos os ingredientes que tornam sitcoms desse gênero ótimas, incluindo um romance em potencial entre Colette e Noa; dois personagens exagerados, Vic e Ceci, que sempre causam caos; uma chefe idealista, Barb, cuja vida é o DMV; e o personagem mais velho e sábio, Gregg, que compartilha sua sabedoria para sobreviver ao ambiente de trabalho hostil.

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Com um grupo eclético de clientes do DMV que desafiam a paciência dos personagens principais semanalmente com suas exigências, DMV introduz situações muito engraçadas que tornam cada episódio único. Embora os funcionários do DMV pareçam infelizes em seus empregos, eles se importam uns com os outros, e suas amizades são o que os sustentam no dia a dia. DMV é hilário, mas também tem coração, que é a fórmula exata para uma comédia de ambiente de trabalho bem-sucedida.

DMV se apoia demais em humor escatológico

Atores de DMV, Tim Meadows (Gregg), Tony Cavalero (Vic) e Harriet Dyer (Colette), com semblante sério.
Atores de DMV em cena.
Imagem: CBS

Embora DMV tenha potencial, a série se apoia excessivamente em humor escatológico para arrancar risadas. Diferente de The Office, que mesclava humor irônico e sagaz, DMV frequentemente recorre a comédia de baixo calão, o que a desvaloriza. No episódio piloto, Colette foi repetidamente humilhada ao tentar flertar com Noa. Desde absorventes presos à sua saia até Barb contando a todos que Colette teve diarreia, Colette foi bombardeada com humor escatológico digno do ensino fundamental.

O episódio 3, “Easy Pass”, começou com Barb fazendo um discurso sobre o fim de seu período probatório, que incluiu piadas de duplo sentido sobre seu período menstrual. Também apresentou uma história sobre a tentativa de Vic de fazer “water maxxing”, com menções excessivas à micção.

O episódio 4, “Don’t Kill the Job”, incluiu uma cena em que um cachorro vomitou, e o vômito real foi mostrado no chão. Essas piadas visam ser engraçadas, mas acabam sendo repugnantes. DMV é melhor do que isso.

Como DMV pode corrigir seu tipo de humor

Alex Tarrant (Noa) e Harriet Dyer (Colette) de DMV conversando.
Noa e Colette em conversa.
Imagem: CBS

Se DMV quer se posicionar entre as melhores comédias de ambiente de trabalho, precisa depender menos do humor escatológico e mais do que tornou essas séries clássicas ótimas. A série pode corrigir seus problemas facilmente ao abandonar o humor grosseiro e focar mais nos relacionamentos entre os personagens.

No episódio 4 de DMV, a interação entre Gregg e Noa foi o ápice da comédia de ambiente de trabalho. Ver o idealista Noa sendo ensinado pelo cínico Gregg sobre como burlar o sistema sem trabalhar nos intervalos, entre outras dicas, foi hilário.

Também foi intrigante quando a série explorou o passado de Noa, revelando que ele cresceu em uma família muito rica, mas não falava mais com seus parentes por não querer fazer parte das práticas antiéticas de seu conglomerado petrolífero. Por isso, Noa ingressou no DMV para ajudar as pessoas.

DMV deveria focar mais no potencial romance entre Colette e Noa. Assim como o Jim (John Krasinski) e Pam (Jenna Fischer) de The Office, o relacionamento de Colette e Noa está começando como uma amizade, mas é claro que eles podem ser mais do que isso no futuro. O relacionamento deles é doce e fofo, mas frequentemente ofuscado pelas situações ridículas ao redor.

Barb, Ceci e Vic são personagens excêntricos perfeitos para uma sitcom de ambiente de trabalho, mas dar a eles mais profundidade os tornaria mais cativantes. No episódio 4, quando Vic fingiu ser o marido de Colette para ajudá-la a enganar uma antiga colega e fazê-la pensar que ela não trabalhava no DMV, ele mostrou um lado diferente de si mesmo, provando que poderia ser um ótimo amigo.

Além disso, Barb poderia ser a próxima Michael Scott (Steve Carell) de The Office, a “Melhor Chefe do Mundo”, mas os roteiristas precisam torná-la menos caricata para alcançar isso.

DMV poderia seguir os passos de The Office como a próxima grande comédia de ambiente de trabalho. É claro que os personagens formam uma família disfuncional, mas a série precisa explorar mais essa dinâmica para ser bem-sucedida. Se DMV abandonar o humor escatológico e focar mais nos relacionamentos dos personagens e nas peculiaridades de trabalhar no DMV, então poderá substituir The Office como a próxima grande sitcom de trabalho.

Fonte: ScreenRant

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