Aclamada atriz Diane Keaton, falecida em 11 de outubro de 2025, deixou um legado inestimável no cinema com performances memoráveis. Sua carreira, iniciada em 1966, alçou voos altos como musa de Woody Allen em obras-primas como Noivo Neurótico, Anônimo (Annie Hall) e Manhattan, mas sua filmografia é vasta e diversificada.






Reconhecimento e Premiações
Keaton foi indicada quatro vezes ao Oscar, conquistando a estatueta por sua atuação em Annie Hall. Além disso, acumulou nove indicações ao Globo de Ouro, vencendo por Annie Hall e A Matadora (Something’s Gotta Give). Sua versatilidade a levou a participar de filmes independentes aclamados, como o subestimado drama familiar O Amigo da Família (The Family Stone), e o longa animado Procurando Dory.
Marvin’s Room (1996)
A terceira indicação de Keaton ao Oscar veio por seu papel em Marvin’s Room. No filme, ela interpreta Bessie, uma mulher que dedicou sua vida a cuidar do pai após um AVC. Ao descobrir que está morrendo, Bessie tenta uma última reconexão com sua irmã (Meryl Streep).

A atuação de Keaton foi elogiada pela complexidade de uma personagem que nunca viveu para si, mas que se entregou ao cuidado familiar. A química com o elenco, incluindo Meryl Streep e um jovem Leonardo DiCaprio, foi crucial para o sucesso da narrativa. Por este papel, Keaton também recebeu indicações ao Critics’ Choice e ao Screen Actors Guild Awards.
The First Wives Club (1996)
Lançado no mesmo ano, O Clube das Desquitadas (The First Wives Club) reuniu Diane Keaton ao lado de Bette Midler e Goldie Hawn em uma comédia sobre três mulheres recém-divorciadas em busca de vingança contra seus ex-maridos.
O filme foi um sucesso de bilheteria, arrecadando US$ 181 milhões. O carisma e a sintonia entre as protagonistas foram fundamentais. Keaton foi indicada ao American Comedy Awards por sua performance, enquanto o filme recebia críticas mornas, mas conquistava o público com seu humor.

The Godfather (1972)
No clássico O Poderoso Chefão, Keaton interpretou Kay Adams, a segunda esposa de Michael Corleone e mãe de seus filhos. Sua personagem representava um contraponto moral, uma mulher de origem protestante em contraste com o universo da máfia católica.
Kay serviu como um ponto de vista para o público observar a transformação de Michael. A cena do batismo, contrastando a inocência infantil com a ascensão de Michael ao poder, é marcante. Keaton deu a Kay a dignidade e a complexidade necessárias em um mundo sombrio.
Looking For Mr. Goodbar (1977)
Em Busca à Minha Mulher (Looking for Mr. Goodbar), Keaton assumiu um dos papéis mais ousados de sua carreira, que lhe rendeu a segunda indicação ao Globo de Ouro. Ela vive uma professora que se envolve em um relacionamento perigoso com vários homens, o que a leva a decisões de vida trágicas.

A crítica aclamou a atuação “destemida” de Keaton, destacando como sua performance e o final chocante do filme deixaram o público “tremendo”.
Manhattan (1979)
Embora não seja sua performance mais premiada, Manhattan apresentou um papel fantástico para Keaton no universo de Woody Allen. O filme segue um escritor em crise (Allen) que se apaixona pela amante de seu melhor amigo (Keaton).
Considerado um dos melhores trabalhos de Allen na direção, o filme se destaca pela fotografia em preto e branco de Nova York e pelas atuações, incluindo Meryl Streep e Michael Murphy. Keaton brilha como a intelectual nova-iorquina.

Father of the Bride (1991)
Fora das premiações, O Pai da Noiva (Father of the Bride) consagrou Keaton em um de seus papéis mais queridos. Steve Martin interpreta George Banks, um pai lidando com o casamento da filha.
Keaton vive Nina, a esposa de George, que com sua calma e sensatez, ajuda a amenizar as ansiedades do marido. Essa habilidade de interpretar personagens fundamentais para o equilíbrio emocional se repetiu em outros papéis, como em O Amigo da Família.

The Godfather Part II (1974)
No segundo filme da saga O Poderoso Chefão, Kay Adams retorna com um papel menor, mas de impacto ainda maior, evidenciando a destruição do casamento com Michael e seu consequente declínio moral.
A cena em que Kay revela a Michael que fez um aborto em sua terceira gravidez é uma das mais sombrias da franquia. Keaton entrega a dose exata de veneno e dor, culminando na reação aterradora de Michael e no fim do relacionamento, que o leva a ordenar a morte do irmão.
Reds (1981)
Dirigido por Warren Beatty, Reds é um drama histórico sobre o jornalista John Reed. Beatty interpreta Reed, enquanto Keaton vive a ativista Louise Bryant, e Jack Nicholson interpreta o dramaturgo Eugene O’Neill.

A narrativa foca na jornada de Louise de jornalista a escritora feminista radical. O filme explora a complexa relação com Reed, marcada por altos e baixos, e o contexto da Revolução Russa. Keaton divide a cena com Beatty, ambos brilhando em papéis desafiadores. Beatty ganhou Melhor Diretor, e Keaton, Nicholson e Maureen Stapleton (vencedora) foram indicados ao Oscar.
Something’s Gotta Give (2003)
Em A Matadora (Something’s Gotta Give), Jack Nicholson e Diane Keaton provaram que comédias românticas com atores mais velhos podiam ser tão cativantes quanto as protagonizadas por jovens. Dirigido por Nancy Meyers, o filme traz Nicholson como Harry Sanborn, um homem de costumes duvidosos que só se relaciona com mulheres jovens.

Tudo muda quando ele conhece Erica Barry (Keaton), uma bem-sucedida dramaturga divorciada e mãe da namorada de Harry. Keaton brilha como uma mulher com uma carreira sólida, mas desapontada em sua vida amorosa. Sua performance, marcada pela busca por amor e maturidade, rendeu a Keaton sua quarta e última indicação ao Oscar, além de um Globo de Ouro.
Annie Hall (1977)
Considerada a atuação máxima na carreira de Diane Keaton, Annie Hall, obra-prima de Woody Allen, a consolidou como um ícone. No filme, Allen interpreta Alvy Singer, um comediante tentando entender o fim de seu relacionamento com Annie Hall (Keaton).

Keaton entrega uma performance magnífica, tornando-se um símbolo de desejo e provando o encanto de Annie por Alvy. O filme foi aclamado pela crítica, com elogios direcionados a Allen e Keaton. Este Oscar de Melhor Atriz foi o único da carreira de Keaton e é amplamente reconhecido como uma das melhores atuações dos anos 70.
Fonte: ScreenRant